Capítulo 65

56 6 2
                                    

Eu: Nada. Apenas queria saber como estava.

Tiago: E porque ele quer saber isso?

Eu: Pelo amor de deus, eu e o Scott somos amigos.

Tiago: Eu sei bem como essa amizade evoluiu.

Jelena: Eu vou andando. Beijo, amores. - saiu.

Eu: Tiago, por favor não comeces. - saio da sala, indo até ao meu quarto.

Tiago: Não começar? Eu não estou a começar nada! - veio atrás de mim.

Eu: Deixa-me sozinha! - entro no meu quarto, fechando a porta na sua cara.

Tiago: Miúda mimada. - sussurra.

Eu: Eu ouvi isso! - grito.

#Alguns meses depois#

Já não aguento com esta barriga novamente. São 8 meses que carrego a pequena Lara. Pois é, mais uma miúda. Olho para Alexa, que há poucos meses completou 1 ano, que estava a brincar com os brinquedos de Christopher, e ele já estava farto de emprestar os seus brinquedos à irmã.

Christopher: Laura, onde está o papá?

Eu: Não sei e não quero saber.

Christopher: Ainda estão chateados? - olha-me triste. Tiago, depois de saber que o Scott queria saber novidades minhas, ficou chateado e há alguns meses continua a teimar com isso. Eu sinto até que... Ele quer acabar comigo, mas não o faz pelas crianças... Eu vejo que ele já não tem a mesma paciência que tinha comigo antes. Estas saídas longas... Eu acho que ele voltou a ser o mesmo Tiago de antes... O que gosta de variar o menu... Agora ele mal me dirige a palavra.
Ouço a porta se abrir.

Christopher: Papá! - sorri.

Tiago: Olá, campeão. - pegou nele e o abraçou. Voltou a colocá-lo no chão. Acariciou a bochecha na Alexa - Olá, princesinha. - ela riu. Tiago olha para mim e força um sorriso. Isto não, pelo amor e deus, sorrisos forçados não! Levanto-me e vou até à cozinha. Sento-me na cadeira, coloco os cotovelos na mesa e escondo a minha cara nas minhas mãos - Podias ter evitado aquila cena à frente do Christopher. - sinto os meus olhos arderem - Assim ele ainda pensa outras coisas. Eu sei aue ele pensa que estamos chateados.

Eu: E não estamos!? - tiro as mãos da minha cara.

Tiago: Claro que não. - sentou-se à minha frente.

Eu: Tiago, já chega! As coisas entre nós já não são as mesmas!

Tiago: Estás a falar do quê?

Eu: Essas saídas prolongadas! O que andas a fazer e que não me contas! Quantas são!? 1!? 2!? 3!?

Tiago: Quantas quê? - olha-me confuso.

Eu: Gajas! Com quantas gajas é que me andas a trair!?

Tiago: Tu estás a alucinar. - levantou-se.

Eu: Admite, Tiago!

Tiago: Eu não vou aturar as tuas paranóias. - saiu da cozinha.

Eu: És um merda! Um merda! - deixo as lágrimas caírem - Um merda!

Respiro fundo, seco as lágrimas, levanto-me e saio da cozinha. Vou num instante ao meu quarto pegar na minha bolsa e saio. Vejo o Tiago brincando com a Alexa e com o Chris. Saio de casa, me dirigindo até o parque, um lugar que é capaz de me ajudar a acalmar.
Paro na calçada, à espera que o sinal para os peões fique verde, o que não demorou muito. Atravesso a passadeira.

Xxx: Menina, cuidado! - olho para o lado e vejo um carro muito perto de mim, e no mesmo instante sinto uma pancada forte contra o meu corpo, sendo isso a última coisa que me lembro antes de apagar.

Pov Jelena

Tento consolar o Henry. Coitado, ainda não superou a prisão da mãe.

Eu: Pensa positivo, amorzinho.

Henry: Como eu vou pensar positivo com a minha mãe presa? - tirou os óculos para poder limpar as lágrimas.

Eu: Ela agora já não pode interromper aqueles nossos exercícios. - mordo o meu lábio inferior.

Henry: Jelena, existe outras coisas para além de sexo! - levantou-se.

Eu: Olha, Henry, foi bem feito a tua mãe ter sido presa, porque o que ela fez foi horrível! Aliás, a tua mãe também deveria ter sido morta, tal como ela fez com o nosso filho! - Henry olha-me decepcionado.

Henry: Jelena, sai.

Eu: Eu vou sair, não te preocupes. - viro-me para sair do seu quarto.

Henry: E nunca mais voltes a aparecer cá. O que a minha mãe fez foi horrível e imperdoável, mas é a minha mãe e não quero o mal para ela. Jelena, esquece a minha mãe. - abro a porta - Ah, e mais uma coisa... Esquece-me. - viro-me para ele.

Eu: Mais uma vez acabou?

Henry: E enquanto continuares com essa mentalidade sobre a minha mãe, não iremos recomeçar, novamente.

Eu: Não Henry. Enquanto continuares com essa mentalidade sobre a tua mãe, não iremos recomeçar, novamente. Tu és um miúdo que até pode perceber todas as matérias que aprendes na escola, mas sobre ter a mentalidade correta não percebes mesmo nada. - saio do quarto e fecho a porta. Sinto um vazio no meu peito ao fechar esta porta. Abri-a namorando com um rapaz super amoroso, super querido... A razão dos meus pensamentos impuros... O miúdo que eu tanto amo, e agora estou a fecha-lá solteira de um rapaz nem noção nenhuma, de um miúdo parvo.
Saio da sua casa e volto para a minha. Pelo caminho vejo uma múltidão. O que será que aconteceu? Me aproximo e vejo a ambulância indo embora e um rapaz sendo preso. Vejo uma poça de sangue na estrada. Hoje em dia não estamos seguros até quando estamos atravessando uma passadeira.
Saio do meio daquela gente curiosa e continuo o meu caminho até à minha casa.
Entro.

Eu: Mãe...? Pai...? - silêncio. Suspiro, vou para o meu quarto. A primeira coisa que vejo são as várias fotos minhas com o Henry que coloquei na parede. Sinto os meus olhos arderem ao me lembrar do que aconteceu. Me aproximo da parede para tirar todas as fotos, mas ouço o meu telemóvel tocar na hora. Atendo.

Chamada On

Tiago: Jelena! - fala desesperado e com voz de choro.

Eu: O que aconteceu? - pergunto preocupada.

Tiago: Vem para o Hospital, rápido!

Eu: Porquê?

Tiago: A Laura! Vem! - desligou.

Chamada Off

KidnappedOnde histórias criam vida. Descubra agora