Capítulo 33: Briga de trogloditas.

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O dia seguinte foi de ainda muito trabalho na clinica, essa viagem não programada da Dra. Juliana bagunçou toda a nossa rotina. Devem ter nascido uns dois ou três fios de cabelos brancos na minha cabeça e na da Carina.

- Eu preciso parar pra comer, Manuela.  Já são quase 15h da tarde, vou cair durinha aqui.

- Vai lá Carina, eu vou adiantando aqui. Depois eu também como algo, até porque saco vazio não para em pé.

Carina então foi lanchar e eu fiquei ali atolada de trabalho, até que entrou um cliente, que de cliente não tem nada. Tá mais pra pesadelo mesmo. Acho que já deu de pagar pecados nessa vida, né Deus?

- O que você está fazendo aqui, Gustavo? Não vá me dizer que você veio fazer alguma aplicação de botox ou algum outro tratamento estético.

- Ahn acho que não. Vim pra conversar com você.

- No meu trabalho? Comigo lotada de coisas pra fazer? Capaz! Vai embora Gustavo.

- Bom, posso te esperar terminar seu trabalho e depois conversamos. - Ele se sentou na recepção. Alguém da um desconfiômetro para ele? Obrigada!

- Gustavo, pelo amor de Deus. Eu não tenho nada pra conversar com você. Nossa "relação" acabou aquele dia no meu apartamento. A partir dali, de você eu só quero distância.

- Não é assim, Manu. Eu gosto de você, caramba mulher, sempre fui apaixonado por você. Mas depois que aquele mané entrou na sua vida, você me deixou de escanteio e isso me deixou louco Manuela.

- Louco, com certeza é o termo que te melhor caracteriza, Gustavo. Mas eu não quero saber das suas ladainhas, menos ainda no lugar onde eu trabalho, por Deus.  E eu nunca fui afim de você, além do seu corpinho colega, e depois que o Lucas apareceu realmente, qualquer um ficou para escanteio. Porque é dele que eu gosto. Entende isso, caramba. Agora vai embora daqui.

- Eu vou Manuela. Mas você vai voltar a ser minha, escreve isso.

- E quando eu já fui sua, colega? Por favor, Gustavo! Não me obrigue a tomar atitudes mais sérias a respeito de você.

- Eu vou, mas eu volto, Manu. - Ele me roubou um beijo, mesmo de traz do balcão. E eu acertei um tapa em seu rosto. Bicho desaforado. - Porque me bateu?

- Pra ver se seus miolos voltam para o lugar. Agora some Gustavo!

Ele saiu, com a mão no rosto, contendo o tapa que acabou de ganhar. Argh! Foi tempo do Gustavo sair para a Carina voltar pra recepção.

- O que aconteceu aqui?

- Porque eu me envolvi com um psicopata? - Ela fez uma cara de "ahn?"  e eu fui obrigada a explicar o que acabou de acontecer aqui.

- Manu, esse cara está me soando perigoso demais.

- Cão que late não morde, Carina.

- Ele não só late Manu, não se esqueça que se não fosse o Lucas aquele dia, esse cão teria te mordido. - Tá, tudo bem! Sei que ela tem razão. E já sei que vou ter que tomar medidas quanto a isso, mas qual? Matar ele? Não acho que ele valha a minha liberdade.

- Argh! Vou ir tomar um café, já volto. - Sai bufando do meu posto indo até a cozinha e tomando um café bem forte.  Aproveitei esse meio tempo para conversar com o Lucas, contei da visita nada ilustre que acabei de receber. E ele óbvio ficou bem puto com o ocorrido.

Pra que diabos fui contar isso pra ele mesmo? O menino ficou virado no ódio e sismou de procurar pelo Gustavo e se resolver com ele. Esses homens que querem pagar de machão. Meu Deus!

Pecado Predileto - Livro I [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora