Capítulo 68: O Desespero. Parte I

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Alguns dias se passaram, acho que já se foram até semanas, considerando que o tempo pareceu voar nos últimos tempos, talvez estivesse muito ocupada com os preparativos para a nova casa. Uma casa não muito grande, mas o suficiente pra nós três, e quem sabe mais um dois filhos. O difícil é convencer o Lucas da quantidade de filhos que teremos, já que por ele teríamos uns cinco a seis filhos, ou um time de futebol, devo ser parideira ou qualquer coisa do tipo.

Mas saindo do sonho da casa nova, e de finalmente construir a nossa familia. Hora de voltar para a realidade, para o hoje, um hoje que já começou comigo acordando sentindo um aperto no peito.

Sabe quando acordamos com sensação de que algo ruim vai acontecer? Ou quando simplesmente, acordamos sentindo que não teremos um bom dia? Estou me sentindo meio assim, com um aperto no peito, um pouco aflita.

Coisa estranha.

Levantei da cama, fiz minhas higienes, me ajeitei pra trabalhar e levantei pra fazer o café da manhã, meu e da Júlia, e em seguida acordei a Júlia e a aprontei para ir no colégio. Depois de lhe dar o seu café da manhã e de tomar o meu, pegamos nossas coisas e saímos.

Ao deixar Júlia na escola, aquela sensação me encheu o peito novamente, só soube pedir pra todos os santos, crendices e enfins pra protegerem a minha bonequinha.

Ao chegar na clínica, apenas cumprimentei rapidamente Carina e Lucas que estavam conversando na recepção e fui pro meu consultório, atender meu primeiro paciente do dia que já estava me esperando.

- Ei posso conversar com você um segundinho? - Lucas.

- Claro. - Sorri.

- O que você tem? Está estranha.

- Não sei, acordei com uma sensação estranha, um aperto no peito, sei lá, parece que algo ruim está pra acontecer.

- Ei não fica assim, está tudo bem, agora ao menos tudo parece estar se encaixando em seu lugar.

- É, eu sei. Isso deve ser só coisa da minha cabeça. Agora o senhor me dê licença que eu tenho um paciente pra atender.

- Tudo bem, tudo bem. Nos vemos mais tarde. - Ele me roubou um beijo e saiu do meu consultório, dando entrada ao meu paciente.

(...)

Hoje às horas pareceram dias, sério ô manhã custosa, e quanto mais as horas passavam mais o aperto no meu peito parecia aumentar.

Sem paranóias, Manuela.

Sem paranóias.

- Vou buscar Júlia no colégio, de lá vou pra casa, vou passar a tarde agarrada com a minha bonequinha pra vê se esse aperto passa.

- Hum, vou com você. Daí almoçamos juntos, e depois você vai pra casa.

- Pode ser. - Lhe dei um beijo, peguei minha bolsa e saímos. Esperei apenas o Lucas ir até o seu consultório pegar a carteira. - Vamos? - Ele concordou e saímos.

Fomos o trajeto todo com o Lucas tentando me distrair, mas sei lá essa sensação está até me tirando o ar. Assim que chegamos ao portão do colégio da Júlia, ainda de longe, avistei uma meninha de cachinhos dourados igual a minha Júlia entrando em um carro.

Talvez eu esteja ficando Louca. Já que o Lucas jurou não ter visto a tal menina. Descemos do carro e fomos até a entrada do colégio da Júlia, e assim que o homem da portaria me viu, seus olhos arregalaram.

Fu-deu!

Aquela loirinha era a minha Júlia, tenho certeza que era ela.

- Júlia Bicalho, por favor.

Pecado Predileto - Livro I [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora