Capítulo 11- O trabalho

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Daniel

Me levanto e vou ao local onde Alberto está em pé.

_ Ah, então me escolheu para fazer trabalho?

_ Claro, quem ia salvar você nesse trabalho? Porque até onde eu me lembre a definição que o senhor deu para a resposta do professor, foi a que te dei ontem.

Sorrio, porque ele está certo e dei a resposta propositalmente.

_ Ah, você percebeu?

_ Claro. E agora vamos sentar porque temos que terminar esse trabalho logo.

_ Pelo jeito, esse trabalho vai ser longo. Principalmente responder aquela pergunta dele. Eu não faço ideia.

_ Bom, se você não sabe, quem sou eu para tentar acertar. Você que é meu nerd.

De novo, "meu nerd". O encaro e fico em silêncio. Apenas concordo com a cabeça.

_ Alunos, sentem que vou repetir a pergunta. O trabalho consistirá em respondê-la. Porém, por conta do trabalho ser durante a semana toda, vocês precisaram encenar uma cena do Romeu e Julieta e quero criatividade.

_ Ah professor isso é um trabalho meio viado não?

Não preciso nem olhar para saber quem disse isso.

_ Thales, até onde eu sei, eu estou dando um trabalho em cima de uma grande peça de um célebre autor. Você tem duas opções, fazer ou ficar com zero.

A sala fica em um silêncio, era raro o professor Fabiano estressar, mas quando ele estressada, era uma vez só.

_ Bem, o Thales recebeu aquilo que merece há meses.

_ Você não deixa de está certo Daniel, eu ainda estou bem puto com ele com o que rolou ontem. Aí deles se ele ou algum dos amigos se atrever a mexer com você.

_ Obrigado.

_ Já disse, você diz muito isso.

_ Ah.

_ Mas enfim, voltando para o trabalho, qual será a resposta que o professor espera?

_ Não faço ideia. O que seria um casal nos dias atuais que se assemelharia ao romance de Romeu e Julieta?

_ A gente vai precisar descobrir. Hoje de tarde na minha casa?

_ Na minha hoje, Alberto.

_Ok.

_Você pode ir comigo direto da aula.

Termino de dizer e me arrependo, pode ter parecido que estou com medo de voltar sozinho. A verdade é que estou mesmo, mas não queria deixar isso na cara, principalmente para alguém como o Alberto, que parecia ser super vivido.

_ Beleza, sem problema. Só vou avisar minha mãe que vou ficar na sua casa hoje.

_Ok.

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As aulas passam rápido, acabo que fico sentado ao lado de Alberto durante todas as outras aulas. Os professores reparam que não estou na minha carteira de costume, mas ninguém diz nada.
No recreio fico na sala lendo e minha surpresa é tanta quando Alberto acaba ficando também. Não conversamos nada, ele passa o tempo todo mexendo no celular. Não pergunto o que é, apenas fica lá me fazendo companhia.

E agora estamos descendo da escola juntos. Sim, ele ficou ao meu lado o tempo todo e isso me faz bem. Alberto entrou de verdade em minha vida ontem, mas a cada momento ao seu lado, parece que conheço a vida toda.

_ Terra chamando meu nerd.

_Oi?

_ Eu que digo oi, em qual mundo você está? Estou falando que sua casa é perto e que você pode dormir até tarde. E você me ignorando.

_ Não fiz por mal, só estava pensando.

_ Pensando em que?

_ Nada demais, apenas que...

Não consigo terminar de falar. Alberto para em frente à minha casa e fica esperando resposta.

_ Relaxa meu nerd, não precisa falar se não precisar.

Alberto se aproxima e me puxa para um abraço. E eu sinto algo mudar de vez em minha vida.

Livro I - O Nerd e o AventureiroOnde histórias criam vida. Descubra agora