Demétrio
Eu estava quieto no meu canto preferido quando aquela garota intrometida chegou e meus olhos por um acaso se encontraram com os dela pela primeira vez desde que chegou a fazenda. Percebi que havia ficado um pouco perdido naquele olhar azul tão intenso e perfeito, eu não havia notado-a ainda desse jeito. Ela era linda.
O que mais me chamou atenção foram o quão fortemente azuis eram seus olhos, depois, aquela boquinha rosinha e bem desenhada dela. Me fez começar a imaginar como seriam certas partes sensíveis de seu corpo. Quando dei por mim, estava duro pensando nela.
Mas que porra estava havendo comigo? Eu sempre senti uma raiva incomum dentro de mim, mas naquele momento, eu estava enraivecido por estar sentindo coisas. Atração pela filha do meu patrão.
Não poderia estar começando a simpatizar ou sentir qualquer coisa por ela, além do fato de ser filha do meu patrão, era uma garota da cidade, muito jovem para mim e o principal, eu não queria uma mulher na minha vida para me trair novamente.
— Ter sentimentos por uma mulher, nunca mais. — disse a mim mesmo enquanto fazia meus exercícios cada vez mais rápido.
Foi quando ouvi sua voz suave e a mandei entrar. No momento que a vi entrando pela porta, com as bochechas rosadas e arregalando os olhos ao olhar para mim, correndo o olhar pelo meu corpo, senti meu coração bombear um pouco mais rápido.
Tão pequena e delicada comparada a mim, parecia ser de porcelana, com as bochechas vermelhas por me ver assim.
Ela era realmente linda, que porra.
— A lista. — pedi, olhando para a pequena mão segurando o papel.
Minha voz saiu mais baixa e rouca do que o normal enquanto estendi a mão para pegar a lista. Ela limpou a garganta.
— Aqui. — recuou alguns passos quando segurei o papel.
— Obrigado. — pareceu surpresa com a palavra que saiu dos meus lábios. reprimi um sorriso.
— De nada. — respondeu — Eu já vou. Tchau. — se virou para sair, no entanto meus lábios automaticamente falaram por mim.
— Hoje terá um evento no céu. Um eclipse. Eu vou estar lá em cima. — dou de ombros, ela abre a boca mas nada sai, então vai embora de forma apressada.
Merda, merda, merda, Demétrio! Não seja um idiota. Apertei os dentes. Não acreditava que havia falado aquilo. Talvez a lembrança de como a luz da lua refletindo em seus lindos olhos azuis, me fez querer vê-los novamente desse modo. Mas, não queria que ela confundisse as coisas.
Depois de algum tempo, tentei me convencer de que não havia nada demais em meu simples comentário, não foi um convite claro. Ou será que eu queria mesmo que ela fosse lá?
Horas depois, terminei meus exercícios e tomei um banho bem demorado, sentindo meus músculos doloridos pela intensidade que coloquei com a intenção de parar de pensar na Lívia.
Eu não sabia explicar, entretanto, estava ansioso. Meu coração que a muito não acelerava, assim se encontrava, desde que mergulhei meu olhar naquelas malditas íris azuis.
Eu não era um imbecil completo, eu conhecia os sinais.
Não, eu não poderia gostar de ninguém, não depois do que aconteceu comigo. Eu nunca mais queria me apaixonar, ter falado aquilo foi um erro, eu deveria manter distância e assim faria. Não importa! Eu não havia mandado ela ir, se ela fosse, iria ficar esperando por que eu não iria aparecer.
Minha cabeça estava confusa, depois de anos sem pensar em ninguém ,vem essa tal Lívia, uma adolescente da cidade para estragar tudo. Porque quando eu olhei naqueles lindos olhos azuis, eu não conseguia parar de pensar nela. Merda!
Lívia
Voltei para casa, entrei e me joguei no sofá da enorme sala. Será que eu havia entendido errado?
Ele mal falava comigo e quando falava me dava patadas, hoje ele disse que a aconteceria um evento no céu, um eclipse, e que ele estaria lá.
Por que ele me disse isso? Ele queria que eu fosse lá também?
Eu estava com um frio na barriga tão grande... Eu devia ir? Inevitavelmente era bem acima do meu quarto, acho que não custava nada.
Quando a noite caiu, eu estava muito ansiosa. Coloquei um vestido florido confortável e deixei meus cabelos soltos, passei um perfume e subi devagar as escadinhas cheias de folhas, meu coração estava tão acelerado e feliz, mas logo se entristeceu quando não o vi lá.
— Ele disse que estaria aqui. Ele deve vir daqui a pouco. — murmurei.
Mas será mesmo que ele iria?
Me sentei no chão e comecei a olhar para o céu. As estrelas estavam mais lindas do que nunca. Olhando elas tão lindas e brilhantes, lágrimas encheram os meus olhos.
Quando uma sombra cobriu a lua, percebi que se tratava do eclipse que ele havia dito. Olhei para os lados, procurando-o.
— Ele não vem! Ele é um idiota. — fazia quase duas horas que eu estava esperando e estava tremendo de frio — Não, eu que sou uma idiota. Mas não serei mais.
Decidi descer, muito chateada e com lágrimas nos olhos, as empurrei de volta, eu não choraria por ele. Deitei em minha cama, sentindo falta do meu pai e acabei dormindo.
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Maldito Bruto (Concluído)
RomanceEle é rude e ela um amor. Será que a doçura de uma moça conquistará o coração de um bruto? "Quando olhei para trás, avistei um homem alto e de ombros largos, uma muralha de músculos. Era muito bonito e forte. Sua camisa de botões entreaberta não co...