Capítulo 56: Do luto a um possível recomeço. Será?

4.9K 290 16
                                    

Acordei umas 6h30 da manhã, com aquela velha sensação de ter sida atropelada, porém sem a bendita ressaca para acompanhar. O Lucas ainda dormia, assim como, milagrosamente, Júlia. Resolvi me levantar, preparar um café forte porque eu mereço ao menos um café digno pra enfrentar mais emoções.

- Bom dia. - Disse o Lucas, adentrando a cozinha, vestindo apenas uma bermuda.

Sei que não é a ocasião, mas ele conseguiu ficar ainda mais bonito com o passar dos anos, assim como o seu sorriso.

Filho da puta!

- É, bom dia. Café? - Empurrei uma xícara pra ele.

- Obrigado. Mas, ei, como você está hoje?

- Tentando não desabar. Mas pelo menos um pouco mais conformada, eu acho. Ah não sei, estou confusa.

- Imagino que não esteja fácil digerir tudo isso. Que horas vamos ao enterro?

- Pensei em tomarmos café, ajeitar Júlia e sairmos. Afinal o enterro está marcado para as 9h30min.

- Por mim pode ser. - Assentiu tomando seu café e eu voltei a tomar o meu. Logo em seguida fomos nos arrumar, daí acordei minha princesinha, lhe dei café, um banho e saímos.

(...)

O corpo já havia sido translado para o cemitério, e em comitiva a família seguiu até o respectivo lugar. Lucas e eu fomos direto para lá, já que eu não queria assistir eles fecharem o caixão, essa que é pra mim uma das piores cenas possíveis.

Assim que meu pai, acompanhado pela Maria Eduarda chegaram ao cemitério seguimos até o lugar onde o corpo seria enterrado, e em poucos minutos o corpo chegou ao destino final.

Meu pai pediu para que abrissem o caixão antes do sepultamento, por mim isso não teria acontecido, afinal a essas horas o corpo já está inchado e aquela nem se parece mais com a minha mãe. Evitei olhar e memorizar aquela cena e dentro do possível tentei poupar a minha filha, e me mantive firme até a hora de começarem a descer o caixão, e a ficha terminar de cair, ela realmente havia partido para nunca mais voltar. Lucas que a essas horas estava sendo um perfeito protetor, me deu seu ombro para chorar e fez de um tudo para que eu me sentisse aparada. Assim que começaram a jogar areia na cova, fui saindo dali e indo em direção a saída do cemiterio, acompanhada do Lucas e nossa filha. Porém antes de irmos embora pra casa, nos despedimos de alguns dos meus parentes esperando meu pai e Madu aparecerem para irmos pra casa.

(...)

Finalmente em casa, após um banho quente e de vestir roupas confortáveis em mim e na Júlia, me joguei no sofá com a minha bonequinha.

- Manu. - Madu. - Não acho prudente deixarmos o papai morar aqui sozinho.

- Também estive pensando sobre isso, mas não acredito que ele vá querer se mudar pra BH com a gente, digo, a vida dele é aqui, ou era.

- Também acho que não, por isso...

- Você não vai voltar a morar aqui Madu, e a sua faculdade?

- Eu-eu não estou com cabeça pra isso agora, acabamos de perder a nossa mãe.

- Eu sei bem como é essa dor, Maria. Eu também estou sentido. Mas se você tirar tudo aquilo que vá ocupar sua cabeça agora vai ser pior. E não acho que ele vá concordar com isso.

- Concordar com o que? - Disse meu pai atravessando a porta da cozinha.

- Pai não achamos legal o senhor ficar aqui sozinho, daí... - Madu me interrompeu.

Pecado Predileto - Livro I [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora