Capítulo 2

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JANTA COMIGO?

– Você está bem, Catarina?

O aluno pergunta, preocupado, acordando-me dos pensamentos vacilantes e, pela primeira vez, sinto-me estranha por ser flagrada nos braços de Nicholas por mais tempo do que deveria.

– Sim... claro, eu estou bem – afasto-me de Nick que ainda se mantém me encarando de um jeito estranho. – Meu grande amigo me salvou. Você deve uma a ele, rapaz.

– Puxa, vida! Desculpe mesmo. A anilha escapou de minha mão antes que eu pudesse controlar.

Nick sacode a cabeça, tentando se concentrar no que o rapaz está dizendo. Seus traços passam de confusos para furiosos.

– Tenha mais cuidado da próxima vez. Poderia ter machucado Catarina ou se machucado. E isso não seria nada bom para nenhum de nós.

O aluno ainda não havia se dado conta de quem era meu acompanhante, mas bastou um segundo olhar para que ele chamasse a atenção de toda academia em direção a Nick.

– Você é... Você é Nicholas Detonador? Cara, eu assisti ao jogo do Avantes ontem. Que partida foi aquela?

Respiro fundo, ciente de que é sempre assim quando ele ou Eros resolve aparecer por aqui. Basta apenas que um dos alunos reconheça para que o caos esteja armado.

Depois de muitas selfies, autógrafos e gritinhos histéricos das garotas, conseguimos sair para almoçar. Ele me leva a um restaurante que não fica muito longe da academia e que é bastante sossegado. Já ouvi Apollo comentar sobre ele pelo fato de ter um pouco de privacidade.

– O que você quer comer, Nina?

Olho para o cardápio em busca de uma massa. Eu já disse que meu paladar é muito peculiar para massas e doces? Ah, não me condene. Não é porque sou educadora física e dona de uma academia que preciso me privar das coisas boas da vida. Pelo menos no que diz respeito à comida.

– Hum... Acho que vou escolher um delicioso Gnocchi de batata com molho de mariscos. E como sobremesa, um gellato.

Nicholas está rindo como se eu tivesse dito algo engraçado.

– O que foi? – Pergunto.

– Eu gosto de mulheres que comem. Meu dedo podre para mulheres, como você mesma diz, só escolhe modelos esqueléticas que não comem mais do que um punhado de folhas. É bom ter uma companhia de verdade.

– Vou tentar encarar isso como um elogio.

Um garçom de meia idade se aproxima e Nick informa o meu pedido.

– E o senhor, o que deseja?

– O mesmo que ela.

– E para beber, senhor?

– Traga o melhor vinho da casa, por favor. Se estou de folga hoje, preciso aproveitar para experimentar algo novo. Não é mesmo, Tomatinho?

O garçom fica desconcertado e assente, dando-nos as costas.

– Se você está falando de comida, só me resta concordar.

– Do que mais estaria falando?

Antes que eu responda, uma garçonete com os seios praticamente à mostra, aproxima-se da mesa, encarando Nicholas como se eu fosse invisível e ele estivesse sozinho.

– Nick, há quanto tempo! Pensei que havia esquecido o endereço do restaurante.

Ela passa os dedos pelos cantos da boca, então alisa os cabelos, apoiando-se na mesa quase a ponto de esfregar os seios no rosto dele. O nível de intimidade que ela está tentando demonstrar prova que eles já tiveram algum rolo.

Nicholas: Quando a atração muda as regras do jogoOnde histórias criam vida. Descubra agora