Capítulo 33

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Demétrio

— Ela está fora de perigo, retiramos a bala que por pouco não perfurou o intestino. Está sedada, receberá Alta em alguns dias. Por enquanto, ficará sob supervisão médica.

Desabei sobre meus joelhos, o alívio batendo tão forte que me faltou ar. Respirei fundo, tentando me recompor quando levantei.

— Porra... Graças a Deus! — encarei o médico, minhas mãos tremiam — Posso vê-la?

Ele hesitou.

— Por favor? — insisti.

— Não poderá demorar mais do que dez minutos.

— Apenas olhá-la de longe é o suficiente. — falei e ele assentiu.

Acompanhei o médico até a porta de um quarto, quando meu telefone começou a tocar, fazendo-me parar antes de entrar, o nome no visor me indicando que Heitor ligava.

— Sr. Heitor? — atendi.

— Oi! Demétrio? Como está minha filha? — não esperou respostas — Eu estou preso. Mas mandei aquele maldito para o hospital, preciso de ajuda. Meu advogado não atende.

— Irei ligar para algum dos peões resolver isso, estou entrando para vê-la agora. Ela está bem, fora de perigo, ficará internada em observação por alguns dias e depois receberá Alta.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos na ligação, então eu ouvi soluços do outro lado da linha.

—  Fiquei com tanto medo de perdê-la. Preciso ir, entre em contato com alguém para mim.

— Farei isso, Sr.

— Demétrio? — chamou antes que eu desligasse.

— Sim?

— Precisamos conversar sobre vocês depois. — senti um frio incomum no estômago.

— Ok... — desliguei.

Eu já imaginava sobre o que ele queria conversar, no entanto, não estava com medo. Lívia era minha e iria lutar contra tudo e todos por ela. Enviei uma mensagem para quem menos queria, Marcos, querendo eu ou não, tinha a confiança do Sr. Heitor e conseguiria lidar com a situação.

Guardei o celular no bolso e no momento em que entrei no quarto, avistei o rosto mais lindo do mundo, ela estava desacordada e pálida, mas era linda mesmo assim... Me aproximei com o coração doendo ao vê-la tão abatida, ergui a mão e acariciei seu rosto suave, fiquei repetindo o gesto durante todos os minutos que me restavam ali com ela, até que para minha surpresa, ela se mexeu.

— Você vai sair daqui logo, linda... — ela se mexeu outra vez, mas não abriu os olhos — Eu fiquei com tanto medo de perder você, eu nunca te colocarei em perigo novamente. Me perdoe. Me perdoe... — murmurei, colocando minha cabeça no colchão e me ajoelhando ao seu lado, deixando que lágrimas caíssem.

Algum tempo depois...

Lívia

Tudo que aconteceu nos últimos dias foi uma loucura, eu quase morri, Demétrio e meu pai quase mataram o Leonel, meu pai foi preso mas saiu em poucas horas, de acordo com o que fui informada e o maldito do namorado da minha mãe estava atrás das grades agora, depois de ter tido atendimento médico para os tiros que lhe acertaram braço e pernas e ter sido espancado pelo meu pai.

Considerando toda a situação, as acusações que Leonel havia feito, foram inválidas de acordo com as investigações da polícia, e pelo que meu pai me contou, descobriram outras coisas dele também.

Maldito Bruto (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora