― Estamos andando a horas e até agora não conseguimos encontrar nada! –Queixei-me para David que caminhava ao meu lado, tão exausto quanto eu.
O aniversário de Lorenzo seria amanhã e antes de viajarmos para Paraty, eu queria comprar um presente para ele, andamos por todas as lojas de Copacabana, mas tudo o que encontramos parecia não se encaixar no meu orçamento.
David me levou então a Feria do Saara, que ele afirmou ser a 25 de Março do Rio de Janeiro, haviam sim muitas coisas legais, mas nada apropriado para um homem como Lorenzo.
O sol estava escaldante e meus cabelos já começavam a grudar na minha nuca, meus pés doíam como se tivessem andado quilômetros sem parar:
― Acho melhor irmos embora David, não vamos encontrar nada aqui. –Lamentei.
― Que tal um relógio? –Ele sugeriu após passarmos por uma banca.
― Não acho que ele vá gostar muito. –Parei, observando os relógios com pulseiras de plástico e calculadora embutida, que não lembravam em nada os relógios de luxo que Lorenzo usava.
Foi quando vi um pequeno relógio com pulseira de couro perdido em meio aos outros, o apanhei e quando olhei para seu visor, sorri, sabendo que aquele era o presente ideal:
― David, olhe isto! –Mostrei para ele, que riu ao ver do que se tratava- O que você acha?
― Acho que ele vai adorar! –David gargalhou alto.
― Então vai ser este. –Sorri, pagando a dona da banca dez reais pelo presente e pelo embrulho.
― Por favor Luísa, não esqueça de desmarcar todos os meus compromissos de hoje para segunda e assim que o David sair da reunião com nossos novos clientes, peça para ele me ligar.
Eram as primeiras horas da tarde de sexta-feira, e Lorenzo e eu já estávamos a caminho de Paraty:
― É a quarta vez que você liga para sua secretária em um prazo de duas horas. –Falei, o observando.
― Desculpe, mas eu nunca deixei de ir para a construtora em plena sexta-feira, eu não consigo parar de pensar em todo o trabalho que ainda tenho que fazer. –Ele me olhou de relance.
― Mas deveria, hoje é seu aniversário! Além disso, David é bastante competente, não acho que precise se preocupar.
― Você tem razão. –Ele soltou sua mão direita do volante e apanhou a minha, enlaçando nossos dedos e a mantendo sobre minha perna.
― Você não é um cara que relaxa muito, não é? –Sorri, tentando disfarçar o quanto o gesto de ele segurar minha mão me afetava.
― Praticamente nunca. –Ele me lançou um sorriso de lado, prestando atenção a estrada- Mas não me venha com sermões, você também não me parece muito relaxada.
― Estou a apenas algumas horas de conhecer sua família, como eu poderia estar relaxada? –Lorenzo riu.
― Não se preocupe, são ótimas pessoas, tenho certeza que vão gostar muito de você, a não ser que minha mãe tenha comentado com eles sobre sua camisola... –Ele falou me zombando e eu soltei sua mão, enraivecida.
― Precisava me lembrar disso?
― Manuela, eles vão te adorar, não se preocupe com isso. –Ele esticou seu braço, acariciando meus cabelos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O que acontece em Vegas, nem sempre fica em Vegas
RomanceDepois de descobrir que o relacionamento de quase três anos não havia passado de uma farsa após pegar o seu namorado na cama com outra, tudo o que Manuela queria era poder passar um final de semana tranquilo em Las Vegas ao lado de suas duas melhore...