Capítulo 50

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Lívia

— Eu sinto muito. — disse o doutor.

Eu ainda não podia acreditar no que estava acontecendo. Meu bebê, meu anjo que eu gerei com tanto amor, o fruto do amor da minha vida. Minha princesa se foi.

Era a pior dor do universo. Se eu imaginei algum dia ter conhecido o sofrimento, estava totalmente enganada... Sofrimento era perder uma parte de você.

— Eu quero segurá-la. — Demétrio pediu, chorando.

O médico pegou a bebê e entregou a Demétrio, ela ainda estava corada, mas tão pequena, parecia estar dormindo.

Demétrio a pegou com cuidado e a abraçou em seu peito cuidadosamente, se abaixando próximo a mim, eu me inclinei para eles e a toquei, estava quentinha. Ela ainda estava conectada aos aparelhos, que o médico empurrou para ficar próximo a nós. Demétrio me abraçou com o outro braço e eu chorei, chorei muito. Nós dois choramos.

— Não vai não minha princesa. — ele parou de me abraçar e colocou a bebê nas palmas das mãos e começou a falar olhando para ela — Eu e a mamãe não podemos ficar sem você. Seu irmãozinho precisa de você também...

Ele beijou repetidas vezes seu rostinho, com suavidade e foi quando o milagre aconteceu. Os aparelhos começaram a apitar novamente, indicando batimentos cardíacos.

— O que é isso? — perguntei assustada.

— Ela está respirando! — Demétrio gritou para o médico que pegou ela rapidamente das mãos dele.

— Ela está viva! — o médico disse, parecia estar emocionado.

— Meu Deus! — gritei abrindo um sorriso e Demétrio me abraçou.

A vida voltou a percorrer meu corpo junto com a minha bebê.

Me senti viva outra vez.

Demétrio

Um milagre aconteceu. Minha princesa voltou. Tinha certeza que ela ouviu meu pedido junto a Deus e voltou para nós.

Me soltei do abraço de Lívia e corri para avisar meu sogro e a Maria.

— Minha filha está viva! — anunciei para eles que estavam no corredor, me virei para Lívia e me abaixei novamente — Obrigado meu amor, obrigado por me dar as coisas mais lindas desse mundo. Eu te amo e espero que um dia possa me perdoar por não ter estado aqui quando mais precisou, porque eu nunca irei perdoar a mim mesmo.

Abracei a mulher da minha vida, me sentindo o homem mais feliz do mundo, quando uma enfermeira se aproximou.

— Agora você precisa descansar. Precisamos também avaliar sua cesariana e já que passou por tanto estresse, deveria tomar um banho e repousar. — a mulher disse e eu concordei.

— Você passou por uma das cirurgias mais perigosas, linda. Eu vou te ajudar com o banho.

Lívia apenas assentiu.

Eu e a enfermeira ajudamos Lívia com o banho, trocaram a roupa de cama do quarto e eu a vesti com uma camisola limpa. Também a ajudei com o absorvente pós parto e penteei seus cabelos, neste momento estávamos a sós.

Uma batida leve soou na porta e o médico entrou novamente.

— Olá, como a mamãe está? — ele perguntou.

— Bem melhor. Não está vindo com más notícias não, não é? Por favor, acho que não aguento mais. — ela sorriu tensa e eu engoli em seco, tendo a mesma preocupação.

Maldito Bruto (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora