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Ressaca! Ressaca!

Minha cabeça lateja escutando essas palavras ecoando.

Corpo ingrato.

Depois de tanta diversão ele deveria está repleto de energia; revigorado. Mas não, parece que um caminhão estacionou sob o meu corpo e está buzinando ainda por cima.

Pelo relógio do meu celular, vejo que já passa de uma hora da tarde quando acordo pela segunda vez. A primeira foi de manhã cedinho, quando saí sem anunciar da cama do Gustavo e peguei um Uber pra casa.

Levanto da cama com a sensação de que o mundo está rodando mais rápido. Sinto minhas articulações rígidas após dormir por seis horas consecutivas no sofá da sala.

- Preciso de um banho. E um remédio pra dor de cabeça. - Encontro um Advil no armário da cozinha e bebo com um copo de água gelada. - Isso deve resolver. - Vou me arrastando até o meu quarto, onde tiro minhas roupas e pego uma toalha.

Depois de um banho quente e longo, me sinto um pouco melhor e procuro algo pra comer. Nesse momento escuto meu telefone tocando em algum canto do apartamento. Esse lugar está uma bagunça!

- Vejo que alguém encontrou o telefone! - Marina está do outro lado da linha, mas pela altura da sua voz é como se ela estivesse do meu lado, gritando bem no pé do meu ouvido.

- Você pode falar um pouco mais baixo? Obrigada!

- Pelo visto a ressaca veio forte hoje, em amiga. - Ela ri. - Chegou bem em casa?

- Na minha ou na do Gustavo? - Contenho um sorriso.

- Você é uma safada, Manuela Bicalho!

- Eu sou uma mulher solteira, Marina. - Dou de ombros, como se ela tivesse me vendo pelo telefone. - E um Gustavo é um bom P.A.

- P.A?

- É Marina, pau amigo. Você mal começou a namorar e já esqueceu essas coisas?

- Não estou namorando, Manuela!

- Ah está sim! E agora vou ser obrigada a encontrar uma nova amiga solteira.

- Sem essa de arrumar outra amiga - Bufa. - Além do mais, vamos sair hoje. Vou procurar alguma noitada boa para nós.

- Sozinhas? - Já imagino a resposta e reviro os olhos.

- Desde quando vou acompanhada pra uma noitada, Manu?

- Desde ontem, eu acho. Você vem pra cá? Podemos nos arrumar aqui e depois saímos.

- Tudo bem. Daqui a pouco estou aí!

- Não se esqueça, sem namorado. - Ela me xinga e depois desliga o telefone. Decido ajeitar as coisas antes dela chegar. Normalmente sou organizada, mas essa semana não deu tempo de fazer nada em casa.

Depois que terminei de arrumar minhas coisas, decidi começar a me arrumar. O meu cabelo ainda está um pouco úmido, por isso aproveito pra fazer uma escova nele, deixando as pontas mais onduladas e volumosas. Aproveito que a Mari ainda não chegou e faço também as minhas unhas que estavam em situação de calamidade.

Marina chegou logo após anoitecer, com tantas bolsas em seu braço que acredito que esteja de mudança pra minha casa:

- Ei, garota! - Ela se joga no sofá. - Como está a ressaca?

- Melhor, comparado com a hora que acordei. Você sabe, nada melhor pra curar uma ressaca do que rebater ela. Ah não, me esqueci! Você não bebe mais. - Ela me mostra seu nada elegante dedo do meio.

Pecado Predileto - Livro I [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora