Capítulo 16

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Tranquei a porta. Aquela gaja está a meter-me nojo... Abri a gaveta e peguei outro saquinho com droga. Abri o saquinho, despejando a cocaína em cima da mesinha de cabeceira. Eu vou fazer isto sim, já não quero saber de mais nada. Inspirei o pózinho todo. O Tiago é um estúpido em proteger aquela loirinha. Ela é uma sonsa... Isto não é suficiente, preciso de mais. Abri novamente a gaveta, pegando em outro saquinho, despejando novamente em cima da mesinha de cabeceira. Inspirei mais uma vez o pózinho todo. Dirigi-me até à porta, destrancando a mesma e saindo logo do quarto. Fui para a cozinha, onde encontrei o Tiago. Virei-me para sair dali, mas Tiago fala.

Tiago: Não precisas fugir. - virei-me, voltando a olhar para ele.

Eu: Eu não estou a fugir. - peguei num copo, enchendo o mesmo com água, dando um gole logo de seguida. Tiago pôs a mão no meu queixo, fazendo com que eu olhasse para ele e virei a cara logo de seguida.

Tiago: Achas que eu não reparei?

Eu: Não sei do que estás a falar.

Tiago: As tuas pupilas... - ele olhou para os lados - Onde arranjas-te a droga?

Eu: Eu não me droguei.

Tiago: Se calhar fui eu. Eu sei muito bem quando uma pessoa está drogada.

Eu: Mas desta vez enganaste-te.

Tiago: Mas agora vou ter que trancar a porta do meu escritório?

Eu: Faz o que quiseres.

Tiago: Tu livra-te de tirares mais algum saquinho com droga.

Eu: Eu já disse que não tirei nada, que não me droguei e que estou perfeitamente bem, porra! - saí da cozinha, indo logo para o meu quarto. Sentei-me na cama e logo a porta é aberta bruscamente.

Tiago: Tu não me mintas!

Eu: E se eu disser que tirei? Qual é o problema?

Tiago: O problema é que não quero que te drogues!

Eu: Porquê!?

Tiago: Só... Não te drogues. - ele olhou para o seu relógio de pulso, trancando a porta logo de seguida. Aproximou-se, sentando-se ao meu lado - Já é meia noite.

Eu: E o que eu tenho haver com isso?

Tiago: Não te esqueceste do que disses-te, pois não?

Eu: Claro que não... Mas eu arrependi-me do que disse. - ele respirou fundo, saindo do meu quarto, um pouco furioso.

#No dia seguinte#

Tiago: Despacha-te, não tenho o dia todo!

Eu: Pronto, vamos. - fomos até à garagem, entrando logo de seguida no carro dele. Olhei para ele e o mesmo arrancou.

Tiago: Vais olhar muito?

Eu: Porque estás assim? Por acaso fiz alguma coisa errada?

Tiago: Claro que não. Prometeste-me uma noite de sexo e à última da hora arrependeste-te. Isso com certeza não é nada.

Eu: Desculpa!? Mas tu estás assim por uma noite de sexo que nem chegou a acontecer?

Tiago: Cala-te.

Eu: Porque não foste satisfazer os teus desejos com a loira?

Tiago: Ela não me dá o prazer que tu me dás.

Eu: Infelizmente. - ele estacionou o carro perto da escola.

Tiago: Longe do Duarte. - revirei os olhos, saindo do carro logo de seguida. Entrei na escola, esbarrando logo em alguém.

Duarte: É bom ver-te logo de manhã. - sorriu. Baixei a cabeça, ignorando o que ele disse, indo para o pátio. Sentei-me debaixo de uma árvore, um pouco longe dos outros - Não precisas fugir. - sentou-se ao meu lado.

Eu: Eu só não quero que arranjes problemas com o Tiago por minha causa.

Duarte: Não me importo. - tirou um maço de cigarros de dentro da sua mochila. Abriu, tirando logo de seguida um cigarro. Pegou o isqueiro de dentro do bolso da suas calças, acendendo logo o cigarro e colocando o mesmo na boca - Queres experimentar?

Eu: Não sei...

Duarte: Deixa de ser menininha. Só um não vai fazer-te nada. - deu-me um cigarro e o isqueiro. Acho que ele tem razão... Só um não vai fazer-me nada. Acendi o cigarro, colocando logo o mesmo na boca - Sabia que ias experimentar. - ele pôs o braço por cima do meu ombro - Se quiseres mais é só pedires.

Eu: Não vai ser preciso.

Duarte: Porquê? Não me digas que ficas-te com medo de fumar mais uns.

Eu: Não é isso... Esquece... Tu... Por acaso já experimentas-te drogas?

Duarte: Nunca, mas queria. - abri a minha mochila, pegando num saquinho com droga, dando o mesmo a ele - Onde arranjas-te isto, miúda?

Eu: Não precisas de saber. Tu queres experimentar, então já tens aí droga. - ouvi a campainha tocar - Vamos.

#Depois das aulas#

Vi o carro do Tiago aproximar-se e joguei o cigarro no chão, apagando o mesmo. Entrei no carro dele e o mesmo arrancou.

O caminho todo foi silencioso... Ele quer falar comigo de alguma coisa, de certeza. Ele estacionou o carro na garagem da mansão. Saímos do carro e logo o Tiago encostou-me ao carro.

Tiago: Para além de começares a drogares-te, agora está a começar a fumar.

Eu: Eu não fumei.

Tiago: Achas que sou estúpido?

Eu: Sim. - ele deu-me uma chapada.

Tiago: Não comeces! Se eu sei que fumas-te ou te drogas-te outra vez, não vais queres ver nem uma coisa nem outra à tua frente. - saí dalí num passo apressado até ao meu quarto, com algumas lágrimas insistindo em cair. Esbarrei na Valéria.

Valéria: Não tens olhos na cara? - empurrei-a, fazendo com que ele caísse no chão - Estúpida!

Tiago: Laura! Já disse para parares de fazer isso! Deixa a Valéria em paz! Ela não te fez mal nenhum! - ajudou-a a levantar. Entrei no meu quarto, fechando a porta com força. Sentei-me na minha cama e logo ouço alguém abrir a porta. Vejo a loira aproximar-se.

Valéria: Não gastes as tuas energias tentando pôr o Tiago contra mim, ele nunca vai acreditar em ti.

Eu: Eu odeio-te... E o Tiago é muito ingênuo em acreditar numa sonsa como tu...

Valéria: Sonsa? Eu? Querida, eu não sou nada disso. Como o Tiago pensa, eu só sou um anjinho indefeso que sofre nas tuas garras.

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