REGRA NÚMERO UM
Quando era adolescente, Eros costumava comprar filmes recém-saídos do cinema e eu sempre era intimada a compartilhar a pipoca. Eu amava aqueles momentos porque nos divertíamos juntos e aquilo era a melhor representação de família que eu tinha mesmo que fossem aquelas drogas de ação e luta que eu tanto detestava. Nas cenas mais violentas, eu queria desligar a TV ou apenas tapava os olhos com as mãos. Nunca conseguia lidar com aquilo.
Infelizmente, neste momento, não posso tapar os olhos como eu fazia naquela época porque o que está acontecendo não se trata de um filme. Estou diante de dois machos-alfa com sangue no olho e não faço ideia de como impedir o início de um Apocalipse.
– Você não escutou o que ela disse? – Nick pergunta enquanto agarra a gola dele. – Ela ordenou que saia de sua sala.
César solta um riso diabólico, então diz o que provavelmente serão suas palavras finais.
– Há uma diferença entre o que ela pede e o que ela quer de fato. Nina quer a mim e você vai ter que se conformar, idiota.
No segundo seguinte, o caos está formado.
– Façam alguma coisa! – Imploro aos homens parados que simplesmente me ignoram e permanecem observando Nicholas acertar César com um bom gancho de direita.
Ai, isso doeu!
Ele se desequilibra e cai, mas logo consegue encontrar forças para levantar e parte para cima do outro. Alguém vai sair muito ferido desta sala e, se o que estou presenciando for algum indicativo, esse alguém será César.
– Você vai devolver cada centavo que roubou dela. Não pense que vai sair impune dessa história.
César acerta uma cotovelada no rosto de Nick que cai, segurando o queixo. Tapo os olhos com as mãos, sem sangue nas veias para continuar assistindo tamanha violência. Se eu não tivesse feito apostas tão erradas no passado, Nicholas não precisaria estar me defendendo desse jeito.
– Quando eu voltar para Catarina, a primeira coisa que farei é impedir que você chegue perto. Nós vamos construir um patrimônio juntos. O que é dela é meu.
– Não enquanto eu viver.
Estou aflita, de mãos atadas, presenciando uma batalha entre dois homens cientes de que nenhum deles irá levar qualquer prêmio no final. Eu busco alguma coisa ao redor que possa acabar com essa guerra quando me deparo com dois alteres. Seguro cada um em uma mão e dou um olhar ameaçador para os dois rapazes que estão apenas assistindo à luta de MMA sem fazer nada para impedir.
– Ou vocês dão um jeito nisso ou sou eu quem vai começar outra briga.
Eles olham um para o outro, ostentando um risinho sarcástico, então faço menção de jogar o primeiro altere em um deles, quando sou impedida por uma mão forte. É claro que eu não ia conseguir mover um dedo contra eles. Os homens são como duas paredes de tão altos e fortes. Pelo menos, consegui chamar atenção.
– Calma, a gente vai interferir. A briga está até divertida, mas já é hora de acabar antes que alguém morra.
Tarde demais. No momento em que eles se aproximam, Nicholas golpeia o rosto de César, derrubando-o contra a mesa. Corro até ele, então solto um suspiro aliviado quando me dou conta de sua respiração, apesar de estar zonzo e muito ferido, impossibilitado de reagir.
– Levem esse homem daqui antes que eu acabe fazendo uma merda – Nick fala com os homens em tom de autoridade.
– Não é arriscado? E se ele quiser dar uma queixa? – um deles pergunta.
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Nicholas: Quando a atração muda as regras do jogo
RomansaNicholas Ferraz é o mais novo jogador do Avantes Futebol Clube. Para ele, não foi nada fácil alcançar os holofotes no mundo do futebol nem descobrir que a fama poderia lhe aproximar de pessoas interessadas apenas em seu dinheiro. Presenciar a ex- e...