Capítulo 61: Finalmente, ou quase, um casal.

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Duas semanas se passaram e estou com o pulmão oitenta por cento recuperado, e respirando sem auxílio de oxigênio.

Aleluia irmãos!

E finalmente depois de quase trinta dias em um hospital, contando com as diárias na UTI, finalmente estou de alta. E o Lucas que veio prontamente me visitar todos os dias, não faltou a esse momento, a final de contas ele é a minha carona.

- Pronta pra voltar pra casa?

- Pronta! Quero principalmente a minha filha, a pior judiação do mundo foi nos manter separadas durante todo esse tempo.

- Ela também está com saudades de você, Manu. Mas, ei, lembra do que o médico acabou de te dizer, que é pra fazer repouso e não ficar se excedendo, a final de contas você ainda não está cem por cento recuperada.

- Você é tão estraga prazeres Lucas.

- Nem sempre. - Piscou pra mim.

- Aff. Vamos embora que é melhor, não aguento mais um segundo nesse hospital.

- Vamos. - Ele pegou minhas coisas e finalmente estamos saindo desse lugar.

Espero que até nunca mais, hospital.

Como disse, o Lucas me buscou em seu carro, sozinho, não que eu esperasse outra pessoa com ele, acho que só a Júlia mesmo. Seguimos o trajeto conversando, ele contando do jeito que a mãe e o pai dele estão babando pela netinha.

- Lucas, esse não é o caminho da minha casa.

- Eu sei, é o da minha.

- E eu posso saber porque estamos indo pra lá?

- Ah pode, você vai passar alguns dias lá.

- Não, eu não vou. Eu vou para a minha casa, ficar com a minha filha.

- Você sabe que não está em condições de dar ordens ainda né? Além do mais, você não pode fazer muitos esforços Manuela, isso inclui subir as escadas do seu prédio, já que aquele elevador sempre está em manutenção. Por isso, está decidido, você e Júlia passaram alguns dias no meu apartamento. E sem mais.

- Ah Lucas...

- Sem mais, Manuela. Depois dou um jeito de buscar algumas roupas para você e para a Júlia.

- Eu não acredito que vai "me obrigar" a ficar na sua casa.

- É, eu vou. - Ele sorriu, enquanto eu fiquei bufando.

O Lucas continua morando no mesmo apartamento, qual dividia com o Eduardo, o mesmo lugar que foi o ninho da sua traição, e desde esse dia nunca mais vim aqui. E a cena daquele dia me invadiu a mente assim que atravessei a porta e fiquei observando aquele lugar, mas tudo desapareceu quando vi a minha bonequinha loira, vindo correndo em minha direção.

- Princesinha. - A abracei, pegando no colo. Nem preciso dizer que estou feito manteiga derretida. - Que saudades de você.

- Mamãe, eu também estava com muita, muita saudade. Porque você sumiu?

- Ah filha, a mamãe estava bem doentinha, mas agora estou bem e pronta pra voltar a cuidar de você. - O Lucas pegou Júlia do meu colo.

- Mas a mamãe não pode cometer exageros e nem carregar peso por enquanto filha, por isso vamos ter que cuidar dela, porque ela é bem teimosa. - Dei de ombros.

- Você não vai me proibir de cuidar da minha filha.

- Não, proibir não, só te controlar para que não cometa excessos.

Pecado Predileto - Livro I [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora