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Acordei algumas horas depois, ainda estava claro lá fora. O que significa que não dormi tanto assim, mas também não dormi o suficiente porquê minha cabeça estava doendo um pouco. Do meu lado estava o motivo das minhas dores de cabeça e de todos os meus problemas. Um homem transvestido de anjo, com seu cabelo loiro e respiração tranquila.

- Você vai acabar babando, morena. - Seus olhos estavam fechados, mas de alguma forma ele sabia que estava observando ele.

- Shiu... Estou planejando como te matar sem desfigurar seu lindo rostinho. Não quero estragar o velório. - Ele abriu apenas um dos olhos me encarando.

- Que horas são? - Não fazia ideia, mas mesmo assim me levantei a procura do primeiro celular disponível. O dele foi o primeiro que eu encontrei, na mesinha perto da televisão. Havia muito mais do que as horas ali:

- "Podemos nos ver mais tarde, amor?" –  Li a mensagem em voz alta, antes de atirar o telefone contra a cabeça dele. - Você é um idiota.

Sai do quarto o deixando perplexo, encarando o telefone recém arremessado. Não ligaria de desfigurar seu rosto agora.

Não mesmo.

Estava irritada com o Lucas, e por aceitar vir nessa viajem, não tem nenhum canto desse lugar que não esteja infestado por ele. Me deitei no sofá da sala, minha cabeça ainda dói.

- Manuela... - Ele veio atrás de mim e se deitou sobre mim.

- Saí de cima de mim, Lucas. - Tentei o empurrar; tirá-lo de cima. - Você é pesado. - Soquei seu peito.

- E você é muito ciumenta. - Ele estava achando graça em tudo aquilo.

- Não tenho ciúmes, tão pouco de você.

- Então por que está agindo assim? Foi só uma mensagem, Manuela. Não pretendo nem responder.

- Saí, Lucas!

- Não. - Ele respondeu com indiferença, e eu fingi não me importar. Não me importar com seu peso em cima de mim, com seus olhos tão dentro dos meus e a sua maldita boca tão perto da minha.

Talvez eu deva começar a pensar em comida. Ou então em uma prova de anatomia. Não, não... Melhor não.

- Você é linda sabia? - Ele aliviou um pouco do seu peso sobre meu corpo, se apoiando na própria mão, enquanto tirava meu cabelo do rosto com a outra.

- Para de ficar dando em cima de mim, Lucas. - O encarei emburrada.

- Não faz isso, Manu. Não age como se não soubesse como me sinto por você. Quando digo que é só com você que eu quero ficar nesse momento, é a verdade. Estou louco por você.

- Bom, você deveria ir a um psiquiatra.

- Não, eu não deveria. Não por isso. Para de fingir que não sente o mesmo por mim.

- Você está misturando as coisas, garotão. O que sinto em relação a nós dois é só físico, carnal. Você é um homem bonito e bom de cama, Lucas, é isso que me interessa em você.

- Você repete isso quantas vezes por dia de frente para o espelho? Sabe para começar a acreditar? - Revirei os olhos e comecei a tentar o tirar de cima de mim.

- Saí de cima de mim, por favor.

- Não. Mas agora eu vou te beijar.

- Você não vai me... - E ele beijou e antes que eu me desse conta já estava dando acesso a sua língua na minha boca.

Começou com um beijo termo, carinhoso, até ali sem malícia. Mas então, a cada tomada de fogo foi como se uma chama se acendesse no meu ponto mais íntimo.

Pecado Predileto - Livro I [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora