A Redenção da Patricinha

Capítulo 4

Eu abrirei minhas asas e aprenderei a voar Eu farei o que for necessário até tocar o céu E farei um pedido, arriscarei, mudarei E escaparei Saindo da escuridão e entrando no sol Mas eu não esquecerei as pessoas que amo Correrei o risco, arriscarei, mudarei E escaparei

(Breakaway - Kelly Clarckson)

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Capítulo sem revisão!
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Um mês, um maldito mês que estou presa nesse lugarzinho pobre, trabalhando nessa espelunca, minha prima? Quase não olha na minha direção, para Judith eu nem existo, a pirralha só me ignora, Alex, que agora eu descobri ser irmão daquele cowboy ogro e pai da pirralha, esse só dá valor para filha, dos que moram naquela casa, e minha prima tá na cara que morre de amores pelo pai da filha dela, eu ainda não descobri a história deles direito, porém eu vou, não pensem que estou virando uma velha fofoqueira, são as senhoras da cidade que vem fazer fofoca aqui na lanchonete, e o que eu posso fazer? Eu que não vou tapar meus ouvidos, escuto tudo que as velhas contam. Quanto a Aron, aquele cowboy, ogro e frouxo, eu não quero nem ver pintado de ouro, não ando com homens que cada dia levam uma mulher diferente para casa, se pensam que fico vigiando ele, estão enganadas novamente, eu que não quero nada com aquele homem, não tenho culpa da casa dele, ser atrás da casa de Judith, muito menos de a janela do quarto dele ser de frente para a do meu, eu estava apenas distraída, olhando pela janela quando vi ele se agarrando com uma loira aguada, ele só ficava com loiras isso eu já havia percebido.

-RUIVA. - Ouço seu Ernesto gritar, aquele velho nojento, ficava me secando cada hora que eu passava, ainda bem que nunca tentou nada, porque se tivesse tentado acertava ele.

-Fala - Me aproximo do balcão.

-Aquela senhora ali, que por acaso é Lola Haynes, esposa do prefeito da cidade, disse que você levou o café dela errado - Olhei na direção dela, claro, só podia ser a jararaca do cabelo verde.

Peguei o café certo que seu Ernesto me entregou e segui para mesa dela, ela estava de marcação comigo, eu não sabia porque, o que eu sabia sobre ela, é que ela tinha algo com Aron, ou já teve, ela apareceu na fazenda esses dias, e os dois discutiram, logo em seguida ela foi embora com o batom borrado, aquele cowboy sem vergonha.

-Aqui está seu café, senhora - Eu estava passando por cima do meu orgulho a cada dia, eu aguentava coisas aqui, que muitos não aguentariam, homens passando a mão em mim, bêbados tentando me agarrar, diversas humilhações, só não desisti de tudo, porque se não, nunca teria onde morar.

-Obrigado querida - Ela me olha com desdém, toma um gole do café é joga o resto em meu uniforme - Não foi esse que eu pedi sua incompetente.

Meus olhos se encheram de lágrimas.

-Eu....

-Se não sabe nem atender um pedido, não deveria trabalhar aqui - Ela se levanta batendo a bolsa em minha cara.

Corro para dentro da cozinha e respiro fundo, não tinha amigos ali, eram todos pobres, eu que não os queria como amigos mesmo. As lágrimas queriam cair, porém eu não iria deixar, eu era Jasmine Villant, nada mais nada mesmo que a patricinha ruiva, mais bonita de Nova York, quer dizer era rica, e era de Nova York, mordo os lábios com força, estava cada vez mais difícil permanecer eu mesma.

-JASMINE VENHA AQUI - Ouço Ernesto.

Coloco um sorriso no rosto e sigo até ele.

-Sim chefe - Me aproximo.

-Se a primeira dama, reclamar do meu estabelecimento para o marido, será demitida - Ele deixa claro, porém não tira os olhos do meu decote que trato logo de tampar.

Assim que acabou meu expediente, peguei minhas coisas me troquei e sai, eu estava mais simples que nunca, não tinha dinheiro para a passagem, pois meu primeiro salário só iria sair semana que vem, e ninguém viria me buscar, Kiara dirigia, porém eu sempre dava um jeito de humilhá - lá, Aron estava brigado comigo, pois o xinguei sem motivo algum, quando vi uma loira saindo da casa dele, isso foi semana passada, me lembro muito bem.

Flashback On:

Estava saindo para mais um dia de trabalho, quando vi uma loira dar um beijo acalorado de despedida nele e logo em seguida entrar em seu carro, quando Aron olhou para mim, dei as costas para ele e comecei a andar pisando firme. Quando estava perto do portão senti uma mão segurar meu braço.

-Precisando de carona? - Perguntou simpático.

-Precisando de nada, que venha de você - Puxei meu braço.

-Qual o problema paty? - Perguntou sem entender.

-Meu problema é você cruzando meu caminho idiota.

Sai deixando o mesmo parado sem entender,  na verdade nem eu entendia.

Flashback Off

Comecei a andar rápido, querendo fugir da chuva que já começava fraca, o caminho era longo, e pelo jeito eu iria pegar um resfriado por conta da chuva. Dito e feito, chego em casa toda molhada e espirrando, exausta, Kiara aprece com uma toalha e me entrega.

-Só isso sua idiota? - A xingo.

-CHEGA - Ela grita, em todo esse mês nunca havia visto ela gritar assim - Eu não sou sua empregada Jasmine, não sou um saco de pancadas que você pode ficar chutando e pisando, sou um ser humano, e você deveria levar isso em conta, acorda para vida, você não é mais rica, não mora mais em Nova York, eu aguento você chamando minha filha de pirralha, me fazendo humilhações constantes, porém agora chega, a partir de hoje, não dirija mais a palavra a mim.

Ela sai pisando firme, dessa vez não aguento, corro para meu quarto e desabo chorando, sentado no chão, eu estava fazendo tudo errado, estava cansada de ser quem o mundo queria e não quem eu queria ser, estava cansada de ser assim, eu estava afastando as pessoas que queriam me ajudar, porém eu iria mudar, eu iria ser diferente, por mim, ou eu não me chamaria Jasmine Villant.