Capítulo 25- O pai de Alberto

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Daniel

Volto para a sala com Alberto, estamos de mãos dadas e eu não me importo. Ele me salvou duas vezes, mesmo eu estando curioso para saber mais sobre Al, decido não pressionar.

Entramos na sala e olho e percebo que Thales, não está presente e nem suas coisas.

Sem professor a bagunça toma conta e ninguém percebe que estou entrando de mãos dadas com Alberto.

A professora de inglês chega e pede que a turma fique em silêncio.

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A aula termina e cada dia que aproxima de sexta eu me preocupo, até agora não sei a resposta do trabalho.

Estou deitado na cama de Alberto e ele está no computador.

_ Al, e o nosso trabalho?

_ Já escolheu a parte da peça que faremos?

_ Ainda não, estou mais preocupado com a resposta para o professor. Falta dois dias só.

_ Já disse para você ter calma. Aliás, você ainda não entendeu a resposta ?

_ Como assim?

Alberto apenas sorrir, ele consegue me irritar. Ele sabe que não gosto de ir mal em notas.

_Relaxa e olha já decidi a cena que faremos.

_ Qual?

_ Vai ser a do beijo na sacada.

_ COMO????

Não acredito, ele me propôs a cena que envolve uma declaração de amor e um beijo. No meio de uma turma.

_ Ué, tem vergonha de mim?

_ Não, é que...

Alberto se aproxima e me envolve em seus braços.

_ Você não me quer?

Ele tão próximo a mim e eu suspiro, e o beijo. Não consigo evitar, quanto estamos próximos demais só quero o beijar. O tocar.

Alberto cai em cima de mim e eu empurro os livros que estavam na cama.

_ O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?

Alberto para e olha para a porta. Tem um homem parado alarmado olhando para nós dois na cama. Não faço ideia de quem seja, mas o grito dele me fez pular.

_ Uai, você está vendo dois namorados se pegando.

Alberto responde do nada, e entendo que ele conhece quem é aquele homem.

_ DOIS NAMORADOS?? Isso não existe! Dois homens se pegando não pode ser chamado de namoro.

O homem vem chegando e Alberto levanta e se põe na minha frente.

_ Sai do meu quarto, sai dessa casa. O senhor não tem o direito de está aqui. O senhor não disse que ia viajar há 5 anos e nunca mais voltou. O senhor nos abandonou. Então sai!

Agora eu entendo, aquele homem é o pai de Alberto.

O pai de Alberto o empurra e ele cai do meu lado.

_ Eu fui embora mesmo, principalmente porque não podia lidar com isso que você é.

As palavras ditas deixam meu namorado parado. Cada vez mais entendo que não conheço a história toda de Al, apenas sei que não deve ter sido fácil.

_ O senhor, não fala assim com ele. Alberto não merece.

O pai de Alberto me olha e me fuzila com o olhar.

_ Cala a boca, você deve ser quem? Alguma puta do meu filho?

Alberto se levanta, mas eu o seguro.

_ Sai daqui!

_ Eu vou, só vim porque estava na cidade e achei que não ia ter ninguém aqui.

O pai de Alberto se vira para sair, e volta.

_ Toma, quem sabe você o usa para procurar um tratamento.

Ele joga um envelope na cara de Alberto.

_ Considere isso como presente desses últimos anos e dos próximos.

Ele se vira e vai embora...

Livro I - O Nerd e o AventureiroOnde histórias criam vida. Descubra agora