Livro I - O Nerd e o Aventureiro

Capítulo 18- A cafeteria e o encontro

Alberto

Saio com Daniel de casa, ele está todo confuso. Não saber para onde vamos o deixa confuso.

_ Daniel, relaxa. Vamos num local tranquilo. Só que você vai começar a entender o trabalho do professor lá.

_ Como? Eu devia estar é relendo a peça para ter ideias e pensando em qual parte vamos fazer.

Como ele está perto de mim, eu seguro a sua mão e o puxo o beijando. Ele corresponde.

_ Agora já sei como vou deixar você calado.

_ Só me fala onde vamos?

_ Porque você não aproveita o momento comigo.

Daniel apenas me olha e percebe do que estou falando, a noite está linda, a lua cheia ilumina a rua que está bem vazia e lá estamos nós dois, de mãos dadas.

Caminhamos um pouco mais e chego ao local que eu queria o levar. Foi lá que eu comecei a me apaixonar por literatura e também, foi lá que eu conheci Fred.

_ Chegamos.

_ Uma cafeteria?

_ Não, aqui é uma biblioteca/bar. Temos leituras de textos, peças, livros e também um local para tomarmos um café e ficarmos conversando.

_ Você fez tanto mistério para isso?

_ Você já tinha vindo aqui?

_ Não, a verdade é que nunca entrei nessa rua.

_ Pois é, essa rua aqui é desconhecida por muitos. Então confia em mim, esse lugar é perfeito.

Daniel apenas concorda e de mãos dadas passamos pela porta. O lugar é como me lembro, dois andares, mesas colocadas nos cantos o segundo andar ainda tinham diversas prateleiras e embaixo as mesas e um balcão.

O olhar de Daniel se perde naquele lugar e eu sorrio. Sabia que ele ia amar, poucas pessoas conhecem aquele lugar. É onde eu mais ia quando era mais novo, mas depois de tudo, não me sentia bem em voltar aqui.

_ Vamos subir Daniel, lá em cima é mais calmo ainda.

Subimos e aquela música baixa deixa o ambiente mais tranquilo. Me sento numa mesa no canto perto da janela e Daniel não consegue parar de olhar para tudo. Me divirto com aquela sensação.

_ Alberto, como você conhece esse lugar?

_ Eu disse que sou aventureiro ué, conheço vários lugares.

Um atendente chega e nos pergunta o que queremos, ele para e fica olhando para as mãos minha e de Daniel que ainda estão juntas.

_ Olha eu vou querer um café com leite e um queijo quente. E você, Daniel?

_ Um café e ...

Daniel fica sem saber o que tem e eu peço para ele um pedaço de bolo de chocolate.

_ Como você sabe que eu amo chocolate?

_ Ah, meu Romeu, eu deduzi.

O atendente ouvi o que eu digo, da um sorriso e sai. Daniel fica vermelho e eu o acho mais bonito ainda.

_ Agora você vai dizer como isso vai ajudar na resposta do professor?

Como ele pode ser tão inteligente para algumas coisas e tão devagar para outras. Vou ensinar muito para ele ainda.

_ Bom, se você ainda não sabe, não é eu que vou te falar. Até sexta antes de sermos obrigado a responder, você saberá a resposta sozinho.

Ficamos sentados durante varias horas, vejo Daniel caminhar entre as estantes, vejo ele olhar pra o lugar e se senti tão bem.

_ Alberto, podemos ir?

Olho para o celular e vejo que já se passa das 23 horas e o rostinho de Daniel já está com um ar de sono.

Levantamos e vou até o balcão para pagar a conta. Daniel abri a carteira mas eu aviso que vou pagar essa.

_ Tem certeza?

_ Relaxa. A próxima você paga meu nerd.

Saímos de mãos dadas e Daniel nunca pareceu tão feliz. Ao sairmos da rua e voltarmos para a principal, eu o vejo, ele está com uma menina loira do lado. E pelo jeito não mudou em nada, a roupa rasgada um pano amarrado na cabeça e com uma garrafa na mão.

Sim, ele, o cara que me fez o mais feliz e também o que me destruiu.

Passo com Daniel e ele não me vê, quando estamos cruzando o fim da rua, ouço ele gritar.

_ Aquele não é o viado que queria me dar?

Daniel me olha e eu não digo nada apenas continuo andando.

Ouço um dos meninos olhar e dizer que podia ser ou não. Como pode, os anos passaram e o grupo ainda está lá.

Assim que saímos da rua, Daniel me pergunta se estou bem, pois fiquei quieto.

_ Estou sim meu nerd, vamos porque hoje você dorme no meu quarto.

Daniel me abraça e continuamos andando. Ele não percebeu nada, melhor assim. Por enquanto...