Capítulo 67: Bando de embustes.

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A manhã seguinte seguiu fielmente a sua rotina, exceto pelo fato do Lucas ter tomado café da manhã na minha casa, fora isso tudo normal. Levei Júlia pra escola, fui pra clínica, depois busquei Júlia na escola e a levei para almoçar, em seguida voltamos pra clínica, a final tenho uma "cliente especial" essa tarde.

Quero ver só a cara da Isabela quando souber que quem irá a atender hoje sou eu.

- Você tem certeza que vai atender ela Manu? - Disse o Lucas que aproveitou a folga entre um atendimento e outro para brincar com a filha.

- Ora Lucas, eu já atendi outros pacientes com esse quadro clínico, e pelo que vi Isabela está com uma ótima força muscular, além de boa flexibilidade, creio que o caso dela seja mais tensionamento da musculatura e vontade de dar em cima do homem dos outros mesmo.

- Manu...

- Ah relaxa Lucas, vai ser um prazer liberar a musculatura da Isabela, assim vou poder descontar um pouco do meu ódio dela sem desrespeitar o código de ética e sem ser presa. - Digamos que talvez, quase sempre, as técnicas de liberação miofascial produzam um certo grau de dor, às vezes bem alto durante a sua aplicação, o tornando um pouco desconfortável mas depois garanto, o resultado é uma maravilha, ou quase, as vezes o paciente fica bem roxinho. E tenho que confessar que adoro trabalhar com essas manobras de tratamento.😈 - Vou lá, beijos.

Sai do consultório indo até a recepção e encontrei a vaca maldita. Ops! Prometi pra Júlia que não ia dizer isso mas, ah dane-se a final de contas ela ainda não lê mentes. Não que eu saiba. E hoje a queridinha ainda veio acompanhada do seu "boy magia": Gustavo.

- Isabela. - A chamei, mantendo a pose de profissional. - Pode me acompanhar por favor.

- Não queridinha, é o Lucas quem vai me atender agora.

- O Lucas está em um outro atendimento emergencial, por tanto, sou eu a profissional responsável quem irá lhe atender. Queira me acompanhar por favor.

- Eu-eu não admito isso! Quero falar com a responsável pela clínica.

- Está falando com ela. Sou Manuela Bicalho, sócia e responsável técnica pela clínica de fisioterapia. - Me apresentei, às vezes ela não me conheça não é mesmo.

- Não pode ser. - Revirou os olhos.

- Tanto pode quanto é, querida. Bom, caso não queira perder seu tempo e/ou dinheiro aconselho me acompanhar até o consultório.

- Argh! - Ela se levantou e começou me seguir.

Enquanto ela se preparava para o atendimento, eu preparei meus utensílios de trabalho, que nesse caso são minhas mãos, e às vezes um óleo de pele, ou vaselina.

Hora de brincar!

- Pode se deitar de lado, por favor. - A posicionei na maca, respirando fundo pra manter a imparcialidade. - Posso começar? - Ela assentiu ainda emburrada, como se eu tivesse medo de cara feia.

Como havia citado anteriormente o caso da Isabela está mais pra assanhamento do que qualquer outra coisa, por tanto o meu trabalho foi bem simples, apenas em alguns lugares onde haviam os maiores pontos de tensão que eu pude abusar da minha força, ainda tive que me conter para não ultrapassar dos limites, mas devo ter deixado alguns roxos de lembrança por ali.

Não sei se devo mas vou confessar que foi super prazeroso ver a Isabela sentir dor, me deu aquele leve sensação de vingança.

Que o conselho nunca escute isso, mas ah como adoro essa sensaçãozinha.

A questão é que esse tratamento, apesar de um pouco desconfortavel é bastante benéfico para ela, a final de contas é pra isso que serve a fisioterapia. Não apenas pra se vingar das inimigas.

Pecado Predileto - Livro I [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora