Lívia
— Mari, avise ao Demétrio e ao meu pai, por favor. — minhas palavras saíram quase inaudível. A dor estava quase insuportável e eu sentia sangue escorrendo.
— Eu farei isso quando chegarmos ao hospital. Agora tenho que dar atenção a você, vai dar tudo certo.
— E se não der? Por favor Maria, se algo acontecer com meus filhos eu não vou superar nunca. — as lágrimas insistiam em cair, não elas não insistiam, eu queria chorar e muito.
Eu estava grata por Maria estar comigo, no entanto, tudo que mais queria era Demétrio ao meu lado.
— Lívia, os seus filhos vão ficar bem. — Marcos disse, me dando força também.
Naquele momento eu não me importei com o que ele fez, ele estava sendo gentil, me colocou no carro e nos ajudou.
Ele olhou para mim no momento que o olhei e franziu as sobrancelhas.
— Não feche os olhos. Converse comigo. — falou, parecendo adivinhar o peso em minhas pálpebras.
Eu estava mais fraca do que nunca, minha boca estava seca e meus olhos queriam fechar.
— Não consigo. — murmurei.
— Você já pensou no nome dos bebês? — ele perguntou e eu comecei a chorar de novo.
— Ainda não. Eu e o Demétrio estávamos muito indecisos. — respondi, com a voz trêmula.
— Qual nome você mais gosta no momento? Eu fiquei sabendo que grávidas gostam de nomes diferentes a cada mês. Minha mãe disse que eu tive uns dez nomes antes dela escolher Marcos.
Eu sorri.
— Eu gosto de Sofia no momento, mas até eu olhar para ela, acho que mudarei de opinião.
— Ou não, Sofia é um nome lindo.
Incrivelmente funcionou Marcos ter conversado comigo, pois chegamos ao hospital quando eu menos esperava. Ele fez questão de me pegar no colo novamente e quando entramos, correram para me atender com urgência, foram rápidos, Marcos me ajudou a sentar em uma cadeira de rodas e me levaram para a sala de preparação.
— Eu vou ligar para eles. Vai dar tudo certo, eu estou aqui! — Maria disse me dando conforto.
Ela saiu da sala e o médico que sempre me atendia nas consultas entrou.
— Doutor? Meus bebês, ouve o coração deles para saber se estão batendo por favor... — pedi.
— Querida, se acalme... Por favor, seus filhos precisam de sua força e da sua calma, você não pode ficar alterada, se não poderá dar tudo errado, você pode ficar calma? — o médico perguntou arrumando alguns aparelhos — Eu vou fazer o exame de toque em você, está bem? Relaxe o corpo por favor.
Uma forte vertigem me atingiu e antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, uma fraqueza tomou conta de mim, tudo ficou escuro, tentei chamar pelo médico, pedir ajuda, o mal estar era forte, mas minha voz não saiu. Perdi todos os sentidos e desmaiei.
Demétrio
Chegamos a quase duas horas, não havia dado tempo de ligar para casa porque foi muito corrido desde que chegamos, iríamos começar uma nova reunião em cinco minutos.
Um aperto estranho começou se acumular em meu peito, uma angústia, como a que Lívia disse estar sentindo e o arrependimento me agarrou por não ter ficado com ela. Mas eu estava tão otimista que tudo daria certo, que nada de ruim aconteceria, que no momento apenas pensei que ela estivesse fazendo drama.
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Maldito Bruto (Concluído)
RomanceEle é rude e ela um amor. Será que a doçura de uma moça conquistará o coração de um bruto? "Quando olhei para trás, avistei um homem alto e de ombros largos, uma muralha de músculos. Era muito bonito e forte. Sua camisa de botões entreaberta não co...