My Love Is In Mourning

QUE CONVERSA É ESSA?

Angel.

Acordo com algum cachorro latindo, pois o carteiro passava. Coloquei o travesseiro no ouvido para que o barulho diminuísse, mas pareceu que aumentou mais. Levantei irritada, fui até o relógio do corredor e vejo que ainda era cedo - Tudo culpa daquele cachorro.
Vou até a cozinha, abro à geladeira, pego a garrafa de Whisky que tinha pela metade e volto para meu quarto bebendo. Deito-me, viro de um lado para o outro, ligo a TV, brinco de mudar de canal, mas nada me interessa, então desliguei e fiquei olhando o teto em um grande tédio. Escuto alguém subindo as escadas e me sento na cama meio assustada...

— ALGUÉM EM CASA? - grita Malia invadindo meu quarto.

— Já viu que tem gente, agora some. - jogando o travesseiro nela e bebo mais um gole da minha bebida.

— Chata! - mostra a língua — Eu quero, o que está bebendo? - se joga na minha cama.

— Urina, quer? - falo virando mais um gole.

— Ai sua nojenta, está de mau humor, Anjinha? John não está fazendo o trabalho certinho, foi? - fala rindo e pegando a garrafa da minha mão tomando.

— Que tormento você, hein! E não, eu e John não temos nada, você como minha amiga, deveria saber disso - respondo olhando para parede.

— Mas e o beijo? Não significou nada para você? Não sei, Anjinha, você não se abala quando o papo é garotos, não gosta de ficar de rolinhos, não se abala quando leva um fora e não fala com a gente o que sente em relação à eles - ela vira a garrafa toda.

— Olha a mentira! Eu sempre conto tudo para você, só não quero falar sobre. - falo ainda olhando a parede - Estava pensando em colocar um quadro ali, mudar a cor da parede, o que acha? - tento mudar de assunto.

— Vai ficar legal - olha junto comigo.

— Legal, então amanhã mesmo irei mudar o quarto - falo animada - AH! Já ia me esquecendo, Soph pediu para gente organizar uma festa para a chegada do irmão dela. Vou avisar as meninas. - pego meu celular e mando para o Grupo "As Trevosas" avisando elas.
As meninas e eu ficamos conversando por mensagem e sem ao menos perceber, acabo caindo em um leve sono.

Fui acordada com a risada e a voz da Malia. Escuto falando de mim para alguém. Sai do meu quarto indo pé por pé, até o primeiro degrau da escada onde dava para ouvir melhor e "ativo" a audição.

"Mas tenta ir para festa, John! Aposto que ela irá ficar muito feliz de te ver lá"

"- Irei tentar ir! Você comentou com ela sobre o beijo? Você sabe se ela gostou?" - percebo que é a voz de John.

"- Sim, comentei, continua negando, mas tenho total certeza que ela gostou."

Após escutar aquela conversa, fiquei tão irritada. Não sabia se batia na cara da Malia por estar convidando aquele babaca ou se batia nela por falar que sentia algo por alguém, sendo que eu não sentia nada, além de pena por correr tanto atrás de alguém que não quer nada com ele.

Desci as escadas rapidamente e peguei o celular da mão da Malia.

— ANGEL! - grita Malia.

— EU NÃO GOSTO DE VOCÊ, JOHN WOOD YOUNG! EU ODIEI E ODEIO QUALQUER CONTATO COM VOCÊ! - Digo gritando e desligo o telefone.

— QUAL É O SEU PROBLEMA, ANGEL? - Malia diz muito irritada.

— VOCÊ FICA DIZENDO PARA ELE QUE GOSTEI, SENDO QUE EU JÁ DISSE QUE NÃO! A PERGUNTA CERTA É: QUAL É O SEU PROBLEMA, MALIA? - grito.

— Você gosta dele. - ela se senta na cadeira.

— QUER QUE DESENHE PARA VOCÊ ENTENDER QUE EU NÃO GOSTO? Já disse que não! - digo ainda irritada.

— Você guarda sentimentos por ele. - retruca emburrada.

— Meu anjo, no momento a única pessoa que guarda sentimento aqui é minha mão que vai decolar na sua cara. Malia, faz um enorme favor, vai encher o saco de outro porque o meu está bem cheio!

- Tá, tanto faz. Te encontro na festa – ela sai batendo a porta e suspiro bem fundo.

Fui a geladeira pegar um Whisky puro e me joguei no sofá.

Enfim, em paz!

— EEEII!! - fala Camille entrando.

Dá pra acreditar nisso?

— O QUE FOI? - Pergunto a olhando.

— O que você disse no grupo hoje, hein? - Cami pula em cima de mim.

— Sobre o gato da padaria?

— E o que mais?

— O gato da lavanderia?

— E? – penso mais um pouco.

— Tinha que pintar minhas paredes.

Camille ri alto e me olha

- A FESTA, ANGEL!

Me levanto rápido, ponho a roupa que havia separado, arrumo minha franjinha e pego o meu Pen-drive com as músicas.

Chegamos lá e já havia várias pessoas. Vi um garçom passando, peguei um Shot de tequila e virei.

— MEU DEUS, MALIA! ONDE VOCÊ ACHOU TANTO DE GENTE BONITA? – sorrio olhando ao redor.

— Eu sempre arraso, querida! - Malia retribui o riso.

— VAMOS ANIMAR ISSO AQUI! - coloco as músicas no último e todos vão para pista.

Encosto na mesa observando tudo o que as meninas tinham feito e vejo Isabella conversando com um cara bonitão. Será que é o tal Jensen que as meninas tanto falaram? Se for, é bonito mesmo. Fui para pista dançar ao som de Tired - Alan Walker.

Olhei para entrada, parei de dançar porque vi um cara muito, hiper, mega gato entrar, era o típico homão. Ele era alto, cabelo castanho claro, quase loiro, barba mal feita que era o que o deixava sexy. Então saio dos meus pensamentos ao escutar Camille gritando:

— JENSEN!! FINALMENTE VOCÊ CHEGOU! QUE DEMORA - Camille corre para o abraça.

— Estava arrumando meu cabelo. - ele diz e então lembro o que Sophie falou sobre o tal Jensen que era machista e egoísta.

— NÃO ACREDITO QUE ESSE GATO É TUDO ISSO! - vejo todos ao redor me olhando.

— Quem, Angel? – pergunta Malia.

— Nada, pensei alto demais! - bebo.

Eu estava admirando de longe aquela obra-prima e encostei perto das meninas vendo John dançando com uma menina.

— Quem é aquela, Isa? - pergunto mostrando disfarçadamente.

— Ela é uma vampirinha novata, se chama Bruna. - responde Isabella a encarando.

— Hm. - olho eles — Acha que eles vão se pegar?

— Não sei, mas... Por que esta tão preocupada assim? - ela me olha segurando um leve riso.

— NÃO! DEUS ME LIVRE! Estou perguntando porque quem sabe o John não me deixa em paz de uma vez por todas. - rio.

Eu estava brava, mas não porque o John estava dançando com Bruna, mas porque ele tinha acabado de me chamar para dançar. Eu não estou com ciúmes! Eu não estou com ciúmes! Ele olhava para mim e dava aquele sorriso sem vergonha. Então olhei para o lado e lá estava Jensen do meu lado. O agarrei o beijando e o mesmo retribuiu colocando as mão em minha cintura – também não sei o que deu em mim - John parou de dançar e fixou o olhar. Paro de beijar Jensen e... Puta merda, esse desgraçado beija muito bem.

— Estava na seca é? - Jensen fala virando um gole de sua bebida e ainda com mão em minha cintura.

— Claro que não! Foi engano, achei que fosse outra pessoa. - falo o olhando — Até que você não beija mal - falo e vejo que ele não gostou nem um pouco.

— Digo o mesmo, mas creio que já beijei melhores. - solta minha cintura.

— Bacana! Também já beijei bem melhores. Pena que esse beijo foi engano, achei que fosse um outro cara, mas não era. - o olho de cima em baixo e mordo os lábios - Muito gostoso... É... Digo, ele é bem mais gostoso que você... Não que você seja, é... Você é gostoso pra caralho, mas o outro é mais!