Capítulo 40: Até um futuro distante ou até nunca mais.

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O restante da semana passou voando. Também com tantos problemas pra resolver não dava mesmo pra ver a hora passar.

Essa semana já me consultei com o obstetra que me pediu mil e um exames de sangue, além da ultrassonografia. Pedro me acompanhou na consulta, não eu não concordei com a idéia dele assumir a criança, ja tive a ideia idéia de dizer que realizei fertilização in vitro, e bem isso já me rendeu algumas discussões com a Marina, que até ameaçou falar com o Lucas que estou grávida, dele.

Falando em Lucas, fiquei sabendo que ele realmente vai embora, pelo menos ele vai cumprir com sua palavra uma vez na vida. Como estou com tudo isso?

Não sei. Eu me odeio a cada segundo por gostar tanto de um idiota como o Lucas. Quando Marina me falou que ele iria embora, fingi festa mas na verdade eu queria chorar, e chorei quando ela foi embora. Afinal eu devo ter bastante vocação para ser trouxa.

Hoje é sexta-feira, dia da prova final de cardiovascular e eu estudei como uma louca, pobre Madu, teve que me aguentar surtada por essa prova, deve ter até aprendido um pouco do conteúdo.

Vou deixar Madu na casa da Mari e depois vou pra prova, não estamos conversando direito por causa da minha decisão, e das ameaças dela mas preciso deixar Madu com alguém.

- Vamos Maria! Vou acabar me atrasando pra fazer prova.

- Pronto. Apressada! - Revirou os olhos. - Acho que poderia me deixar na casa do Pedro.

- Outro dia você conversa com seu cunhado, Maria. Mas hoje eu realmente preciso que você fique na Marina para que eu possa fazer prova em paz.

- Tudo bem! Tudo bem. - Deu de ombros.

Já havia pego minhas coisas, peguei apenas as chaves do carro e saímos.

(...)

- Manu! - Marina me abraçou.

- Ei obrigada por cuidar da fedelha pra mim, porque tenho que ir lá enfrentar a demônia-mor pela última vez.

- Não precisa agradecer. - Sorriu. - Madu e eu vamos combinar o chá de revelação. - Revirei os olhos.

- Apenas chá de bebê, Marina. Vamos economizar que não tenho uma árvore de dinheiro.

- O pai do bebê deve ter.

- Inseminação artificial lembra?

- Ninguém vai acreditar nisso, vai ser mais fácil acharem que engravidou de alguém que você não se lembra quem é.

- Obrigada pelo carinho, me chamando de vadia. - Revirei os olhos.

- Exagerada. Manu, falando em pai da criança, Lucas vai ir embora hoje.

- Que bom.

- Não seja fingida sei que você está sentida que ele vai embora. Amiga, essa é a última chance de você falar com o Lucas que você está grávida.

- Pena que eu não vou falar. - Dei de ombros. - Agora eu já vou, beijos! - Esperei elas entrarem e parti rumo a faculdade.

(...)

Cheguei quase na hora da prova, porque pra variar o trânsito estava horroroso. Estacionei em uma vaga ruim e longe da sala. Que beleza! Peguei minha bolsa e sai indo em direção a sala de aula.

A sala estava relativamente vazia, prova final é só para os que gostam de emoções fortes como eu. Me sentei na primeira carteira da fila, não ia ter de quem eu colar mesmo, não ia adiantar eu sentar lá atrás. Assim que me ajeitei no meu lugar a professora chegou, o problema não foi ela chegar e sim quem entrou atrás dela. Meu coração teve uma leve parada quando eu vi aqueles olhos claros atravessando a porta.

Pecado Predileto - Livro I [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora