Eu tô aqui, Ambre

947 68 18
                                    

Quero deixar um agradecimento especial a @GeovanaGaby04, @Xaipop e @leitoradefanfics que foram as três primeiras pessoas a comentar no capítulo anterior. Obrigada por acompanhar minha fic, beijos!

Demorou um pouco  até Castiel terminar a consulta, fiquei esperando na recepção e a recepcionista não parava de olhar pra mim, não sei por quê. Até peguei uma revista e fiquei folheando para disfarçar, mas a mulher continuou a olhar.

- Tem alguma coisa em mim? É isso? - Não aguento mais me segurar e falo.

- Não kkkk. Me desculpe se pareci inconveniente, é que... - Ela parecia com vergonha de continuar a falar. - Você e seu namorado são tão jovens, por que a curiosidade de saber se ele é estéril ou não? Estão planejando ter um bebê? - Ela conclui.

Ai droga, todo mundo acha que nós somos namorados. Qual problema de acompanhar o ex-alguma coisa durante uma consulta para saber se ele pode ou não ter filhos? Super normal!

- Nós não somos namorados, ele é meu... meu... Olha, eu não sei o que somos, ok? Eu só posso dizer que não somos namorados, e que a atual dele está grávida, mas ele acha que ele é estéril e me pediu para acompanhá-lo até aqui. Nós temos uma história, um passado, não é fácil de esquecer, e parece que ele não quer esquecer, isso só faz complicar as coisas pra mim porque no final de tudo quem se ferra sou eu... sempre eu... - Lá estou eu, desabafando e chorando na frente de uma estranha, que provavelmente se assustou com a minha resposta, eu podia ter dito apenas um "não", mas não me controlei.

- Er... Sinto muito, não queria causar tanto transtorno... - Ela se levanta e traz um lencinho até mim.

Ai que vergonha, por que eu tô chorando tanto? Ela pegou no meu ponto fraco, um ponto que eu vim descobrir agora... Enxugo minhas lágrimas e dou um sorriso, para fingi que estou bem. Escuto a voz de Castiel falando com o doutor. Enxugo meu rosto mais uma vez, não quero que ele perceba que eu estava chorando, eu não ia aguentar tantas perguntas.

- Muito obrigado, doutor. - Castiel diz e aperta a mão do doutor.

- Não por isso... Os resultados saem daqui a um mês. - Ele diz.

- Nossa, mais rápido do que pensei. - Castiel fala.

Então ele vai descobrir antes da criança nascer, ótimo! Castiel parece bem realizado, acho que ele precisava mesmo fazer esse exame, vai ser um alívio para ele.

- Oi, e aí? - Pergunto a ele.

- Foi normal, daqui a um mês eu finalmente vou descobrir a verdade. - Ele responde e força um sorriso bem fraco.

Eu preciso perguntar, mas sei que vou me arrepender disso...

- O que você espera desse teste? - Pergunto, nós já estávamos do lado de fora da clínica, a procura de um táxi.

Ele hesitou por um tempo, e nem olhou para mim ao responder.

- Quero ser fértil, Lynna. Eu quero ter um filho, não importa com quem seja... Mas pra ser sincero, eu queria que o meu primeiro filho fosse com você, no futuro, quando casarmos, ter nossa casa, nosso emprego, tudo perfeito. - Ele responde com um sorriso brincalhão.

Era engraçado ouvir ele dizer aquilo, parecia tão real, me enchia de esperança.

- Hahahahahaha, para com isso, Red. Você está com a Debrah agora, o filho de você não vai ser feliz se crescer com os pais separados... Eu entendo bem disso, a diferença é que eu nem conheço o meu. - Falo. Acho que é a primeira vez que eu falei sobre isso com alguém, sobre meu pai.

- Se o filho for meu, né... Eu ainda tenho minhas dúvidas. Se a Debrah quiser que eu assuma o filho de outra, eu farei isso, mas não ficaria com ela, só se o filho fosse meu. - Ele fala.

Ele meio que tem razão,a responsabilidade se torna menos se a criança não for dele. Eu não sei por quê fiquei feliz com isso, talvez seja porque a Debrah é muito vadia e a chance do bebê não ser do Castiel é enorme, e assim eu fico com ele, se eu perceber que no final eu não vou me magoar. Finalmente conseguimos pegar um táxi e chegamos na casa. Era umas 18:00 horas da noite, nós entramos e todos vieram correndo em nossa direção, eles estavam nos esperando.

- Lynna, você não atende esse celular não? - Rosalya pergunta zangada.

- Eu não escutei ele tocando, desculpa. - Respondo.

- E você, Castiel? Por que saiu assim do nada com a Lynna e não avisou aonde ia? - Debrah pergunta  nervosa.

- Não enche, Debrah. Eu já escutei muita merda hoje, eu vou tomar um banho! - Ele responde com raiva e se retira.

Debrah fica sem entender nada, ela pareceu bem tocada com o que o Red disse. Eu que não ia ficar dando satisfação da minha vida a ela, resolvi fazer o mesmo que o Castiel fez, me retirar dali. Mas Debrah segura com força no meu braço quando passo do lado dela.

- Era isso o que você queria, não é Lynna? - Ela pergunta.

- Acho que sim. - Falo e tiro meu braço da mão dela.

Não, não era isso que eu queria, eu não queria uma briga, queria que o Castiel voltasse pra mim por conta própria e não por um vacilo dela. Fui a cozinha pegar algo para comer, os outros ficaram na área da piscina, sentados numas cadeiras lá.

- Você acha que... Esse filho pode ser do Dake? - Ambre chega de surpresa perto de mim, com uma cara de choro.

Eu não queria mentir pra ela, eu vou ser o mais sincera possível, de um jeito que não a magoe.

- Ambre, se for ou não, isso foi antes dele te conhecer, agora ele deve ser um novo homem. - Respondo, abraçando-a.

Coitada, a Ambre passou por coisas terríveis com o Red também, a mais tempo que eu... Ela merecia no mínimo um final feliz, ao lado de um cara legal. Tá, eu sei que ela fez muita merda comigo, mas eu a perdoo.

- Eu estou aqui, pra sempre... - Consolo-a enquanto ainda nos abraçamos.

- Obrigada, Lynna. - Ela diz aos prantos e me abraça mais forte.

O Idiota Da Minha SalaOnde histórias criam vida. Descubra agora