― Qual é Manu, ele não pode ser tão ruim assim. –Amber disse com cautela.
― Tenho certeza de que você está exagerando. –Cindy concordou.
Já se passava das duas horas da tarde e desde então, eu só havia saído do meu quarto para almoçar.
Pela manhã ouvi quando Lorenzo passou pelo corredor e depois quando estava na cozinha preparando suas torradas, mas eu achei que não seria uma boa ideia me juntar a ele, por isso, só tomei café da manhã depois que ele saiu para o trabalho.
Ficar ali, com ele, estava sendo terrível, em todas as vezes que conversávamos, acabávamos brigando no final e eu não estava disposta a continuar bancando a educada, enquanto ele agia como um imbecil comigo:
― Ei, eu chamo vocês no skipe para me animarem e vocês duas se rebelam contra mim? É isso? –Protestei encarando as duas pela tela do meu notebook.
― Manu, você é a nossa amiga e sabe que sempre estaremos do seu lado, a Cindy e eu só achamos que você implicou com o Lorenzo, só isso. –Amber disse, me deixando ainda mais transtornada.
― Eu impliquei com ele? –Me sentei na cama, me recostando na cabeceira, segurando o notebook firme em minhas mãos- O cara é um idiota! Ontem mesmo eu até preparei um jantar para ele, como um pedido de desculpas e ele fez a maior desfeita!
― Estou achando que você só ficou chateada com ele, porque ele não elogiou sua comida. –Cindy disse em tom brincalhão.
― De qualquer forma, amanhã mesmo vou dar um jeito de sair daqui, David vai me ajudar a encontrar um hotel com um bom preço, não dá para continuar no mesmo lugar que aquele homem.
Uma batida na porta interrompeu meu desabafo:
― Manuela? –Ouvi a voz de Lorenzo chamar.
― Falando no diabo –Sussurrei baixinho, para que ele não ouvisse- Depois nós nos falamos. –Encerrei a conversa, me levantando da cama e caminhando até a porta.
A abri e ali estava Lorenzo, parado diante de mim, com as mãos nos bolsos da sua calça de tergal cinza, camisa branca, sapatos sociais pretos e um relógio de luxo diferente no pulso, seus cabelos castanhos perfeitamente arrumados:
― Apareceu um negócio e como perante a lei somos casados, preciso que você venha comigo para assinar uma papelada. –Ele disse rapidamente e eu tive a sensação de que aquele deveria ser o tom que ele usava com os funcionários da sua empresa.
O encarei indignada e de certa forma, decepcionada comigo mesma, era óbvio que ele não estava ali para me pedir desculpas, se é que alguém como ele sabia o significado de se desculpar:
― Só me dê um minuto. –Disse, procurando evitar mais discussões.
Como se tratava de negócios, tentei parecer o mais social possível, ao vestir uma calça flare preta, sapatos de salto alto grossos também pretos, uma blusa branca, com alguns detalhes em babados e um casaquinho preto, penteando e deixando meus longos fios louros soltos.
Depois de pegar minha bolsa, caminhei até a sala, onde Lorenzo me aguardava em pé, encostado no balcão da cozinha.
Dentro da Range Rover, a caminho do local em que ocorreria a negociação, o silêncio era desconfortante, mas diferente da última vez, não estava disposta a ser eu a puxar assunto e acabar com aquele clima ruim.
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O que acontece em Vegas, nem sempre fica em Vegas
RomanceDepois de descobrir que o relacionamento de quase três anos não havia passado de uma farsa após pegar o seu namorado na cama com outra, tudo o que Manuela queria era poder passar um final de semana tranquilo em Las Vegas ao lado de suas duas melhore...