Capítulo 4

375 21 1
                                    

Fui até à sala e sentei-me no sofá.

Empregada: Desculpe, a menina vai querer que traga o pequeno-almoço aqui?

Eu: Não precisa, não tenho fome, mas obrigada.

Empregada: Com licença. - retirou-se. Levantei-me e andei pelo corredor, na ideia de ir para o meu quarto. Mas a meio caminho, passei pela porta do escritório do Tiago. Será que posso...? Ele saiu por algumas horas e acho que não há problema em ir dar uma vista de olhos. Pus a mão na maçaneta e rodei a mesma, ainda estando um pouco insegura do que estava a fazer. Abri com cuidado e entrei. Isto é lindo... Aproximei-me da mesa e vi alguns papéis em cima da mesma. Peguei numa folha e li atentamente o que lá estava escrito.

Folha On

Et ut nautis et furantur. Quid vobis videtur de nostro rogationem?

Cosa vuoi? Laura o droghe?

Threat 💀

Folha Off

O Tiago não quer saber disto? Mas ele faz ideia do que isto seja? Alguém abre a porta bruscamente, fazendo com que eu largasse a folha rapidamente.

Tiago: O que estás aqui a fazer!? - aproximou-se de mim, olhando-me furioso. Eu já estava ficando com medo.

Eu: Eu não quis fa... - deu-me uma chapada no rosto. Agarrou o meu cabelo.

Tiago: Cuida da tua vida! - jogou-me no chão - Nunca mais te quero ver no meu escritório! - levantei-me e baixei a cabeça. Andei até à porta e pus a mão na maçaneta - Nunca mais entres aqui! - abri a porta e saí. Fui até à sala e sentei-me no sofá. Liguei a Tv e fiz zapping, mas não estava a dar nada que preste. Levantei-me e saí, indo para o exterior da mansão. Sinto alguém puxar o meu braço.

Eu: Para onde vamos?

Tiago: Cala-te. - saímos da mansão, indo até a algum lugar, já que ele não me disse para onde íamos. Passa um louco a alta velocidade numa mota e joga uma pedra embrulhada num papel - FILHO DA PUTA! - ele pegou na pedra, jogando a mesma fora e lendo o que estava escrito no papel - Mas que merda é esta? O gajo drogou-se, foi?

Eu: O que é isso? - ele olhou para mim e baixei a cabeça. Ele acariciou a minha mão.

Tiago: São umas frases estranhas. Estão escritas noutra língua, mas nem ligo.

Eu: Desculpa perguntar... Mas estão escritas na mesma língua que aquelas frases que estavam nos papéis... Do teu escritório? - ele apertou um pouco a minha mão e respirou fundo.

Tiago: Sim.

Eu: Ok... Onde vamos?

Tiago: Laura, não me irrites... - apertou a minha mão e puxou-me até um beco. Até perguntava a razão de estarmos aqui, mas não iria servir de nada... Um homem de roupas pretas e de óculos escuros - Trouxes-te? - ele tirou os óculos e olhou para mim - Não te preocupes com ela. Trouxes-te?

Xxx: Claro. - pôs a mão dentro do casaco e tirou uma caixa, entregando a mesma ao Tiago - Tens o guito? - Tiago pôs a mão dentro do bolso do casaco e tirou uma grande quantia de dinheiro, entregando a mesma ao homem.

Tiago: Está aí tudo. - o homem voltou a pôr os óculos e foi embora. Tiago puxou-me, voltando para a mansão.

Entramos na mansão e novamente, ele voltou a puxar-me até ao seu quarto. Entramos, ele deitou-se na cama e puxou-me para o seu colo. Sinto um cheiro a cigarro, provavelmente, Tiago estará a fumar. Ele afasta o meu cabelo do meu pescoço, depositando um beijo no mesmo.

Eu: Porque fazes isto...?

Tiago: Porque eu quero, mando e posso.

Eu: Porquê eu?

Tiago: Devias saber o motivo. Mas não sabendo, melhor.

Eu: Tantas raparigas no mundo...

Tiago: E tu foste a única que chamou a minha atenção. - interrompeu-me.

Eu: Preocupas-te com alguém? - uma pergunta estranha, mas ok.

Tiago: Não achas que estás a meter-te demais na minha vida?

Eu: Não tens medo da morte, pois não?

Tiago: Não.

Eu: Já reparei. Nem ligas às ameaças...

Tiago: Quais ameaças?

Eu: Esquece, não era isso que queria dizer...

Tiago: Tens saudades de alguém?

Eu: De tudo... Mas principalmente da minha irmã...

Tiago: Isabel Castro...

Eu: Sabes quem é a minha irmã? - reparei que ele sentiu-se extremamente incomodado com a minha pergunta.

Tiago: Sou líder de um gangue, eu te sequestrei... Claro que sei tudo sobre ti e a tua família.

Eu: Então deves saber onde ela está.

Tiago: Não... Mas não penses nela... Talvez lhe aconteceu alguma coisa ou talvez perdeu todos os contactos.

Eu: Só espero que ela esteja bem. - ele pôs a mão no meu rosto, fazendo com que ficássemos frente a frente. Passou o dedo pelos meus lábios e aproximou-se, passando agora, os seus lábios tocarem nos meus. Somos interrompidos por alguém abrindo a porta bruscamente.

Xxx: Seu filho da puta! Eu sei que foste tu que matas-te um dos meus homens!

Tiago: Baza! Agora não!

Xxx: Porquê!? Não queres que a Laurinha saiba que para além de traficante de droga és assassino!? Ou talvez não queres que a Laura fique a saber da verdade.

Tiago: JÁ DISSE PARA BAZARES, QUE AMANHÃ RESOLVEMOS ISTO!

Xxx: Só espero que não fujas, seu covarde. Ainda vou me vingar! - saiu. Olhei para o Tiago.

Tiago: Pára de olhar para mim assim! Sai daqui! - levantei-me e saí do quarto dele, me dirigindo ao meu. Entrei e sentei-me na beira da cama. Eu quero saber qual verdade é que ele estava a falar... Se tem algo haver comigo, eu tenho todo o direito de saber o que é. Levantei-me e fui até à janela, me debruçando sobre a mesma. Tou cansada disto... Quero a minha liberdade de volta... Sei que tenho várias oportunidades para o denunciar à polícia... Mas ele vai acabar por se livrar da denúncia e vai procurar-me... Matar-me... E eu ainda tenho uma longa vida pela frente. Ainda me lembro dos primeiros dias em que o Tiago batia-me ou estrupava-me com ou sem motivo... Mas depois ele acalmou-se, mas o inferno continua...

KidnappedOnde histórias criam vida. Descubra agora