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Apesar de lutar contra tudo o que há dentro de mim estou ansiosa por essa viajem. A minha parte sensata - que não anda dando muito as caras ultimamente -, me mandou ficar em casa e esquecer isso de viajem. A outra parte - a que realmente tem dominado -, mal pregou o olho a noite ansiosa pelo dia de hoje.

E apesar de mal ter dormido a noite, não tive problemas em levantar para ir ao trabalho. Meu reflexo no espelho está bem melhor do que ontem. Meu olho tem uma leve marca do edema que teve ontem, mas só.

Me arrumei como de sempre para o trabalho, e já deixei minhas coisas separadas para viajar a noite. Lucas e eu combinamos de nos encontrar aqui em casa e ir no carro dele. Achamos melhor ele ir dirigindo já que vou ter trabalhado o dia todo, e ele, bom ele não.

O trânsito para o trabalho foi tranquilo, nem parece que vêm um feriado prolongado pela frente. Não que eu esteja reclamando, por mim todos os dias poderiam ser assim, e eu conseguiria chegar no horário sempre.

Carina ainda não tinha chegado, então comecei eu mesma a iniciar os computadores e fazer o nosso amado café. Honestamente esse café é mais para mim do que para qualquer outro cliente.

- Olá! - Carina. - Vejo que está melhor hoje.

- Oi! Estou sim, meu admirador homicida vai precisar mais do que um buquê de flores para me matar.

- Eram flores bem bonitas.

- E letais. - Revirei os olhos e ela riu.

Carina e eu trabalhamos em um ritmo agradável. Com a agenda da clínica tranquila, não ficamos nos matando entre atender ao telefone e a recepção, mas de certa forma o dia passou de forma agradável.

Carina saiu para almoçar meio-dia, e nesse meio tempo fiquei combinando algumas coisas com o Lucas. Combinei também com minha chefe de trocar meu horário de almoço por sair uma hora mais cedo, ela concordou, mas me obrigou a fazer um lanche mesmo assim.

Cheguei em casa por volta de cinco horas, o trânsito já não estava tão agradável quanto de manhã. Mas ainda faltam três horas até o horário que o Lucas combinou de me buscar. Então decidi tomar um banho demorado, lavar meus cabelos, depilar minhas pernas. Depois escovei meus cabelos e me vesti com uma calça jogger preta, uma camisa de malha comprida também preta e peguei um casaco caramelo que eu sou apaixonada, calcei um tênis branco e estava pronta.

Lucas chegou meia horas antes do nosso combinado e decidiu que precisava subir e me ajudar com a mala.

- Uau! Você está uma gata. - Ele me deu um beijo demorado no rosto quando entrou no meu apartamento. - Não sei se mereço tanto.

- Não me arrumei para você. - Dei de ombros. - Mas obrigada.

- Delicada como sempre.

- Você que é muito sensível.

- Sério? - Dei de ombros novamente. - Enfim, animada para nossa viagem?

- Na verdade, não sei o que deu na minha cabeça de aceitar viajar com você. - Ele abriu um sorriso, não levando nada a sério o que eu estava falando. - Não é porque te odeie menos, que goste de você.

- Você me ama, Manuela. Sabe disso.

- Nem no seu melhor sono. - Apertei suas bochechas. - Vamos? O trânsito não está muito bom.

- Vamos. Onde está sua mala? - Apontei para o canto perto da porta.

- Você sabe que conseguiria descer com ela, não sabe?

- Só estou sendo cavalheiro, Manuela. Você implica com tudo. - Revirei os olhos e peguei minha bolsa pelo canto da casa. - Precisa de mais alguma coisa? - Neguei com a cabeça e saímos de casa.

Pecado Predileto - Livro I [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora