Park Jimin
- Oi, mãe - atendo o telefone, sem muita animação.
- Jimin, filho, onde está?
- Já estou quase chegando em casa.- digo.
- Tá bom, ande logo, preciso falar com você sobre uma coisa antes de eu ir trabalhar.- sua voz é agitada.
Desligo sem falar mais nada.
Ela parece mais feliz que o normal, fico procurando algum motivo para que ela esteja assim. Não nos metemos muito na vida um outro, apenas o suficiente para garantir que estamos bem. Já quis que isso mudasse e que fôssemos mais próximos, mas ela se entregou de uma vez para a prostituição quando se separou do meu pai, então não quero me envolver nisso e, além do mais, ela só me liga quando quer alguma coisa.
Minha mãe não tem muitas amigas, não somos próximos dos nossos parentes e os vizinhos não tentam manter contato com a gente. Eu, particularmente, não ligo muito e prefiro não ter gente se intrometendo em nossas vidas. Já é estressante e complicado o suficiente. Então somos só nós dois aqui.
Durante muito tempo, tentei várias formas de fazer ela parar com essa loucura toda, porém sempre acabava em discussão e ela dizendo que gostava muito do que fazia. O meu pai não reconhece mais a mulher com quem ele casou e não acha que consegue fazê-la entender que esse mundo é perigoso.
A minha mãe é uma pessoa complicada que vive em suas próprias ideias. Ela fez acompanhamento psicológico por um tempo, mas não aguentou continuar porque dizia que a psicóloga não entendia as suas reais necessidades. Parou de tomar os seus remédios e desde então acha que é uma super mulher e que precisa explorar o mundo da noite. Ela é incontrolável e imprevisível.
Sempre que penso nisso, começam os sintomas de crise de ansiedade. Moro com ela para poder cuidar dela e impedir que algo aconteça dentro de casa, mas a minha mãe pode ficar muito perigosa, para si e para os outros, já ameaçou a mim, ao meu pai e não tenho dúvidas de que ela é capaz de cumprir o que diz.
É claro que com tanta responsabilidade que joguei em mim desde pequeno e com tantas coisas caóticas que acontecem, até os meus dezenove anos de vida passei por duas depressões, e isso colabora com que eu tenha apenas memórias ruins.
Quanto ao meu pai, vejo ele algumas vezes por mês, saímos para almoçar ou jantar no meio da semana e passo alguns finais de semana na casa dele, temos uma relação muito boa e minha madrasta o faz muito feliz. Isso me deixa tranquilo.
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Chego em frente de casa. Olho para o sobrado pintado de cinza escuro, iluminado pelos postes já acesos da rua, o pequeno gramado cortado recentemente com tanta delicadeza e o caminho de pedras que leva até a porta. Característica da maioria das casas desse bairro.
Respiro fundo e vou me aproximando da casa com as luzes brancas saindo pelas janelas de baixo, entro e vou direito até o quarto de minha mãe onde tenho certeza que ela está se arrumando para sair.
- Mãe? - dou duas batidas na porta. Fico apreensivo com a possibilidade de não saber lidar com o que está prestes a vir.
- Entre! - assim eu faço. Vou abrindo a porta bem devagar até que esteja aberta por inteira. Minha mãe está no seu banheiro.

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Fake Bitch • Jikook
FanficEm um dia qualquer da sua vida tediosa, Park Jimin é surpreendido com a atitude violenta e absurda da sua mãe que o força a se colocar no mundo carnal da prostituição, mas o que ele menos espera é se apaixonar por um de seus "clientes", um homem, cu...