Capítulo 44

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Eu ainda estava no hospital,passei uma semana lá, meu médico disse que ainda faltava umas coisas para ver, uns chekups para fazer. Eu ainda sentia dor no corpo, não sentia fome e vomitava o que comia. Kenti vinha me ver todos os dias depois da escola, o Castiel apareceu mais duas vezes, mas não rolou nada, ele foi minha única diversão nesse inferno, ele ficava uns 30 minutos, mas esses 30 minutos eram maravilhosos. Admito que pensei muito no que ele disse sobre voltar para ele, mas ver a preocupação do Kenti comigo me fez voltar a realidade. Castiel só era uma fase da minha vida, ele era meu talvez, o Kenti é a minha certeza... Eu acho. 

- Bom dia, Ly. - Meu médico chega no meu quarto.

Ele me chama desse apelido ridículo, eu até gosto, mas só quando estamos eu, ele e minha mãe.

- O dia seria bom se eu não estivesse aqui. - Falo de mal humor.

- Alguém teve uma péssima noite de sono. - Ele fala rindo.

Ele confere se estou com febre, manda eu abrir a boca para ver minha garganta e depois faz umas anotações na prancheta.

- Seu amigo ruivo está lá fora te esperando, mando ele entrar? - Dr. Rogers, meu médico, pergunta.

- O nome dele é Castiel. - Falo.

Rogers ri e sai do quarto.

- E aí?! - Castiel entra no quarto e vai logo me dando um beijo na testa.

- Não vejo a hora de sair daqui. - Falo exausta.

- Se você quiser... Ah, deixa pra lá, você nunca toparia. - Ele diz.

- Ei, agora vai ter que me dizer. - Falo curiosa e me inclinando na cama.

- Bom, você pode fugir comigo hoje. - Ele fala com um olhar malicioso.

- Tá já anoitecendo. Minha mãe e o Kenti vão endoidar se chegarem aqui e eu não estiver. - Falo já perdendo as esperanças.

- Você precisa confiar mais nas minhas habilidades de malandro. - Ele fala rindo.

- Falando em malandro... Você ficou de me contar uma história sobre assassinato... Você disse que você era um assassino, me explica isso. - Falo meio sem graça.

Castiel fica  nervoso.

- D-deixa isso para o-outra hora. - Ele fala gaguejando. - Agora vamos focar no nosso plano de fuga. - Ele termina de falar.

Ele vai até as janelas e testa as trancas. Ele abre facilmente.

- Sério? Que tranca fraca, isso é até um perigo. - Ele comenta.

Eu tentei me levantar para ajudar ele em algo, mas estava fraca demais para isso.

- Vou precisar dos seus lençóis. Todos. - Ele fala.

Aponto para uma prateleira enorme de madeira. Lá tinha pelo menos, 5 cobertores. Ele vai até lá, abre e pega todos. Ele faz como se fosse uma corda de cobertores, ele amarrou todos. Castiel jogou os cobertores pela janela.

- Eu vou te pegar. - Ele diz me pegando nos braços. - Você precisa segurar muito forte nos cobertores, eu vou estar logo abaixo caso você desequilibre. - Ele fala pondo-me no pé da janela.

Ele desce primeiro. Ele para no meio da descida e me manda descer. Não era tão alto assim, uns 4 metros de altura, eu no máximo quebraria uns ossos. Com muito esforço, começo a descer, entrelacei minhas pernas nos cobertores e deslizava devagar. Deslizei mais um pouco e acabei sendo sustentada pelo Castiel. Eles desceu e depois me pegou pela cintura, eu ainda não conseguia andar direito, estremeci quando fui para o chão.

- Sobe. - Castiel fala se virando e abaixando.

Subi nas costas dele. Ele é forte, eu nem fiz muita diferença na postura dele. Entrelacei meus pés na cintura dele e pus minhas mãos nos ombros dele. Por um momento... Só um momento... Me senti a garota mais feliz e segura do mundo, só Castiel me proporcionava aqueles sentimentos, aquela sensação de que está tudo bem, de que ele tá aqui e que veio para ficar. Pena que eu não pude perceber isso antes, já faz uma semana que ele se declarou pra mim, é tarde demais... E mesmo que não fosse, não iria importar, o Ken esperou muito tempo por mim, tá na hora de eu retribuir.

- Faz tanto tempo que eu não venho aqui fora. - Falo.

- Eu sei, a Lynna que eu conheço não ia conseguir passar nem 3 dias naquele hospital, mas você é outra Lynna, então você consegue. - Castiel fala.

Nós fomos até uma lanchonete perto do hospital, bem simples, ,mas bem agradável. Desci das costas dele e me sentei. A garçonete foi nos atender, ela usava patins e os cabelos estavam de chiquinha, não estou acostumada a ver adultos com esses trajes.

- Red, que milagre ver você aqui. Que é a bela moça? Sua namorada? - A mulher pergunta.

Castiel fica vermelho de vergonha.

- N-não tia, é m-minha amiga... - Ele fala envergonhado.

- Oh! Prazer, Amélia. Sou tia/mãe do Red. - Ela fala sorrindo.

- Prazer, Lynna. - Retribuo o sorriso. - Red? kkk - Falo olhando para Castiel, que estava com a cabeça abaixada de tanta vergonha.

- É, o Rapha não conseguia dizer o nome dele quando era mais novo, então quando Castiel pintou o cabelo ficou mais fácil kkk. - Ela diz.

- Quem é Rapha? - Pergunto.

- Filho da minha tia, eu moro com eles, Raphinha tem 6 anos, ele ainda me chama de Red. - Ele explica rindo de lado.

- O que vão querer, meus amores? - Amélia pergunta, pronta para anotar no bloquinho de notas o pedido.

- Um suco de laranja, por favor. - Falo e ela anota.

- O mesmo pra mim. - Castiel fala e ela anota.

- Ok, chega em 10 minutos. - Ela avisa e vai embora patinando.

- Eu posso te chamar de Red? - Pergunto ansiosa.

- Nem pense nisso. - Ele responde.




O Idiota Da Minha SalaOnde histórias criam vida. Descubra agora