Capítulo 18

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SOS Malibu

Despedimo-nos de Paula e Eros no meio da tarde depois de muitas risadas com as bobagens de meu primo. Se dependesse dele, sequer teriam dormido em São Paulo na noite anterior e já estariam na Bahia desde que o sacerdote os oficializou como marido e mulher. Como Paula parece ser o lado racional dessa equação, ela o convenceu a dormirem em um hotel luxuoso antes de virem almoçar conosco e finalmente partirem em lua-de-mel.

Confesso que estou na torcida para que eles não demorem a nos surpreender com a boa notícia de que serão pais. A primeira vez que tive essa esperança, há meses, foi alarme falso, mas agora a expectativa de mais um bebê para encher de mimos parece mais real.

Vamos lá, Eros, marque esse gol!

– Ei, não me obrigue a ir te buscar. Venha aproveitar a água.

Kim está tentando me convencer a dar um mergulho desde que sentei na borda da piscina para tomar uma piña colada, mas eu estou relutante, apenas observando Patrícia bater as mãozinhas na água, que espirra em seu rosto, e se acabar na gargalhada em seguida. Gustavo e Tânia estão aproveitando o tempo repentinamente quente que está fazendo hoje ao mesmo tempo em que Gui e Antônia não desgrudam um do outro como um casal de adolescentes se descobrindo.

Os rapazes estão conversando um pouco mais afastados, com olhares direcionados a mim como se eu fosse o principal assunto da conversa. Ah, eu bem que gostaria de ser uma mosca para ouvir sobre o que falam.

– Daqui a pouco, eu entro na piscina. Deixe-me terminar a bebida.

Sugo um pouco mais da mistura de leite de coco e rum provocando uma invasão de sabores em minha língua. Como isso é gostoso! Quando estou pensando em entrar na água, sou completamente encharcada pelo mergulho inesperado e extravagante que Nicholas dá. Eu e o resto da bebida em minha mão.

– Merda! Meu drink estava tão bom.

Ele apenas ri, nadando em minha direção.

– Ei, não fale palavrões na frente da minha filha – Kim me repreende.

– Bem, merda não é exatamente um palavrão.

Patrícia começa a fazer um barulho esquisito, formando um biquinho.

– Está vendo? Ela já está tentando falar. Daqui a pouco a primeira palavra dela será merda.

O bebê volta a fazer o mesmo barulho como se tentasse pronunciar alguma palavra inteligível.

– Eu não duvido que esta seja a primeira palavra dela – digo. – Rodeada de tantos homens sem filtro na boca, logo estará dizendo essa e mais outras em Português e em Espanhol.

– Merda! – Kim acaba soltando sem perceber.

Todos riem.

– Em casa de ferreiro, o espeto é de pau.

Ela joga um pouco mais de água em mim como se eu não já estivesse suficientemente molhada. Nicholas puxa o meu pé que está imerso na água, obrigando-me a cair na piscina de vez. Gustavo comemora quando eu entro e Patrícia volta a bater com as mãos na água, festejando todo o barulho.

Ele me prende contra a parede da piscina e arranca de mim um beijo molhado e despudorado diante de todos, deixando-me tão vermelha quanto um tomate quando terminamos.

– Tem crianças no local, se não perceberam – Kim continua provocando.

– Só estamos demonstrando um pouco de carinho. Nada de mais.

Nicholas: Quando a atração muda as regras do jogoOnde histórias criam vida. Descubra agora