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Acordo detestando com toda as forças do meu ser, o meu despertedor. E a cada "opção soneca" que eu programo, o odeio ainda mais. Poderia chamá-lo de Lucas.

Droga! Já estou pensando nele e não são nem sete horas da manhã. Talvez seja melhor levantar e tomar um banho, um banho frio. E depois um café forte e bem quente.

Termino de me arrumar para o trabalho, alguns minutos antes das oito da manhã, o mesmo instante que o interfone toca. Havia uma encomenda para mim.

Essa hora?

O entregador animado - o oposto do meu humor matinal - me entrega uma cesta de café da manhã.

- Uau! - Foi a única coisa que consegui dizer diante tanta comida. Acho que nem em um mês vou conseguir comer tudo o que tem aqui. Agradeci ao entregador e coloquei a encomenda sobre a bancada.

Só há uma pessoa a fim de me conquistar e que seria capaz de algo assim, Lucas. Não foi só eu que acordei com pensamentos longe afinal. Decidi mandar uma mensagem de agradecimento:

"Bom dia! Acho que você não deveria ficar me mimando tanto!
Mesmo assim obrigada, a cesta de café é linda.
P.s: devo demorar uma três vidas para comer tudo o que tem aqui.
Mesmo assim obrigada. Bjs!"

Depois de mandar a mensagem, peguei alguns mimos e separei para comer com a Carina na clínica.

_____ _____

O trânsito estava infernal essa manhã, um acidente em uma das alças de acesso ao centro da cidade, travou o trânsito em toda região centro-sul. Sorte Carina estar de volta e ter aberto a clínica, porque eu já cheguei quase uma hora depois do meu horário.

- Bom dia, bom dia. O trânsito estava um inferno, mas trouxe comida para gente. - Pisquei para ela. - Juliana já chegou?

- Bom dia! Amo que você me compre com comida, e não, a Juliana ainda não chegou. Também está agarrada no trânsito. Inclusive estou remarcando algumas pacientes dela agora. - Deu de ombros. - Esses são os seus. - Me empurrou a agenda.

E sem cerimônias, passei os últimos quarenta minutos explicando que a doutora não atenderia mais pela manhã, e encaixei, junto da Carina todos no horário da tarde. Até o meu celular começar a tocar:

- Bom dia, morena.

- Bom dia, garotão. Para alguém que teve tempo de enviar uma cesta de café da manhã, sua voz é de quem acordou agora.

- Fiquei curioso quando li sua mensagem. - Ele riu. - E confesso, que senti ciúmes, alguém está sendo galanteador com a minha garota e não sou eu. - Sinto minha testa enrugar, formando um pequeno "v" entre as sobrancelhas.

- Não foi você?

- Você teria gostado se fosse? - Não soube o que responder, na verdade estava bem satisfeita com a sensação familiar de ser agradada pelo Lucas, mas agora estou confusa. - Você tem uma veia romântica afinal, morena.

- Se não foi você, quem poderia ser?

- Adoraria saber quem é o seu admirador secreto, morena. E, provavelmente, adoraria quebrar o nariz dele. - Revirei os olhos.

- Isso não tem graça, Lucas. Eu não tenho um "admirador secreto". - Bufo. - Mas não posso lidar com isso agora, estou cheia de trabalho. Conversamos mais tarde.

- Tudo bem, dê notícias. E nomes.

- Tchau Lucas! - Desliguei e senti o olhar cheio de audácia da minha amiga. - Não começa Carina! - Ela levantou as mãos em rendição antes de dizer qualquer coisa e voltamos a trabalhar.

Pecado Predileto - Livro I [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora