- Manuela, que roxo é esse no seu braço? - Lucas.
- Devo ter esbarrando em algum lugar. - Dei de ombros.
- Ou aconteceu algo na casa do Pedro e você não quer me falar?
- Não aconteceu nada, Lucas. Eu devo ter batido meu braço em algum lugar, sei lá.
- E que coincidência você ter batido os dois braços, em Manuela. Me fala o que aconteceu ou vou ir na casa daquele mané pra perguntar sobre isso.
- Porque você está se importando comigo?
- Porque por mais que eu esteja sentindo muita raiva de você, eu ainda te amo Manuela, caramba. E eu não suporto a idéia de ninguém te fazer mal, de novo. - Se sentou afundando a cabeça nas mãos. - Ele tentou te forçar a alguma coisa Manuela. - Não respondi. - Me responde Manuela, ele tentou alguma coisa? - Assenti com a cabeça. - Vou agora mesmo matar aquele desgraçado. - Se levantou e foi indo em direção a porta.
- Você não vai a lugar nenhum Lucas. Pode deixar que eu já me acertei com o Pedro e provavelmente ele deverá se lembrar um pouco disso. - Dei de ombros.
- O que você fez?
- Digamos que eu sou boa de pontaria. - Sorri.
- Ah entendi. - Ele sorriu. - Mas Manu, eu só quero te pedir uma coisa, mesmo não tendo o direito disso.
- Diga.
- Fica longe do Pedro. Eu não quero que ele te faça nenhum mal.
- Tudo bem. - Ele me olhou confuso.
- Fácil assim? Sem nenhum sinal de protesto?
- Sim. Bem, eu fiquei com medo do Pedro, nunca imaginei que ele tivesse atitudes como essa.
- Então ainda bem que está com medo, assim você fica mais sensata.
- A tá. Obrigada pela delicadeza.
- Bom, acho que uma bonequinha já está no vigésimo sono. Então eu vou ir pra casa.
- Tudo bem. Nos vemos amanhã.
- É, nos vemos. - Ele me deu um beijo no rosto.
Seria esse um sinal de trégua?
Oremos!
- E Lucas, obrigada por se preocupar comigo mesmo depois de tudo.
- Isso não é coisa de agradecer Manuela. Boa noite. - Ah uma resposta mais do que congelada para encerrar a noite.
Tudo aparentemente "normal".
Bom, ao contrário da Júlia eu estou sem nenhum sono. Então depois que o Lucas foi embora, eu fui arrumar algumas coisas da casa e em seguida fiquei na sala assistindo TV até voltar a ter sono e ir dormir.
(...)
- Bom dia, Carina. Bom dia, Lucas. - Disse assim que passei pela entrada da clínica e vi os dois conversando, aparentemente um papo bem divertido.
- Bom dia. - Eles disseram juntos. E agora um silêncio estranho reinou entre nós.
- Ok! Vou pra minha sala, podem voltar a conversar. - Fui então pro consultório. Vesti meu jaleco, ajeitei minhas coisas de trabalho e esperei o primeiro paciente do dia adentrar o consultório. Mas antes fui interrompida por um telefonema no meu celular, meu pai.
Porque meu pai está me ligando? Digo, porque ele nunca me liga, sempre foi o contrário. Principalmente depois que minha mãe e eu brigamos por eu ter ficado grávida antes de me casar.
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Pecado Predileto - Livro I [Em Revisão]
RomanceManuela Bicalho é uma jovem no auge dos seus vinte e um anos, cujo objetivo é aproveitar sua vida intensamente enquanto corre atrás dos seus sonhos. E sua intenção era exatamente esta quando se mudou para a capital: trabalhar, estudar e nas horas va...