Alberto
_ Eu disse para você não chegar perto dele de novo.
Thales me mostra o canivete e eu me espanto. Aquele garoto é louco.
Tento me aproximar de Daniel, se eu conseguir, o puxo e saímos para o pátio e ficaremos seguros.
_ Thales calma, não faz nada que você possa se arrepender.
_ Eu não farei nada, é só o Daniel cooperar e você ficar quieto.
Me aproximo mais de Daniel, só mais um pouco.
_ O deixe ir, Thales, que eu faça tudo que você quiser.
_ Tudo?
_ Sim, eu já fiz. Então sei fazer.
Lanço algo que faz Thales me olhar e ficar quieto, é o que eu precisava. Puxo Daniel pelo braço e saio com ele pela porta.
Não olho para trás, e corro com Daniel. Sei que ele está quieto demais e não vou para sala com ele. Pelo o que conheço de Daniel, o que eu falei deve estar pairando na cabeça dele.
Vejo que a sala de música está vazia e abro a porta e entramos. Eu sento e Daniel se encosta na parede e começa a chorar silenciosamente.
Me levanto e seguro a mão de Daniel. Ele a puxa. A reação me espanta.
_ Alberto o que você esconde de mim?
Eu fico parado.
_ Daniel, é complicado. Eu disse para você no dia que nos conhecemos, todos temos segredos.
_ Alberto....
_ Meu nerd, tem coisas que você não precisa saber, não quero que você pare de me olhar como já me olha. E sei que no momento que souber você nunca mais vai me olhar.
Daniel fixa seus olhos nos meus. Aquele olhar dele, o olhar de inocência, um olhar que eu quero deixar assim.
_ Alberto, eu te amo. Mas quero saber tudo sobre você.
_ Um dia. Um dia eu te conto, só saiba que nada vai acontecer com você. Nada.
Puxo Daniel e o beijo, nossos lábios se completam como sempre, os toques, o aroma que emana do seu corpo.
Me distancio porque se não, sei que não irei me controlar.
_ Alberto, só me conta uma coisa, você já esteve com outros caras?
_ Por que a pergunta?
_ Foi pelo o que você disse para o Thales.
_ Daniel, vamos dizer apenas, eu já tive com outra pessoa, mas não significou nada.
É o máximo que consigo contar para ele. Não quero que ele saiba de tudo.
_ Quer continuar aqui ou vamos para a aula?
_ Meu Alberto, vamos ficar aqui, o primeiro tempo da aula deve tá acabando.
Não deixo de sorrir. Ele me chamou de "meu".
_ Quem diria, meu nerd matando aula.
_ Pois é, você me ensinou umas coisinhas.
Daniel passa suas mãos pela minha nuca e a outra ele desce pela minha blusa.
_ Meu nerd...
_ Cala a boca, só me beija.
Então o beijo no momento que o sinal soa.
_ Alberto só não entendi como você entrou antes do sinal soar e ainda me encontrou no banheiro.
_ Ah Daniel, foi acidente. Eu tive vontade de ir no banheiro e pedi pra me deixarem ir. Minha sorte foi que a dona Fatinha é um amor. Aí me deixou, só disse que só poderia entrar na aula quando o sinal soasse. Agora vamos?
_ Ah, eu queria era ficar com você mais um pouco.
_ Quem diria que o nerd deixaria de ser tão nerd só para abusar do meu corpo.
_ Convencido.
_ É mesmo?
Abro a porta da sala para sairmos, Daniel passa primeiro e eu aliso suas costas e aperto sua bunda. Ele geme baixinho e eu sussurro:
_ Eu não sou convencido, só sei que te deixo assim.
Daniel me dá um tapa de brincadeira e vamos para a aula.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Livro I - O Nerd e o Aventureiro
Teen FictionDaniel é o cara mais quieto da sala, tudo que aprendeu foi através dos livros e nas aulas. Um certo dia ele encontra Alberto, um garoto que sempre se sentou na última carteira e nunca deu bola para ninguém. Alberto acaba por salvar Daniel de uma ga...