Capítulo 24- Um dia você saberá

1.4K 211 19
                                    

Alberto

_ Eu disse para você não chegar perto dele de novo.

Thales me mostra o canivete e eu me espanto. Aquele garoto é louco.

Tento me aproximar de Daniel, se eu conseguir, o puxo e saímos para o pátio e ficaremos seguros.

_ Thales calma, não faz nada que você possa se arrepender.

_ Eu não farei nada, é só o Daniel cooperar e você ficar quieto.

Me aproximo mais de Daniel, só mais um pouco.

_ O deixe ir, Thales, que eu faça tudo que você quiser.

_ Tudo?

_ Sim, eu já fiz. Então sei fazer.

Lanço algo que faz Thales me olhar e ficar quieto, é o que eu precisava. Puxo Daniel pelo braço e saio com ele pela porta.

Não olho para trás, e corro com Daniel. Sei que ele está quieto demais e não vou para sala com ele. Pelo o que conheço de Daniel, o que eu falei deve estar pairando na cabeça dele.

Vejo que a sala de música está vazia e abro a porta e entramos. Eu sento e Daniel se encosta na parede e começa a chorar silenciosamente.

Me levanto e seguro a mão de Daniel. Ele a puxa. A reação me espanta.

_ Alberto o que você esconde de mim?

Eu fico parado.

_ Daniel, é complicado. Eu disse para você no dia que nos conhecemos, todos temos segredos.

_ Alberto....

_ Meu nerd, tem coisas que você não precisa saber, não quero que você pare de me olhar como já me olha. E sei que no momento que souber você nunca mais vai me olhar.

Daniel fixa seus olhos nos meus. Aquele olhar dele, o olhar de inocência, um olhar que eu quero deixar assim.

_ Alberto, eu te amo. Mas quero saber tudo sobre você.

_ Um dia. Um dia eu te conto, só saiba que nada vai acontecer com você. Nada.

Puxo Daniel e o beijo, nossos lábios se completam como sempre, os toques, o aroma que emana do seu corpo.

Me distancio porque se não, sei que não irei me controlar.

_ Alberto, só me conta uma coisa, você já esteve com outros caras?

_ Por que a pergunta?

_ Foi pelo o que você disse para o Thales.

_ Daniel, vamos dizer apenas, eu já tive com outra pessoa, mas não significou nada.

É o máximo que consigo contar para ele. Não quero que ele saiba de tudo.

_ Quer continuar aqui ou vamos para a aula?

_ Meu Alberto, vamos ficar aqui, o primeiro tempo da aula deve tá acabando.

Não deixo de sorrir. Ele me chamou de "meu".

_ Quem diria, meu nerd matando aula.

_ Pois é, você me ensinou umas coisinhas.

Daniel passa suas mãos pela minha nuca e a outra ele desce pela minha blusa.

_ Meu nerd...

_ Cala a boca, só me beija.

Então o beijo no momento que o sinal soa.

_ Alberto só não entendi como você entrou antes do sinal soar e ainda me encontrou no banheiro.

_ Ah Daniel, foi acidente. Eu tive vontade de ir no banheiro e pedi pra me deixarem ir. Minha sorte foi que a dona Fatinha é um amor. Aí me deixou, só disse que só poderia entrar na aula quando o sinal soasse. Agora vamos?

_ Ah, eu queria era ficar com você mais um pouco.

_ Quem diria que o nerd deixaria de ser tão nerd só para abusar do meu corpo.

_ Convencido.

_ É mesmo?

Abro a porta da sala para sairmos, Daniel passa primeiro e eu aliso suas costas e aperto sua bunda. Ele geme baixinho e eu sussurro:

_ Eu não sou convencido, só sei que te deixo assim.

Daniel me dá um tapa de brincadeira e vamos para a aula.

Livro I - O Nerd e o AventureiroOnde histórias criam vida. Descubra agora