Capítulo 15

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Lívia

Eu estava totalmente perdida, mas no bom sentido, um sentimento desconhecido mas muito bom tomou conta do meu corpo, eu queria mais, queria voltar a beijá-lo e a sentir suas mãos em mim, no entanto, estava receosa quanto a reação dele depois disso.

Ele estava vulnerável e poderia achar que foi um erro. O encarei, sentindo minhas bochechas quentes, Demétrio me olhou de volta, com um olhar indecifrável.

— Demétrio... — balbuciei seu nome na tentativa de dizer algo para quebrar o silêncio, mas fui interrompida quando ele puxou-me novamente para si.

Pulei em seu colo com um impulso juntamente com sua pegada. Demétrio voltou a me beijar loucamente, havia tanta paixão naquele beijo, um beijo ardente e envolvente, eu nunca havia beijado antes, mas parecia que eu sabia o que estava fazendo, meus lábios apenas obedeciam aos comandos dos dele.

O calor intenso em meu corpo cresceu ainda mais, tomando cada centímetro da minha pele, seus toques provocando uma sensação prazerosa em mim.

— Lívia — sussurrou meu nome enquanto me beijava — Eu evitei tanto isso.

Ele parou e deu um passo para trás, se afastando.

— Demétrio, você...

— Fui impulsivo, eu não deveria — senti meu coração doer e o interrompi.

— Está tudo bem. Eu imaginava que você diria isso, foi um erro. — me virei em direção a porta do celeiro e sai, forçando minhas pernas a caminharem para longe.

Fechei meus olhos reprimindo as lágrimas. Eu não queria chorar e não iria. Lembrei-me do convite do Marcos e fui até o local que sabia que estaria, talvez não chegasse mais a tempo de ver o nascimento do bezerro, mas seria uma boa distração conversar com ele novamente, ele sim era gentil.

Quando cheguei, ouvi algumas pessoas conversando e a voz dele se sobressaiu, me aproximei mais e o encontrei, agachado no chão, observando o bezerro de perto enquanto algumas pessoas conversavam a uma distância de mais ou menos um metro. Acenei para eles que sorriram de volta.

— Olá. — falei para que Marcos notasse minha presença.

— Olá, você demorou. Perdeu o momento em que a magia acontece. — sorriu.

Ele parecia orgulhoso de si mesmo e de gostar muito do que fazia.

— Me desculpe por ter demorado. Deu tudo certo? Os dois estão bem? — me aproximei mais.

— Sim, embora ele tenha nascido com uma pata quebrada, isso dificultou o parto, mas ficarão bem.

— Esse é um dos trabalhos mais lindo do mundo, cuidar dos animais.

— Eu realmente amo o que faço.

— Da para ver em seus olhos. — observei os olhos castanhos me encararem por longos segundos.

— Você já conheceu a feira quinzenal que acontece na cidadezinha ao lado?

— Não. Nunca ouvi falar. O que é?

— É uma feira que acontece de quinze em quinze dias, há várias atrações musicais, comida, esportes, competições e algumas tendas sobre medicina veterinária onde fazemos competições de quem consegue descobrir mais rápido o que um animal tem apenas com a descrição que nos é dada.

— Uau, isso é muito legal! Ninguém me disse sobre isso. Eu gostaria de ir. — exclamei, animada.

— Eu iria convidá-la. Será hoje, começa às seis. Quer ir comigo?

— Claro! Vou pedir permissão ao meu pai. — falei.

— Lívia? — chamou.

— Sim?

— Se fosse um encontro, aceitaria da mesma maneira? — meu coração acelerou de surpresa.

Ele estava afim de mim? Hesitei, pensando no Demétrio e em nosso beijo, a maneira como me senti e tudo que sentia pelo maldito bruto, também não deixei passar a forma como ele me tratava e me tratou após o beijo. Então cheguei a conclusão de que deveria dar uma chance a um homem gentil que provavelmente não se arrependeria de ter me beijado.

— Hum... — mordi o lábio inferior, um pouco nervosa — A-Acho que sim.

— Eu te busco as cinco e meia. — piscou para mim.

Marcos era realmente bonito...

Maldito Bruto (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora