EPÍLOGO

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POR CATARINA

Alguns meses depois...

O barulho de crianças gritando é ensurdecedor. Algumas delas quase tropeçam quando passam por mim correndo, aproveitando o espaço da enorme área verde da mansão de tio Eduardo. Há um parque de diversões montado só para este dia e várias barraquinhas de cachorro-quente, algodão-doce, crepes e churros à disposição da criançada. A festa está linda.

Nossa família está toda reunida e muito feliz por comemorar o primeiro aniversário da pequena Patrícia Assunção. Minha priminha está começando a andar e não há um só ser humano que não se encante com a beleza e doçura dela. Apollo é o pai mais bobo que já pus os olhos e a pequena o tem em seu dedo mindinho. Eros está sufocando a sobrinha com seu excesso de atenção e tenho certeza que se ela pudesse sair correndo dali, ela faria.

Ok, eu confesso que ele não é o único. Eu também fico bobinha com o mínimo gesto de Patrícia como ouvi-la balbuciar em espanhol, por exemplo. É tão engraçado.

– Para o quarto. Agora!

No momento em que eu ia dar uma mordida no algodão-doce, Paula me arranca do lugar pelo braço como se alguém estivesse para morrer. Olho para Nicholas, confusa, enquanto eu a sigo mesmo contra à minha vontade e ele sorri, dando de ombros.

Mil motivos surgem em minha mente para ela estar tão eufórica e preocupada desse jeito. A imprensa poderia ter inventado alguma mentira capaz de estragar a paz dos últimos meses? Seria algo que dissesse respeito apenas a mim? Ou a ela?

Acompanho Paula até um dos quartos, fechando a porta atrás de mim para que ela tenha mais privacidade. Minha nossa, nunca a vi tão pálida e nervosa quanto agora. Nem mesmo em seu próprio casamento.

Ela olha para os lados, verificando se estamos de fato sozinhas e então solta um suspiro pesado, antes de começar a sussurrar como se pudéssemos ser ouvidos por mais alguém.

– Eu estou grávida!

Pelo dramalhão que ela fez, eu jamais imaginaria que podia ser uma novidade tão boa. Subitamente, é como se um peso fosse tirado de minhas costas por não ser nada sério com nenhum de nós. É apenas a notícia de um grande presente, na verdade.

– Quando você soube?

– Fiz um teste de farmácia esta manhã e quase caio para trás quando o resultado deu positivo. Depois disso, quase não consegui fazer mais nada. Eu andava de um lado para o outro, tentando imaginar como será esse bebê, que futuro o espera, como será recebido.

– Você sabe que isso tudo é besteira. Graças a Deus finalmente vamos ter mais um bebê na família!

Eu a envolvo em um abraço apertado que demonstra toda a minha felicidade com a notícia. Todos vão ficar loucos quando souberem. Esse bebê já é esperado há tempos.

– Você tem alguma ideia do que acabei de te contar?

Senta que lá vem drama! O que há de tão surreal em estar grávida diante das circunstâncias em que ela se encontra?

– O que você quer que eu diga? Eu não consigo encontrar um só motivo para não te parabenizar. Nossa Senhora, eu vou ter mais um priminho para mimar!

Ela se afasta de mim, passando as mãos pelo rosto.

– Eu... Eu estou com medo, sabe? E se eu não estiver preparada para ser mãe?

Ela está apreensiva, olhando para suas mãos cruzadas, então aliso seu braço, oferecendo-lhe algum conforto. Estou fazendo um sacrifício quase hercúleo para me sensibilizar com suas preocupações, mas minha vontade mesmo é de sair gritando aos quatro ventos que ganharei mais uma priminha. Ou primo, talvez.

Nicholas: Quando a atração muda as regras do jogoOnde histórias criam vida. Descubra agora