Capítulo 31

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- Temos que neutralizar a ameaça desse lado e partir para o próximo – Austin dizia, apontando para o mapa improvisado que havíamos feito na areia de acordo com as informações obtidas no ato de reconhecimento.

Tudo parecia muito fácil e completamente confirmado que daria certo, mas eu sabia por experiência própria que nem tudo era assim. As coisas podiam mudar drasticamente e algo me dizia que isso aconteceria mais cedo do que imaginávamos.

- Desse lado há menos vigias e podemos deixá-los por último. – Falei apontando para a área onde eu tinha visto os nove, armados até os dentes com armas que eu julgava não serem capazes de conseguir.

Tinha uma coisa que martelava na minha cabeça a todo o vapor, mas se isso se provasse mesmo verdade, tudo o que eu acreditava estava errado e a justiça deveria ser feita e impedir que toda essa palhaçada continuasse acontecendo.

- O que eu farei? – Mary perguntou e troquei um olhar cauteloso com Hopper. Deixando claro que eu não seguiria missão com ela ao lado, poderia ferrar com todo o esquema e acabar matando nós todos.

E que tudo corresse bem mesmo sem ela, já que uma arma a menos fazia uma diferença enorme nesses casos.

- Ficará aqui. – Hopper disse, de forma confiante e autoritária, impossibilitando qualquer argumento por parte dela. Até porque Mary sabia que isso era o melhor a se fazer, já que ela não teria coragem de fazer nada útil em plena zona de conflito.

- Não quero ficar aqui, meu lugar é lá embaixo, com vocês. – Disse, querendo afirmar aquilo para ela mesma, sabendo que já não era mais capaz de manter a serenidade que precisávamos em uma missão de campo em pleno território inimigo.

- Não mais.

Hopper apenas falou o que todos nós a essa altura, já sabíamos, a única pessoa que precisava admitir que estávamos certos era ela... E que fosse viver a vida em paz, longe desse inferno, eu não a julgaria por isso, muito menos os outros. Se todos tivessem essa chance, provavelmente aproveitariam da mesma forma que ela o faria.

Viver feliz, era muito melhor do que viver querendo provar algo a si mesma. Eu era a maior prova disso, já que grande parte da minha vida tinha sido desperdiçada apenas querendo provar para os outros que eu era capaz e perdi um bom tempo sem aproveitar de verdade, exatamente por toda essa preocupação.

Se eu pudesse voltar atrás, agiria de forma completamente diferente e seria mais feliz do que eu poderia imaginar. Pelo menos, eu achava que seria feliz... Nunca se sabe.

Ficamos todos quietos por um momento, torcendo para que Mary não refutasse a constatação da verdade. Ninguém queria ter que obriga-la a colaborar, muito menos queríamos ter que amarrá-la para que ficasse quieta e sem comprometer o sucesso da inserção.

Já estávamos com uma baixa antes mesmo de começar. Uma maravilha.

Olhei para a arma na minha mão, torcendo para que ela fosse capaz de me salvar de qualquer coisa hoje e capaz de nos fazer sair vivos dali o quanto antes. Era apenas aniquilar os que tivessem contato direto conosco, explodir os barracões e o resto as bombas presentes neles fariam o trabalho pela gente, facilitando tudo e fazendo com que o local continuasse pegando fogo mesmo conosco à milhas de distância dali.

- Vou com raposa. Fênix, águia e pantera, pela retaguarda. Não podemos seguir com o plano inicial, já que as informações não eram precisas e necessitamos de mais atenção nos pontos fracos de contato com o inimigo. Por isso, a qualquer avista mento, atirem sem hesitar. Qualquer momento de hesitação nos fará perder a surpresa da invasão.

AustinOnde histórias criam vida. Descubra agora