Lívia
Dois dias se passaram...
Acordei com mãos macias acariciando meus cabelos, abri os olhos e vi o rosto do meu pai.
— Pai. — dei um sorriso preguiçoso, me levantei feliz em vê-lo e o abracei, contemplando o sorriso enorme em seu rosto.
—Que saudade, filha — me abraçou de volta.
— Parece que faz um ano. — sorri.
— Foram só dois dias. — sorriu — Como foi aqui sem mim?
— Foi chato, senti sua falta o tempo todo.
— Você dormindo estava tão linda... Sabe filha, eu sou tão feliz que você se parece comigo. Você é meu tudo. — meus olhos queimaram e eu permiti que as lágrimas rolassem.
— Oh, papai. Eu também... Depois que eu descobri nossa foto, fiquei muito feliz em ser a sua cara. — sorri para ele —Pai? Por que será que a minha mãe não me ama? Será que eu sou tão insuportável?
— Que isso, querida... Mariana é uma mulher amarga, sempre foi, você é a pessoa mais doce do mundo e isso incomoda pessoas como ela. — o olhei com carinho e o abracei novamente — Lívia, olha pra mim, — me soltei do abraço e o encarei — Eu nunca quero que você se sinta assim, entendeu? Você é perfeita, pessoas que não dão valor a você, não merecem o seu amor.
Eu fiquei surpresa e reflexiva sobre a ambiguidade daquela frase, ao invés de lembrar da minha mãe, eu me lembrei do Demétrio. As palavras do meu pai me confortaram tanto que imediatamente me senti leve da angústia que senti durante esses dois dias sem ver o maldito bruto, me consumindo em raiva por ter sido idiota a ponto de ter pensado que ele estaria me convidando para ver o eclipse com ele.
— Eu te amo, viu? — declarei.
— Eu te amo mais. Agora vamos jantar, Maria disse que você não foi comer.
— O que? É de noite? Jurava que era de manhã. — gargalhei.
— São onze e meia. — ele estendeu a mão para mim — Vamos.
Segurei sua mão e então descemos juntos. Jantamos enquanto eu perguntava tudo sobre a pequena viagem e se havia resolvido o problema, ele pareceu tão feliz por eu querer saber que me contou tudo nos mínimos detalhes, em seguida, fomos sentar em frente a casa para olhar a natureza.
Algum tempo depois, o observei bocejar várias vezes seguidas.
— Está cansado. — afirmei — Vai dormir, pai. — acariciei sua mão.
— É... Vou entrar, estou cansado, pode ficar um pouco mais se quiser. Até amanhã. — me deu um beijo na testa e entrou.
Estava distraída, olhando dois vagalumes brincando quando ouvi uma voz se aproximando.
— Oi. — olhei para o lado e vi o Frederic — Por que está aqui sozinha? — sentou-se ao meu lado.
— Ei. Meu pai estava aqui, ele acabou de entrar e eu decidi ficar mais um pouco, dormi tanto a tarde que estou sem sono agora. — sorri para ele.
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Maldito Bruto (Concluído)
RomanceEle é rude e ela um amor. Será que a doçura de uma moça conquistará o coração de um bruto? "Quando olhei para trás, avistei um homem alto e de ombros largos, uma muralha de músculos. Era muito bonito e forte. Sua camisa de botões entreaberta não co...