Capítulo 53: A dor e a união.

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- Manuela, que roxo é esse no seu braço? - Lucas.

- Devo ter esbarrando em algum lugar. - Dei de ombros.

- Ou aconteceu algo na casa do Pedro e você não quer me falar?

- Não aconteceu nada, Lucas. Eu devo ter batido meu braço em algum lugar, sei lá.

- E que coincidência você ter batido os dois braços, em Manuela. Me fala o que aconteceu ou vou ir na casa daquele mané pra perguntar sobre isso.

- Porque você está se importando comigo?

- Porque por mais que eu esteja sentindo muita raiva de você, eu ainda te amo Manuela, caramba. E eu não suporto a idéia de ninguém te fazer mal, de novo. - Se sentou afundando a cabeça nas mãos. - Ele tentou te forçar a alguma coisa Manuela. - Não respondi. - Me responde Manuela, ele tentou alguma coisa? - Assenti com a cabeça. - Vou agora mesmo matar aquele desgraçado. - Se levantou e foi indo em direção a porta.

- Você não vai a lugar nenhum Lucas. Pode deixar que eu já me acertei com o Pedro e provavelmente ele deverá se lembrar um pouco disso. - Dei de ombros.

- O que você fez?

- Digamos que eu sou boa de pontaria. - Sorri.

- Ah entendi. - Ele sorriu. - Mas Manu, eu só quero te pedir uma coisa, mesmo não tendo o direito disso.

- Diga.

- Fica longe do Pedro. Eu não quero que ele te faça nenhum mal.

- Tudo bem. - Ele me olhou confuso.

- Fácil assim? Sem nenhum sinal de protesto?

- Sim. Bem, eu fiquei com medo do Pedro, nunca imaginei que ele tivesse atitudes como essa.

- Então ainda bem que está com medo, assim você fica mais sensata.

- A tá. Obrigada pela delicadeza.

- Bom, acho que uma bonequinha já está no vigésimo sono. Então eu vou ir pra casa.

- Tudo bem. Nos vemos amanhã.

- É, nos vemos. - Ele me deu um beijo no rosto.

Seria esse um sinal de trégua?

Oremos!

- E Lucas, obrigada por se preocupar comigo mesmo depois de tudo.

- Isso não é coisa de agradecer Manuela. Boa noite. - Ah uma resposta mais do que congelada para encerrar a noite.

Tudo aparentemente "normal".

Bom, ao contrário da Júlia eu estou sem nenhum sono. Então depois que o Lucas foi embora, eu fui arrumar algumas coisas da casa e em seguida fiquei na sala assistindo TV até voltar a ter sono e ir dormir.

(...)

- Bom dia, Carina. Bom dia, Lucas. - Disse assim que passei pela entrada da clínica e vi os dois conversando, aparentemente um papo bem divertido.

- Bom dia. - Eles disseram juntos. E agora um silêncio estranho reinou entre nós.

- Ok! Vou pra minha sala, podem voltar a conversar. - Fui então pro consultório. Vesti meu jaleco, ajeitei minhas coisas de trabalho e esperei o primeiro paciente do dia adentrar o consultório. Mas antes fui interrompida por um telefonema no meu celular, meu pai.

Porque meu pai está me ligando? Digo, porque ele nunca me liga, sempre foi o contrário. Principalmente depois que minha mãe e eu brigamos por eu ter ficado grávida antes de me casar.

Pecado Predileto - Livro I [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora