Capítulo 9

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NOVAS EXPERIÊNCIAS

Nos dias posteriores não ouvi falar nada sobre César. Apenas descobri que os seguranças o levaram de carro e o deixaram no meio do caminho a pedido dele que não queria que ninguém soubesse onde estava se escondendo ultimamente. Eu não consegui evitar uma ponta de preocupação com o estado em que ele foi deixado, mas meu lado egoísta e perverso comemorava internamente por ele obter algum tipo de lição.

Kimberly e Apollo voltaram para a Europa há dois dias, levando a doce Patrícia consigo. A imprensa estava alucinada em busca de uma imagem do bebê mais comentado nos últimos dias, por isso os dois tiveram bastante trabalho para despistá-los e manter a discrição. Ficaram de voltar para o casamento de Eros e Paula.

Nicholas e eu não voltamos a ser os mesmos nos dias que se sucederam. Ele me encontra no corredor do nosso prédio, geralmente no início da noite, e conversamos tão pouco que mais parecemos vizinhos distantes do que amigos tão íntimos. Depois daquele beijo, nada foi como antes e não tinha mesmo como ser. Eu o relembro a cada noite e ele parece ainda tão real e marcante em meus lábios, tão quente quanto no sonho que eu tive outro dia.

Se ele não tivesse nos parado naquele dia, eu teria ido até o fim. Meu corpo estava em chamas prestes a queimar quando ele me jogou um balde de água fria. Minha mente já não encontrava motivos para me fazer voltar atrás e o desejo latente que me dominava só queria saber como era sentir aquele homem dentro de mim.

Acontece que, contra todas as evidências, o sentimento não era mútuo. Ele se afastou.

Nicholas continua me enxergando como a irmã mais nova que precisa ser protegida e isso me fez tomar a decisão de seguir em frente, aceitar o que ele está pronto para oferecer e buscar outras possibilidades ainda que eu não possa negar que é por causa dele que meu coração anda apertado.

Como Nick se afastou, Benjamin encontrou a brecha perfeita para ocupar meu tempo livre e se aproximar.

– Não se preocupe, Nina. Esse tipo de lugar não é tão perigoso quanto dizem. Há muito sensacionalismo e preconceito no que se refere a bairros populares, mas você verá que é tudo bobagem. As pessoas se divertem aqui.

Hoje Benja está me levando a um baile funk na Zona Leste, acredita? Juro que recuei à oferta, a princípio, alegando que bailes funk eram coisas de cariocas e não de paulistas, mas ele me convenceu a não fazer julgamentos e me permitir conhecer.

Topei como um desafio e olha onde vim parar.

– Estou mantendo a mente aberta, Benja. Faz parte do nosso acordo de explorar a cidade de São Paulo, não é mesmo?

– Confie em mim, Nina. Você vai se divertir muito esta noite.

Entramos em uma fila para comprar os ingressos, daí aproveito para analisar o perfil das pessoas que frequentam um evento como esse. A maioria das mulheres está altamente maquiada, equilibrando-se em saltos gigantes, vestidas com roupas muito justas e curtas que deixam pouco à imaginação. Outras fazem o estilo mais discreto, exibindo menos pele. Algumas sequer devem ser maiores de idade. Os rapazes não ficam atrás no quesito vaidade. Cabelos perfeitamente escovados, formando topetes, e roupas com cores vibrantes mostram que estão preocupados com a aparência.

Benjamin também está bastante despojado em uma calça jeans e uma camisa vintage homenageando James Brown, um músico mundialmente conhecido. Estou me sentindo um tanto deslocada por estar também de jeans e uma camiseta confortável que não passa nem perto da competição de sensualidade promovida pelas garotas presentes.

Nicholas: Quando a atração muda as regras do jogoOnde histórias criam vida. Descubra agora