Capítulo 26

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Lívia

Estava totalmente sem palavras, não sabia o que pensar, o que falar ou como reagir.  Estava ciente apenas das lágrimas de raiva que insistiam em cair dos meus olhos. Virei as costas e comecei a correr, correr de volta para minha casa.

Será que eu nunca teria paz?

— Lívia! — ouvi Demétrio me chamar — Espera por favor. — gritou, correndo atrás de mim.

Parei para enfrentá-lo.

— O que essa mulher estava fazendo na sua casa? E te beijando ainda? — questionei.

— Você vai me ouvir? Me deixar explicar? Por favor. — pediu, parecendo desesperado.

— Depois conversamos, quando essa mulher estiver longe da gente.

Eu sabia que Demétrio não me trairia com Kristen, mas eu precisava fingir uma cena para ela achar que nos abalou.

— Não, linda. — se aproximou mais de mim — Por favor, acredite em mim.

— Eu... Eu não sei. Estou tão confusa. Estou com medo e mais um monte de coisas. Não sei o que pensar. — coloquei as duas mãos no rosto.

— Eu nunca trairia você, Lívia, porque eu te amo. — ergui a cabeça e o olhei, chocada, com o coração martelando o peito.

Eu te amo? Ele me amava... As palavras bateram em mim como um choque, mas um choque bom que percorreu todo o meu ser, enchendo meu coração de sentimentos, fazendo-o doer.

Neste momento não quis mais fazer uma cena, apenas corri para seus braços, nada mais importava. Ele me abraçou com tanto amor, com tanta vontade e eu o beijei, tendo meus lábios sendo devorados por ele e suas mãos me tocando como se tivesse medo de me soltar.

— Meu amor... Confia em mim, a única que eu quero é você. — ele sussurrou entre o beijo, e eu retribui o sorriso voltando a beijá-lo.

— O que significa isso?! — ouvimos Kristen gritar e então separamos nossos lábios. 

A loira parecia furiosa quando se lançou para vir em minha direção, Demétrio de imediato se pôs em minha frente.

— Kristen! O que pensa que está fazendo? Você não vai encostar nela. — Demétrio segurou seus braços.

— Você é meu! Ela é uma pirralha, Demétrio! — a mulher estava furiosa.

— Você está sendo ridícula, Kristen. Me ameaçando e afirmando que o Demétrio é seu como se ele fosse um objeto, ainda mais depois do que você fez! Como tem coragem? 

— Você é meu e sempre será! Não vou deixar vocês viverem em paz! — gritou histérica.

— Eu não vou me prestar ao papel de brigar por causa de um homem. Se ele quisesse você, seria seu e ponto, eu sairia do caminho. Porém, ele não quer nada com você. Nos deixe em paz.

— Nunca. Vocês nunca viverão em paz enquanto eu existir. — jurou e se afastou.

A observei ir, em uma direção contrária a minha casa, Demétrio me puxou para seus braços e me abraçou forte.

— Ela chegou lá em casa e me pegou desprevenido, me agarrou e me beijou, mas eu logo a afastei, foi quando você chegou.

— Acredito em você, me desculpe pela minha reação, eu senti raiva, ciúmes, não sabia como reagir nem o que pensar. Tenho inseguranças e quis fazer ela pensar que conseguiu o que queria, para ver se nos deixava em paz.

— Eu te entendo linda, também ficaria furioso se visse outro homem beijando você, assim como fiquei quando Marcos o fez, eu o arrebentaria. Os únicos beijos que eu preciso são os seus. — beijou levemente meus lábios.

— O convite para ir até a sua casa, ainda está de pé?

— Com certeza. — piscou para mim e me puxou em direção a sua casa.

Quando chegamos, me guiou até o sofá e nos sentamos.

— Será que a Kristen vai contar para o meu pai sobre nós dois?

— Você tem medo que ela faça?

— Sim. Não sei qual será a reação dele. Ele me deixou ir a feira com o Marcos, mas eu tive que deixar claro que não era um encontro.

— Não vamos nos preocupar com isso agora, tenho certeza que lidaremos com isso quando chegar a hora. Posso te pedir uma coisa?

— Claro.

— Não fale mais sobre o Marcos. Ele te quer, mas nunca terá. — acariciou meu rosto — Você quer comer alguma coisa? — mudou de assunto tão rápido que não pude responder sobre Marcos.

— Na verdade, sim. Estou com fome.

— Vou preparar algo. Estava indo fazer isso quando aquela mulher chegou. — se levantou e foi para a cozinha.

— Vamos esquecê-la por hora. Precisa de ajuda? — me levantei e fui em sua direção.

— Hoje eu só quero te servir. — me deu um selinho.

— Então tá. — sorri.

O abracei por trás, minhas mãos tocando o abdômen definido por cima da camisa, mordi levemente suas costas e ele jogou a cabeça para trás, grunhindo.

— Linda... Está me provocando... —  virou-se bruscamente, prendendo-me contra a parede.

Começou a beijar meu pescoço, causando arrepios prazerosos correrem pelo meu corpo. Segurei na parte de trás do seu pescoço quando sua boca tomou a minha com desejo e paixão.

— Puta que pariu. — ouvimos essa exclamação e paramos imediatamente de nos beijar.

Frederic estava de pé na entrada da casa, com o cachorrinho do Demétrio no colo e nos olhando de olhos arregalados, parecendo chocado.

Maldito Bruto (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora