Confesso que estou sem reação com essa notícia, não estava mesmo nos meus planos ficar grávida faltando um ano e meio pra terminar a graduação. Na verdade creio que agora esse tempo irá aumentar um pouco. Como Lucas e eu pudemos ser tão irresponsáveis. Se for pensar nas várias vezes que transamos bêbados, não é difícil imaginar que não nos protegemos, é mais difícil imaginar como não fiquei grávida antes, ai meu Deus vai saber a quanto tempo já tem esse serzinho aqui dentro. Tomara que o que dizem sobre Deus proteger os bêbados e as crianças seja mesmo verdade, porque pelo tanto que eu bebo espero que nada de ruim tenha acontecido até hoje com esse bebê.
Adeus barzinhos e cervejas. Mamãe sentirá saudades.
- Está tudo bem? - Lucas.
- Está sim. - Sorri me aninhando em seu peito enquanto ele me abraçou. - Só estou pensando sobre algumas coisas, nada demais.
- Você não está com carinha de que não é nada demais, morena. Você está me escondendo algo?
- Não. - Sorri. Bem, talvez eu esteja escondendo que você vai ser papai. Mas melhor fazer o exame de sangue, vai que é só alguma disfunção hormonal. Sim, eu quero mesmo me iludir.
- Você está se sentindo mal ainda?
- Um pouco. Vou no médico segunda-feira.
- Vou com você.
- Não precisa, Madu já se impôs pra ir comigo. - Ele concordou. Voltamos pra perto de todos, sai porque o cheiro de pizza estava me matando. Estou uma franguinho nesse assunto de enjoo.
- Ei, Manu. Como você é Pedro se conheceram mesmo? - Logo agora que o tratado de paz parece ter sido assinado, o Edu surge com esse assunto. Ô Deus!
- Porque disso agora? - Indaguei.
- É Manu, onde vocês se conheceram? - Lucas. Estou sentindo alguém começar a rasgar o contrato que mantia a harmonia na casa.
- Madu me forçou a ir em uma festa de adolescente e ele também estava lá, eramos os únicos adultos entre aquela cambada de fedelhos.
- Manuela não estava no seu dia de bêbada-simpatica. - Pedro disse sorrindo.
- Não mesmo, estava na bad e aquelas músicas horríveis. Jesus, argh Maria Eduarda você me arruma cada uma.
- Ah qual foi, você bem gostou depois de ter saído pra ouvir suas musicas e ser uma bêbada simpatica com o Pedro, ou seja, você me deve um "obrigada Maria Eduarda". - Acho que alguém acabou de acabar com a vida da própria irmã. Eu só consegui a repreender com o olhar, o que só piorou minha situação. - Eles não sabiam disso? Ah foi mal, não sabia que eles não sabiam que você e Pedro tinham ficado.
- Cala a boca, Maria Eduarda Bicalho.
- Ain eu fiz merda! - Com certeza ela fez merda, essa lingua-de-trapo-mirim.
- Ah então quer dizer que realmente o Pedro é o tal cara que você ficou naquela semana que foi pra casa, Manuela?
- Talvez tenha sido. - Dei de ombros. - A gente não namorava Lucas eu podia ficar com quem eu quisesse, além do mais nunca ia imaginar que o Pedro era seu primo.
- E eu me sentindo culpado porque não tinha motivos pra ficar pilhado com vocês dois, porra Manuela. Porque mentiu pra mim?
- Eu que achei melhor não falarmos nada, Lucas. Não tinha pra quê falar isso, eu te conheço e sabia que ia ficar pilhado. - Pedro disse e antes de poder raciocinar levou um soco no meio da cara.
- Para com isso Lucas! Isso já passou, Pedro e eu não temos mais nada, somos só amigos. Não precisa agir como um troglodita.
- Você mentiu pra mim, Manuela.
- Eu só omiti, porque isso não importava agora, caramba Lucas. A gente tá tão bem.
- Estava. - Ele saiu pegando a chave do carro e saiu de casa.
- Você está bem? - Perguntei pro Pedro.
- Está relaxa, quer ir atrás dele?
- Atrás de um troglodita? Eu não. Deixa ele pensar pra lá, não teve o porque essa reação. O que rolou com a gente foi antes dele e eu ficarmos juntos. Agora em relação a senhorita, Maria Eduarda, vamos pra casa.
- Me desculpa Manu.
- Vamos Maria! - Peguei as chaves do meu carro, meu celular. - Tchau gente me deem notícias quando o senhor estressadinho chegar.
Minha vontade era de pegar a Madu pela língua e sair arrastando ela, mas me controlei pelo fato de ela não ter tanta culpa assim. Eu que não deveria ter escondido as coisas do Lucas.
Fomos o trajeto até a minha casa em silêncio, quando chegamos Maria Eduarda foi se trocar pra dormir e eu fui fazer o mesmo.
- Manu me desculpa, eu-eu não queria ter causado isso. - Ela disse com os olhos cheios de água.
- Tudo bem, Madu. A culpa foi minha e do Pedro de termos omitido isso. Agora vamos dormir, amanhã eu tento resolver isso.
Ela então foi se deitar e eu fui tentar ligar pro Lucas e só deu fora de área. Ele desligou o celular. Ótimo! Resolvi então ir me deitar também e logo peguei no sono.
(...)
Passei todo o domingo mandando mesnagens para o Lucas, telefonando e nada dele me atender e/ou responder. Pedro disse que eles também não tiveram noticias dele durante todo o dia, o que me deixou ainda mais preocupada, cheguei a ligar pra alguns hospitais mas nenhum constou estrada de alguém com o nome dele. Onde será que esse cara está?
Quando já estava dando 20h noite Marina me mandou mensagem avisando que Lucas tinha chegado em casa, em um estado deplorável, brigou e expulsou Pedro de casa. Que Eduardo deu uma escurraçada nele e pôs o mesmo pra tomar banho e dormir.
Esse sumiço de hoje do Lucas não me deixou com uma sensação boa, algo me diz que vem chumbo grosso por aí.
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Pecado Predileto - Livro I [Em Revisão]
RomanceManuela Bicalho é uma jovem no auge dos seus vinte e um anos, cujo objetivo é aproveitar sua vida intensamente enquanto corre atrás dos seus sonhos. E sua intenção era exatamente esta quando se mudou para a capital: trabalhar, estudar e nas horas va...