Capítulo 46: Alguém disse trégua?

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Essa noite mal fechei o olho, pensando em tudo o que vem acontecendo nas últimas semanas. Lê-se: desde que soube que o Lucas voltou.

Caramba! Eu surtei legal esses dias, eu literalmente me comportei como uma adolescente mimada que não aceitou que as coisas saíram do planejado. E não como uma mulher adulta, mãe e dona da própria vida e não do mundo.

Talvez o Lucas esteja voltando a influenciar a minha vida, minhas ações.

Se é que algum dia ele deixou de afetar tudo ao meu redor.

São 7h30min e estou chegando na clínica, disposta a agir como uma mulher e não uma menininha de orgulho ferido.

Caramba Manuela! Firma esse corpo.

- Bom dia Cá.

- Bom dia Manu, mais calma?

- Acho que sim, argh Cá, foram tantas informações pra minha cabeça nas últimas semanas, acho que surtei. - Disse debruçando no balcão.

- Ele ainda mexe com você. - Ela disse arqueado as sobrancelhas.

- Argh Carina! Claro que não... - Revirei os olhos. - Talvez um pouco, mas não devia, não depois de tudo.

- Calma Manu é normal se sentir mexida depois de tudo o que aconteceu, ainda que a praticamente 4 anos depois.

- Porque ele tinha que voltar?

- Talvez seja o destino. - Deu de ombros. - Dando mais uma chance pras coisas se acertarem. - Revirei os olhos.

- Você viajou legal agora, Cá. Vou ir atender porque assim ganho mais.

- Você deveria começar a pensar que o destino de vocês está interligado Manu, afinal vocês têm uma filha, quer sinal maior que esse?

- De quem as senhoritas estão falando? - A assombração apareceu do nosso lado e meu coração parou naquele instante.

Chamem o Samu!

- Argh! Que susto demônio! - Disse.

- A Manu não sou tão feio assim. - Revirei os olhos. - De quem as mocinhas estavam falando?

- Uai do Pedro né Lucas! De quem mais seria? Que eu saiba não tenho filha com mais ninguém.

- Ah vou saber. Sua filha é muito linda pra ser filha do Pedro. - Revirei os olhos. - Apesar que a mãe dela...

- Vá a merda, Lucas. Carina vou pra minha sala, dá uma passadinha lá depois, preciso conversar com você. Sem a chance de aparecer assombrações.

Fui pra minha sala tomando fôlego, caramba! Não queria nem imaginar se Lucas ouvisse mais um pouco da conversa e assimilasse que Júlia na verdade é sua filha.

(...)

- Posso entrar? - Era à assombração batendo na minha porta.

- Entra. - Dei de ombros.

- Olha temos um sinal de trégua aqui? Você não me mandou pro colo do capeta?

- Do quê adianta você nunca vai. - Dei de ombros.

- Ei, eu gosto de tréguas. Mas o que te deu para fazer isso? Você não faz a linha que "abrem tréguas".

- Digamos que eu dei uma surtada nessas últimas semanas e estou querendo/tentando voltar a me comportar como uma adulta, madura.

- Boa desculpa. Então amigos? - Estendeu as mãos.

- Não, sócios. - Apertei sua mão.

- Já é alguma coisa. - Deu de ombros.

Pecado Predileto - Livro I [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora