Capítulo 30

16.7K 1.4K 77
                                    

Lívia

Meu pai deveria estar preocupado, mas será que ele havia percebido que eu não estava em primeiro lugar? Eu esperava muito que não.

Cheguei em casa e entrei bem quieta, parecia que ninguém havia acordado ainda, quase gritei de susto quando ouvi a voz de alguém.

— Seu pai vai adorar saber que você está transando com o capataz! — era Kristen.

— O que você.... — ela me interrompeu.

— Eu sei onde você estava, e vou contar ao seu pai.

— Pode contar! Eu não me importo. O Demétrio também vai contar para ele sobre a mentira que você inventou, dizendo que está grávida dele e que estão noivos. Sua mentirosa e cínica, vá procurar um hospício, está precisando se tratar. Maluca! — me enfureci.

Seu rosto ficou pálido e ela engoliu em seco.

A empurrei e subi correndo para o meu quarto, decidi dar uma olhadinha no quarto do meu pai para saber se ele estava dormindo, se havia voltado para casa ontem mesmo. Franzi o cenho quando o vi abraçado com uma mulher debaixo do edredom. Era a Maria. Apertei os olhos quando fechava a porta, evitando qualquer barulho e evidência de que os vi.

Eles eram perfeitos um para o outro.

Entrei em meu quarto, tranquei a porta e encostei na parece fria, dando um suspiro de alívio, em seguida um enorme sorriso bobo tomou meus lábios ao lembrar da minha noite com Demétrio. Eu estava tão feliz, o amava.

Retirei toda a minha roupa, coloquei no cesto de roupas sujas e tomei um quente e longo banho, só ali senti as dores musculares, o meio das minhas coxas doía. Quando sai, me sequei e vesti um vestido leve, uma calcinha folgada e me deitei na cama.

Dei um longo suspiro, havia dado tudo certo, estava fechando os olhos, quando leves batidas soaram na porta.

— Quem é? — perguntei.

— Sou eu, Maria. — sussurrou.

Me levantei correndo para abrir e puxei ela para dentro trancando novamente a porta.

— Ei Lívia, onde você foi ontem a noite? Te procurei e não te achei. — Maria questionou, preocupada.

— Calma... — comecei a sussurrar — Eu estava com o Demétrio.

— Eu imaginei, mas mesmo assim me preocupei. E como foi? —  indagou, curiosa.

— Foi incrível... — abaixei mais a voz, sentindo meu rosto quente — Fizemos amor.

— Vocês o que? — exclamou, surpresa.

— Maria você acha que eu errei? Foi rápido demais? — perguntei apreensiva.

— Claro que não meu amor! Vocês se amam. — me abraçou.

— Maria, desculpa... Mas é que... Eu vi você com o meu pai, e quero que saiba que...

— Lívia, eu e o Heitor nos gostamos há um tempo, e ontem aconteceu, não fique chateada, é muito importante que tenhamos a sua aprovação, afinal, você é tudo para o seu pai.

— Eu não estou, de maneira nenhuma chateadas, pelo contrário, quero dizer que estou muito feliz por vocês!

— Não conta para ninguém por enquanto está bem? Nem comente com ele, eu o amo, porém ele é muito reservado quanto a isso, fora do quarto. Dentro dele, bem...

— Mari, pode ocultar esses detalhes sobre o meu pai para mim. — ela riu.

— Quero que ele se sinta a vontade. Ontem ele te procurou, inventei que você estava cansada e insisti pra ele não ir ver você.

— Muitíssimo obrigada! — a abracei.

Alguns segundos depois, outras batidas soaram na porta. Fui até lá, destranquei e abri, avistei meu lindo pai, parecendo radiante, ele deu uma olhada para dentro do quarto e suas bochechas ficaram coradas quando olhou para Maria e deu um sorriso para ela.

Se não fosse o meu pai, também me derreteria com aquele sorriso.

— Bom dia, filha. Bom dia, Maria.

— Bom dia, Sr. Heitor. Eu vou preparar o café da manhã. — Maria levantou-se apressadamente e passou por ele na porta.

— Maria? — ele a chamou.

— Sim?

— Por favor, é só Heitor para você.

— Pai? — chamei sua atenção e o puxei para dentro do quarto — Você está bem?

— Estou ótimo, querida. E você?

— Eu também estou ótima. Hoje vou ter que ir na cidade, fui intimado.

Sinto meu coração apertar, meu pai não pode ser preso por algo que ele fez por minha causa, no entanto, a justiça é uma droga e um policial corrupto muitas vezes consegue o que quer só por ter um status lá dentro do meio deles.

— Pai...

— Aconteça o que acontecer, eu sempre vou lutar por você.

Eu deveria contar ou não, que o desgraçado do Leonel tentou abusar de mim? Isso ajudaria ou pioraria as coisas?

Maldito Bruto (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora