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Meu corpo latejando foi o primeiro sinal que acordei naquela manhã, a segunda foi a voz rouca no meu ouvido desejando bom dia.

Havíamos dormido no sofá da sala, o Lucas e eu, a terceira noite que dormimos juntos na minha casa. Isso está virando um hábito.

- Como você está? - Ele estava acariciando meus cabelos com cuidado.

- Dolorida e você?

- Também, um pouco. - Estamos na mesma posição que ontem a noite, quando dormi com ele acariciando meus cabelos.

- Você dormiu?

- Não muito. - Senti um sorriso em seu rosto e sequer levantei os olhos pra vê-lo. - Queria ter certeza que você ia ficar bem. - Respirei fundo.

- Fiquei com bastante medo ontem. - Sua respiração soou pesada. - Nunca imaginei isso acontecendo, tão pouco com o Gustavo.

- Eu quis matar aquele desgraçado. - Desde o momento que dormi, essa foi a primeira vez que me virei para olhar nos seus olhos. Ao redor do seu olho está roxo e um pouco inchado, mas não parece ter quebrado nada. - Se ele tivesse te feito mais algum mal, Manuela. Se ele tivesse... - Fechei seus lábios com os dedos.

- Eu estou bem, você chegou a tempo. E o que você veio fazer aqui?

- Queria saber se tinha pensado na minha proposta. - Ele abriu aquele maldito e perfeito sorriso no canto dos lábios.

- Eu estava pensando quando o Gustavo chegou. - Dei de ombros.

- E o que decidiu?

- Não consegui concluir nenhum raciocínio. - Dei de ombros, debruçada no seu peito e encarando seu rosto machucado por minha causa. - Ainda estou divida em "cafajeste nível supremo que só vai me magoar" e sexta a noite.

- Sexta à noite foi bom. - Ele acariciou meu rosto. - Acho que preciso levantar. - Disse sem graça.

- Claro, eu também. - Sai de cima do seu corpo, espreguiçando meu corpo tensionado. O Lucas não estava muito melhor do que eu.

Durante uns quarenta minutos nos dividimos em tomar banho e procurar algo para comer. Eu tomei banho depois dele, peguei uma calça jeans justa e uma camiseta básica, antes de voltar pra sala.

- Não tem nada para comer na sua casa. - Ele disse vestindo apenas sua calça jeans, com o cabelo molhado e debruçado na minha bancada.

Uma visão "ok" para um domingo de manhã.

- Não tive tempo de fazer compras essa semana. - Dei de ombros.

- Você quer sair para comer alguma coisa? Eu estou faminto! - Apenas concordei com a cabeça. - Vou ter que passar em casa e vestir outra blusa, ao menos que queira sair por aí com um cara que parece maníaco.

- Um maníaco por vez, já está de bom tamanho para mim.

- Não queria te lembrar daquele doente.

- Está tudo bem, Lucas. - Dei de ombros. - Vou calçar um tênis e pegar minha bolsa.

- Podemos ir no meu carro?

- Tudo bem. - Dirigir hoje não estava mesmo nos meus planos, por isso não insisti. Só quero um dia tranquilo, acho que mereço.

Apesar do clima agradável entre nós, seguimos em silêncio até o prédio do Lucas. Ele até me convidou para subir, mas não estou afim de lidar com o Eduardo e nem com a Marina, não agora.

Lucas desceu uns dez minutos depois, vestindo uma bermuda caqui e uma camisa polo azul marinho. Bonito como sempre. O que é péssimo para minha sanidade.

Pecado Predileto - Livro I [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora