Pecado Predileto - Livro I [Em Revisão]

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Não sei qual momento da noite o meu corpo e o do Lucas se enroscaram, mas acredito que daí em diante o meu dono ficou ainda mais pesado.

Eu definitivamente não deveria estar dormindo com ele. Onde eu estava com a cabeça? No mesmo lugar que agora, ou não estaria fingindo estar dormindo, apenas para sentir seu carinho nos meus cabelos.

- Pode abrir os olhos agora. - Ele disse.

- Melhor não. - Disse séria, mas ele riu.

Decidi levantar da cama, era o sensato a fazer. Se ficar aqui com ele tão perto de mim a todo tempo, vai ficar cada vez mais difícil de me afastar.

Me desvencilhei do seu abraço e corri para o banheiro. Talvez seja uma boa ideia tomar um banho frio, são o quê? Uma hora da tarde? Meu Deus! Como dormi tanto?

Minha voz interior disse com deboche: - Quer que eu te lembre em detalhes?

Banho frio, uma boa ideia.

Lavei meus cabelos com bastante cerimônia, prolongando no máximo a distância entre eu e o cara lá fora. Tentando colocar a noite passada em ordem. Me arrependo? Não, com certeza não. Não de transar com ele, pelo menos.

Sexo com o Lucas, com toda a certeza é o ponto alto de toda essa loucura. É, realmente não me importo de ir pra cama com ele, talvez pudesse ser assim. Uma transa conveniente, um pau amigo.

Somos amigos? Não, definitivamente não.

Esse banho frio não está ajudando. Bufo irritada e saiu do chuveiro, vestindo apenas meu roupão e uma toalha na cabeça.

Ele está na cozinha quando saiu do banho e até fez um café. Talvez possamos ser amigos afinal.

- Espero que esteja como você gosta. - Ele empurrou a caneca cheia do meu maná dos deuses.

- Difícil eu não gostar de café, Lucas. Obrigada. - Fiquei encarando a xícara na minha mão. Como podemos ser só amigos, se ele disse que está apaixonado por mim, não disse? Ou eu estava tão bêbada assim?

- Vai esfriar, Manu. - Ele me tirou dos meus pensamentos. E eu levei o café até a boca, sentindo minhas bochechas ficarem quentes. - Uma moeda pelo seus pensamentos.

- Estou pensando que o café está bom, não tão forte quanto o meu, mas nada mal.

- Algo me diz que você está mentindo. - Dou de ombros. - Se for sobre ontem, Manu...

- Não quero falar sobre ontem, Lucas. - Disse ríspida.

- Você é mais corajosa quando está bêbada, Manu. Mas não seria moralmente legal, te embebedar de novo, não com terceiras intenções. - Fiquei tentada em perguntar, porque não segundas, mas parte de mim já sabia a resposta. E assim como ele, já sabia que não precisava estar bêbada pra isso.

- A minha versão bêbada é de tudo um pouco Lucas.

- Até apaixonada?

- Eu não estou apaixonada por você. E tenho certeza, que nem bêbada eu disse isso.

- É verdade, você não disse. - Ele me encarou com aqueles lindos olhos claros. - Mas eu disse, Manuela, e não exagerei em nenhuma virgula sobre estar me apaixonando por você.  - Engoli em seco. Talvez eu precisasse estar bêbada para essa conversa afinal.

- Não quero conversar sobre isso agora Lucas. Não tão cedo.

- Manuela já são duas horas da tarde.

- Tá mas acabamos de acordar.

- Para de fugir do assunto. - Respirei fundo. Ok, hora de tirar o curativo.