Capítulo 46

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Lívia

Uma semana se passou. Eu tinha o melhor pai do mundo inteiro, uma madrasta maravilhosa, teria um irmãozinho e o melhor de tudo, iria me casar com o amor da minha vida e estávamos esperando um filho.

Para mim, não existia felicidade maior.

Demétrio estava prestes a me colocar em um pedestal pelo tamanho cuidado que estava tendo comigo, não que antes ele já não fosse super cuidadoso, mas agora ele apenas saia do meu lado para ir trabalhar, e até pediu ao meu pai para colocá-lo meio período, não se importando se ganharia menos, para ficar ao meu lado.

Ele não dizia com palavras, mas tinha medo de que algo ruim acontecesse novamente. Meu pai contratou seguranças e colocou câmeras na fazenda, por toda parte.

Com tudo que houve, precisei ficar mais uma semana de repouso antes de começar o pré natal porque minha gravidez se tornou de risco por eu ter perdido muito sangue e é realmente um milagre que meu bebê tenha sobrevivido, apesar de nem ter forma ainda.

Nós compramos um aparelho que dava para ouvir as batidas do coração do bebê e eu fazia isso várias vezes ao dia, para ter certeza que estava batendo e Demétrio queria ouvir por horas quando estávamos juntos. Conversamos até sobre como seria quando ele ou ela fosse para a faculdade.

Eu ainda tinha pesadelos, acordava chorando e soluçava por horas quando ninguém estava perto, eu tentava ser forte, mas tudo que aconteceu comigo, me deixou completamente quebrada, apesar de estar feliz com meu noivado e minha gravidez, o trauma era algo que eu não conseguia controlar e evitar.

Aparentemente não havia mais perigo, Leonel estava em coma no hospital, pelo estado que Demétrio o deixou e Mariana atrás das grades. Meu próprio pai estava se certificando de pagar segurança extra para ficar vigiando os dois de longe, porque descobrimos que Leonel teve ajuda de dois policiais na fuga, já que ele também era policial e subornou os dois homens com segredos judiciais que ele sabia.

Um mês depois.

— Está pronta, querida? — Maria perguntou entrando no meu quarto.

— Sim, só estava terminando de pentear meu cabelo, está caindo. — sorri sabendo o motivo disso.

— É normal, eu que o diga, estou toda inchada. — ela sorriu e saímos do quarto.

Quando apareci no topo da escada, Demétrio subiu correndo, pulando de dois em dois degraus e segurou meu braço.

— Você está bem, linda? — perguntou, dando-me um beijo nos lábios — Quer ajuda para descer, Maria?

— Se eu deixasse, Heitor me carregaria nas costas. Não, obrigada. — Maria sorriu e desceu as escadas devagar.

— Como você está? — ele me perguntou novamente.

— Estou ótima. Ansiosa. Fico pensando se conseguiremos ver alguma coisa com dois meses e pouco.

— Espero que sim, quero ver o meu filho. — ele deu um sorriso tão puro e seus olhos brilharam tão sincero, que meus lábios tremeram querendo chorar.

— Melhor falar meu bebê, porque pode ser uma menina.

— Eu adoraria que ela fosse idêntica a você. — ele me beijou.

— Cadê os meus bebês? — meu pai perguntou, entrando em casa bem humorado

Eu e Maria fizemos sinais mostrando onde estavam, apontando para nossas barrigas e rimos. Fomos até o carro conversando sobre nomes para os bebês.

Chegamos a clínica das grávidas que tinha na cidade, preenchi uma ficha e disse que tinha horário marcado, Demétrio havia feito isso.

Eu estava sentada em uma cadeira e Demétrio estava com a mão na minha barriga, com a cabeça inclinada, encostando o ouvido na minha pele. 

Maldito Bruto (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora