Capítulo 22

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Tiago: Sai da minha casa! Sai da minha vida!

Eu: Dizes isso, mas depois já estás aqui a beber por todos os cantos deste quarto, pensando em quando eu irei voltar!

Tiago: É verdade! E se sabes isso, então não saias da minha casa nem da minha vida! Por favor, volta para aqui!

Eu: Não quero!

Tiago: Eu conto o que tanto queres saber... - virou a cara.

Eu: O quê?

Tiago: O porquê de eu ter te sequestrado...

Eu: Podes dizer-me agora. Não preciso voltar.

Tiago: Achas que sou estúpido? Voltas e eu conto ou não voltas e ficas sem saber o porquê.

Eu: Tu não podes fazer isso! Eu tenho o direito de saber!

Tiago: A escolha é tua, boneca. - saí daquele quarto, daquela casa... Voltei para casa do Gonçalo e ele estava com duas malas grandes.

Eu: Gonçalo? Vais viajar?

Gonçalo: Desculpa... Mas tenho de ir... Aconteceu um problemas familiares e eu tenho de ir...

Eu: Mas vais voltar?

Gonçalo: Suponho que não...

Eu: Mas e nós?

Gonçalo: Laura... Tu foste a melhor coisa que aconteceu na minha vida... Mas relacionamento à distância não vai dar... Nunca irei esquecer-me de ti.

Eu: Então eu volto para casa do Tiago.

Gonçalo: Não, tu podes ficar aqui.

Eu: Não quero... E o Tiago está passando por uma fase complicada... Então... Boa viagem. - depositei um último beijo nos seus lábios.

Gonçalo: Eu adoro-te.

Eu: E eu a ti. - ele foi embora. Fui até ao meu quarto e arrumei as minhas coisas nas minhas malas.

Finalmente terminei. Saí de casa, dirigindo-me à casa do Tiago.

Toquei à campainha novamente a empregada abriu a porta. Entrei, indo logo para o meu quarto. Tiago, estava deitado na cama, com uma garrafa de vodka na mão.

Eu: Espero mesmo que me contes. - ele olhou para mim e sorriu ao ver as malas. Ele levantou-se, trancou a porta e puxou-se até à cama, sentando na mesma - Podes começar.

Tiago: Acho que arrependi-me.

Eu: Não arrependes-te nada. Fala.

Tiago: É difícil dizer isto... Mas primeiro... - ele levantou-se, abrindo logo a gaveta e tirando um papel. Sentou-se à minha frente e deu-me o papel - Ainda te lembras disso? - reparei que era aquela carta que os Threat enviaram-me, a revelar tudo.

Eu: Claro que sim.

Tiago: Isso que eles escreveram... É... É tudo verdade...

Eu: O quê? Tudo?

Tiago: Sim, tudo... Eu realmente namorei com a tua irmã... Ela sabia tudo sobre a minha vida, até do gangue e tudo o que fazia lá. Eu pedi à Isabel para que a nossa relação fosse segredo, mas os Threat descobriram. Todos os dias, a Isabel falava-me de ti e até mostravam fotos vossas juntas... E por incrível que pareça, cada dia que ela falava de ti, mais eu gostava de ti, que o amor que eu sentia pela Isabel foi-se apagando, chegando a um dia que acabei com ela.

Eu: Mas o que o Cristiano tem haver com isso?

Tiago: Eu e ele éramos melhores amigos, e claro que ele apresentava-me todas as namoradas dele. Quando ele me apresentou à Isabel, pouco tempo depois, ela acabou com ele, para ficar comigo. Naquele dia em que acabei com a Isabel, o Cristiano aproveitou essa oportunidade para a sequestrar e para depois a matar... Quando eu soube que ele queria fazer o mesmo contigo e tu não me conhecias de lugar nenhum, eu não tive outra opção sem ser sequestrar-te... Porque... Eu queria o teu bem.

Eu: Querias o meu bem? Então porque me estrupavas e me agredias?

Tiago: Tu desafiavas-me... E eu não gosto que as pessoas me desafiem... No primeiro dia em que te sequestrei, tu me irritas-te e muito... Fazendo aquilo... Desculpa, eu não queria que a tua primeira vez fosse tão dolorosa, mas eu estava de cabeça quente.

Eu: Eu lembro-me desse momento como se fosse ontem... Tu magoaste-me muito... E eu nunca tinha imaginado a minha primeira vez assim...

Tiago: Desculpa... Mas entende uma coisa... Eu sequestrei-te para te salvar.

Eu: Verdade... Se não fosse tu, eu já não estaria aqui...

Tiago: Achas que iria deixar alguém fazer mal à rapariga que eu amo desde há 2 anos?

Eu: O quê?

Tiago: Eu acabei com a tua irmã, porque me apaixonei por ti. - olhei nos olhos dele, sem dizer uma palavra.

Eu: Tiago, não gozes.

Tiago: Eu não estou a gozar, estou a falar a sério. - ele pôs a sua mão na minha bochecha, acariciando a mesma - Aredita em mim.

Valéria: Baby, sai daí! Comprei uma lingerie nova e quero experimentá-la! - gritou do outro lado da porta.

Eu: Tiago... Eu não sei o que sinto por ti...

Tiago: Não sentes o mesmo, é isso. Mas não importa, também não vou ficar aí a beber pelos cantos só porque não sentes o mesmo. Não sabes a sorte que tens. Muitas raparigas gostavam de estar no teu lugar.

Valéria: Baby, estás a ouvir-me? Não morres-te, pois não? - baza sua estúpida!

Eu: Que bom para elas. Se já acabas-te. - apontei para a porta - Tens alguém à tua espera.

Tiago: Não sei porque me declarei. Tu és uma cabra, e agora tudo o que sinto por ti é ódio.

Eu: Que bom. E obrigada pelo o elogio. - ele levantou-se, destrancando logo a porta.

Valéria: Finalmente. - ela olhou para mim - O que estavas a fazer trancado no mesmo quarto que aquela coisa? - apontou para mim.

Tiago: Nada. Vamos, quero ver essa lingerie. - entraram no quarto do Tiago. Eu não entendo aquele estúpido. Primeiro declara-se e agora vai para a cama com aquela cabra? Sabia que ele estava a gozar com a minha cara. E tudo o que ele disse deve ter sido outra mentira dele.

Porra, acho que nunca ouvi tantos gemidos na minha vida. Há quanto tempo é que eles estão naquilo? Mais ou menos 2 horas. De certeza que eles vão demorar um pouco mais, por isso... Dirigi-me até à porta do escritório do Tiago e tentei abri-lá, mas a mesma estava trancada. Aquele gajo de burro não tem nada.

Tiago: O que estás a fazer?

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