Adeus...

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Fui atrás do Kenti, ele nem conhece a escola direito, sabe-se lá onde esse garoto pode estar. Começo a gritar por ele, falta pouco para nossa aula começar. Continuo andando até que me deparo com o Kenti e a Debrah conversando. Essa vadia não estava lá na sala agora a pouco? Eles davam altas risada, pareciam íntimos demais...

- Vem, vamos embora. - Chego lá puxando o braço do Ken.

- Oi pra você também, Lynna. - Deborah fala, mas eu nem respondo, ignoro.

Kenti não pergunta o porquê da minha atitude, ele só fica olhando pra mim e sorrindo. Como alguém pode sorrir depois de ver uma grosseria dessa? Só o novo Kenti mesmo.

- Espera! - Ele me para quando já estamos prestes  entrar na sala.

- Você ficou com ciúmes? - Ele pergunta rindo de canto.

- Eu? Ciúmes? Tá louco?! Eu só não quero que você se misture com esse tipinho de vagabunda, ela não presta, e se for ser meu amigo é melhor não ser o dela também. - Falo e entro na sala sem esperar por ele.

O professor chega logo após o Kenti e a Debrah entrarem. O tempo passou voando, em nenhum dos intervalos eu falei com o Ken, eu até evitava esbarrar com ele. Não estou com raiva, só estou esperando o meu nojo passar para eu poder encostar nele sem pegar nenhum Debrahctéria. Até que as aulas acabaram e nós estávamos liberados para ir pra casa. Arrumei minhas coisas rapidamente, avistei o Kenti no fundo da sala apanhando umas coisas dele que haviam caído, fui lá ajudar, mas antes que pudesse falar algo... A Diabrah chegou e se ajoelhou para ajudá-lo. Então eu apenas passei direto, ele até gostou de receber uma ajudinha da mais rodada da sala. Ai, Lynna! O que você tá fazendo?! Você nem chegou a dar uma chance a Debrah e já tá falando mal dela. Qual meu problema?! Chega! Eu não vou falar mais assim da Debrah, ela não me fez nada, quem me fez de imbecil foi o Castiel, não posso julgar uma pessoa por meros boatos que fazem sobre ela, tenho que conhecer primeiro e depois tirar minhas conclusões.

Olho para trás e os dois ainda estavam pegando as coisas do chão, era muito papel. Decido voltar e ajudá-los. Ajoelho-me e começo a pegar os papéis, percebo que o Kenti deu um sorriso, mas não posso dizer o mesmo da Debrah. Terminamos de pegar as 40 folhas do Kenti, disse ele que era um trabalho de História que o professor tinha cobrado mais cedo, faria parte da nota do trimestre, e como ele chegou um pouco atrasado era melhor se apressar.

- Debrah, sinto muito pela falta de educação hoje mais cedo. - Tento ser amigável e dou um sorriso.

- Tudo bem, afinal, eu entendo você, o Castiel é um homem maravilhoso, deve ter sido difícil pra você perdê-lo de um dia para o outro. - Ela diz.

Tava demorando pra ela soltar alguma inconveniência...

- Na verdade não, o Castiel foi só mais um pra mim, como você é só mais uma pra ele - Rebato.

- Bom saber que eu não sou nada pra você. - Uma voz masculina diz atrás de mim.

Viro-me e vejo Castiel, totalmente arrasado.

- C-castiel... - Falo surpresa.

Castiel sai da sala revoltado, olho para Debrah e fico em dúvida se arranco esse aplique do cabelo dela ou se vou atrás do Castiel... Segunda opção. Saio correndo da sala e consigo ver o Castiel dando murros no armário dele, que não queria abrir. Vou até lá e fico olhando para ele até ele se acalmar.

- Eu não tenho culpa se sou um namorado fiel, Lynna. - Ele fala de olhos fechados e com a testa encostada no armário.

- Eu nunca te pedi para trair a Debrah, só queria que não continuasse com aquela palhaçada se no final sabia que eu ia me machucar. - Falo.

- Eu nunca quis te magoar, desde pequeno sempre quis que você me desse uma chance, mas enquanto você não dava era a Debrah que me ajudava a te superar, eu não podia trocá-la por você assim do nada. - Ele fala espremendo os olhos para não chorar.

O Castiel é uma pedra por fora, mas se você olhar direitinho por dentro... Ele é humanos como todos nós, ele tem sentimentos.

- Olha pra mim! - Falo séria.

Ele me olha de canto no início e depois se ergue e fica de frente  mim, olhando-me diretamente nos olhos.

- Se você me quer... Eu também vou te querer... Mas eu não posso ficar aqui de braços cruzados e vendo você ser feliz com outra, dentro daquela sala tem um garoto incrível que está disposto a me dar uma chance, mas se você quiser... Se você quiser... Eu largo tudo e fico com você, só me prometa que vai resolver as coisas com a Debrah. - Desabafei.

Não posso negar, eu quero o Castiel, é ele que eu quero. 

- Eu não posso... - Ele diz abaixando a cabeça.

Eu levanto a cabeça dele e lhe dou um beijo, bem profundo e intenso.

- Adeus, Castiel. - Falo com lágrimas nos olhos, e ele também.

Saio de perto dele e vou embora para casa.


O Idiota Da Minha SalaOnde histórias criam vida. Descubra agora