Capítulo 41: O tempo e seu efeito reparador.

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Ah o tempo!

Alguns dizem que ele é o melhor remédio pra curar as feridas que a vida abre na alma da gente.

Outros dizem que ele apenas traz o conforto pra nossa alma.

A questão é que a vida sempre faz questão de nos lembrar que algumas feridas nunca se curam por completo.

E bom acho que eu acredito na segunda vertente.

Quatro anos se passaram desde que me despedi do Lucas naquela noite. E quanta coisa aconteceu nesses últimos anos.

Bom, por onde começar, talvez deva falar que sou mãe de uma bonequinha de três anos, minha pequena Júlia. E sinceramente ela é a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. Seu cabelo loiro contrasta com os seus olho negros que herdou de mim, acho que só isso também, porque de resto tudo na Júlia não me deixa esquecer quem é seu pai, além dos cabelos claros iguais aos do Lucas, ela herdou a marca de nascença que ele também tem.

Mas Lucas nunca soube dela, desde que foi embora naquela noite nunca mais nos vimos, fiquei apenas sabendo que ele viajou pra fora do país, terminou a graduação por lá e quando voltou estava noivo da Isabela. Desde então pedi que Marina não me falasse mais nada sobre ele, e isso já tem mais de um ano.

Marina e Eduardo estão noivos, na verdade eles se casam em algumas semanas. Eduardo nunca soube que Júlia era filha do Lucas, ele acha que na verdade ela é filha do Pedro, todos acham.

Isso porque um mês após o Lucas ter ido embora, Pedro e eu falamos pra todos que eu estava grávida dele, e pra todos os efeitos Júlia nasceu uma pequena prematura. Sorte que ela realmente nasceu tão pequenininha que ficou fácil sustentar essa mentira.

Marina no início foi super contra isso, mas fui e continuo irredutível na minha decisão. E bem Pedro à ama como se realmente fosse filha dele e ela o ama como pai, que pra ela é o biológico.

Pedro e eu moramos juntos mas não nos casamos ou coisa do tipo, bom não ainda, mas somos uma espécie de noivos não oficializados. Vim morar com ele pouco tempo antes da minha pequena nascer, seu apartamento por ser maior nos acomodou melhor. E nos damos super bem, vou ser eternamente grata por tudo o que ele fez e faz por mim, e além do mais ele continua um gato, facilitando bem nossa convivência.

E eu, bem, apesar do atraso de um semestre, consegui concluir a graduação e emendei a pós em seguida. Não foi nada fácil conciliar faculdade, trabalho e uma criança. Mas Pedro e Marina me ajudaram muito.

Continuo trabalhando com a Dra. Juliana, porém agora temos uma sociedade e montamos uma área de fisioterapia na clínica, pela qual eu sou a responsável. Fico lá meio período e na outra metade do dia me destino a cuidar da minha filhotinha.

E por último Madu, minha caçulinha veio morar em Belo Horizonte assim que formou o ensino médio, aliás hoje ela mora no apartamento que era meu. Ela faz faculdade de direito e estagia na área, ah e nas horas vagas me ajuda a cuidar da Júlia. Ela e Miguel acabaram não namorando (oficialmente), já que ele continua morando em Patos e ela aqui. Mas acho, ou melhor tenho certeza, que ela ainda tem um tombinho por ele.

Acho que já falei de todos né? Agora vamos falar dos tempos atuais.

Estamos em fevereiro, especificamente dia do aniversário de três anos da minha pituquinha. Sim Júlia tem três mil apelidos carinhosos.   Sua festa teve "bailarinas" como tema e me deu um trabalho do cão pra conseguir realizar tudo.

Mas valeu a pena, quando a vi toda encantada com a sua festa. Ela aproveitou tanto que mal cantamos o parabéns e ela já está aqui sonolenta no colo do Pedro.

Pecado Predileto - Livro I [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora