Capítulo 41 - Manuela (Bônus)

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     - Você vai a festa do Josh hoje? -Amber perguntou sentada na minha cadeira, me olhando atentamente enquanto eu guardava as fichas dos pacientes para encerrar meu turno.
     - Não, acho que vou ficar em casa e pedir uma pizza.
     - Você vai mesmo dispensa-lo? -Ela me encarou indignada- Todos aqui sabem que ele é louco por você! Além disso, ele te convidou!
     Josh era o novo doutor do hospital, loiro, de olhos verdes, com um físico  impecável,  ele era o sonho de todas as mulheres que frequentavam o hospital, havíamos saído para almoçar juntos algumas vezes e apesar de ele ter mostrado interesse e agido como um cavalheiro, depois de três meses, ainda não me sentia preparada para ingressar em um novo romance:
     - Chega de homens loucos na minha vida, Amber. -Disse, apanhando minha bolsa e as chaves do carro.
     - Não vou mesmo conseguir te convencer a ir, vou? -Ela se levantou, vindo até mim.
     - Não, mas pelo menos você tentou. -A abracei forte.

     Depois de chegar em casa, depositei minhas coisas sobre a cama e tomei um banho demorado, vesti meu pijama e quando fui atender o entregador, percebi seu olhar de pena para mim.
     Me sentei no sofá, com a pizza no colo e coloquei em um filme de romance, sim, mesmo depois de três meses, sentia como se não conseguisse virar a página escrita por Lorenzo na minha vida, talvez por tudo que vivemos ter sido tão intenso, e isso me deixava deprimida.
     Confesso que no começo, tive esperança de que ele mudasse de ideia e viesse atrás de mim, que me pedisse para voltar com ele para o Rio, mas adivinha? Me enganei de novo, com o tempo, me acostumei com a ideia de que ele não apareceria e isso doeu, doeu muito.
     Nos últimos três meses, havia tido uns cinco encontros, dois deles só com Josh, o médico do hospital, e mesmo apesar de todos terem se mostrado serem ótimas pessoas e estarem interessados em mim, quando olhava para eles, não sentia aquele frio na barriga ou alguma expectativa ser criada dentro de mim, conseguia reconhecer que eram homens bonitos, mas não conseguia me imaginar ficando com nenhum, esse pensamento me dava náuseas, e apesar de saber que era uma mulher livre, sabia que nunca seria capaz de ficar com alguém, quando no meu coração, só havia espaço para o Lorenzo, não seria justo.
     Depois de três pedaços de pizza e me segurando para não chorar com a morte do mocinho no filme, sentada no sofá da sala do meu apartamento sozinha, eu me senti a mulher mais infeliz do mundo, sentimento que vinha aparecendo com frequência.
     Desliguei a televisão e coloquei os pedaços de pizza que haviam sobrado na geladeira, retornando para meu quarto.
     Ao me recolher, fiquei deitada durante um bom tempo olhando para cima e me perguntei por quanto tempo mais conseguiria viver assim, tive medo da resposta.
     Fechei os olhos, tentando forçar o sono, quando meu celular tocou ao meu lado. O apanhei, pensando em qual desculpa dar a Amber para não ir a festa, mas quando vi que se tratava de um número restrito, do Brasil, me sentei rapidamente, olhando por alguns segundos para os números que apareciam na tela.
     Apesar de ter apagado seu contato do meu celular, ele ainda continuava vivo na minha memória, aquele era o número do celular de Lorenzo.
     De repente, minhas mãos ficaram trêmulas e minha respiração desregular, sem saber o que fazer, deixei que a ligação caísse, mas quando ele me ligou de novo atendi:
     - Alô? -Disse com a voz fanha.
     - Oi Manuela, sou eu, o Lorenzo.
     Claro que era ele. Reconheceria sua voz rouca e sexy em meio a um milhão de outras vozes:
     - Deve estar se perguntando o motivo da minha ligação, sei que já é tarde, mas precisava falar com você.
     Senti meu corpo todo congelar, o tom de Lorenzo era sério e sabia que o que estava por vir era muito importante:
     - O que você quer me falar? -Disse com a voz trêmula.
     - Manuela, o David foi espancado por dois homens e está no hospital.
     Ao receber aquela notícia, imediatamente levei minha mão ao rosto, chorando em desespero e quando Lorenzo também chorou do outro lado da linha, soube que a situação do meu amigo era grave, muito grave.

O que acontece em Vegas, nem sempre fica em VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora