Capítulo 17 - Manuela

12.3K 1.1K 153
                                    

     Depois de tomar um banho para tirar toda a areia e sal do meu corpo, me enrolei a toalha e voltei ao quarto para me vestir e parei bruscamente quando notei Lorenzo sentado na beira da minha cama:

     ― Isso é invasão de privacidade, sabia?. –Disse impaciente, segurando a toalha com mais firmeza.

     ― Você não me disse o que acha disso tudo. –Ele disse baixo, me encarando com curiosidade.

     ― Por que você se julga ruim? –O questionei.

     Lorenzo baixou seu olhar, respondendo:

     ― Porque eu sou.

     ― Eu não acho que seja. –Disse sincera, atraindo seu olhar de volta para mim.

     ― Como pode ter tanta certeza disso? –Seus olhos cor de mel me fitavam tentadores.

     ― Por que se não fosse, você não estaria tão preocupado em ferir meus sentimentos.

     ― Você mal me conhece. –Ele disse, em uma vaga tentativa de me contrariar.

     ― Então me deixe conhece-lo. –Murmurei, já não ouvindo mais minha razão.

     Ele se levantou, parando diante de mim, ele parecia impressionado, talvez até fascinado com a minha ousadia:

     ― Você sabe que não posso te prometer nada. –Ele tocou meu rosto, buscando no meu olhar uma confirmação de que eu havia compreendido suas condições.

     ― Perfeito, porque eu também não posso.

     Lorenzo encarou minha boca e assim como eu, soube que ele também ansiava por reviver a sensação dos nossos lábios juntos.

     Ele colocou sua mão na minha cintura, juntando meu corpo ao seu, roçou seus lábios nos meus algumas vezes, me fazendo sentir um desejo absurdo, antes de finalmente me beijar.

     Ao sentir sua língua se emaranhar com a minha em uma explosão de sentimentos, enrosquei meus braços ao redor do seu pescoço, deixando que a toalha de banho caísse aos meus pés, revelando minha nudez:

     ― Essa é a sua última chance, porque quando eu começar, não sei se vou conseguir parar. –Lorenzo disse com a voz rouca, afastando seus lábios dos meus, admirando o meu corpo.

     ― Não quero que pare. –Uni meus lábios aos seus, voltando a beijá-lo.

     Durante o beijo, com uma habilidade, que eu mesma não sabia que tinha, abri os botões de sua camisa, afastando o tecido para ter uma visão privilegiada do seu peitoral forte e definido.

     Lorenzo a tirou, a jogando pelo chão, me empurrando gentilmente contra a cama, ficando sobre mim. Seus beijos se tornavam mais urgentes à medida que suas mãos passeavam por todo o meu corpo, me arrancando suspiros.

     Ele afastou seus lábios da minha boca, os levando para meu pescoço, para meus seios e depois para a minha barriga, me fazendo arfar de desejo, dando a cada parte do meu corpo o privilégio de sentir os seus lábios macios.

     Ele saiu da cama por alguns instantes, se despindo e depois apanhando um pacote de camisinha na sua carteira, a deslizando por seu membro e depois voltando para junto de mim.

     Ele posicionou sua mão direita ao lado do meu rosto, seus olhos estavam cravados nos meus:

     ― Preciso que olhe para mim agora, Manu. –Ele pediu, acariciando minha bochecha com seu polegar.

     Senti sua mão esquerda agarrar com força o meu quadril e momentos depois, ele me penetrar lentamente.

     Meu olhar ainda estava preso ao seu quando ele começou a fazer movimentos de vai e vem, e juro que naquele momento, seus olhos cor de mel pareciam enxergar através da minha alma, me deixando ainda mais excitada.

     Quando ele intensificou seus movimentos, agarrei seus braços fortes com força, jogando minha cabeça para trás, sentindo-o beijar meu pescoço. Meus gemidos eram abafados pelos seus beijos quentes e molhados e após alguns minutos, seus braços ficaram trêmulos e seus movimentos foram se desacelerando, até finalmente cessarem.

     Lorenzo deixou seu corpo pesar sobre o meu colando sua testa na minha, me olhando profundamente, naquele instante era possível ouvir o pulsar dos nossos corações. Estávamos ofegantes e nossos corpos suados e eu levei minhas mãos ao seu rosto, contornando sua face, sempre olhando no fundo de seus olhos, enquanto chegávamos juntos ao ápice.

     Lorenzo se esquivou para o lado, me puxando para deitar em seu peito, nossas respirações desregulares:

     ― Isso foi bom. –O olhei com um sorriso.

     ― É, foi sim. –Ele disse vagamente.

     Toquei seu peito, admirando a tatuagem que havia ali:

     ― O que significa?

     ― É japonês, significa força. –Ele dizia, olhando para o forro do quarto.

     ― Não entendo porque alguém como você precisaria de força. –Observei e ele voltou seu olhar para mim.

     ― Acredite, as vezes força é tudo o que precisamos para viver.

     Pela forma que falou, tive a impressão de que ele já havia passado por algumas situações difíceis na vida e que sem dúvidas, o haviam deixado bastante abalado, mas eu não me senti no direito de perguntar isso a ele, ao invés disso, me inclinei, selando nossos lábios mais uma vez.

     Depois de trocarmos mais alguns beijos e carícias, retornei ao banheiro para um outro banho e quando voltei ao quarto, Lorenzo não estava mais na cama. Vesti meu pijama e caminhei até a sala, onde o encontrei apoiado a sacada, ele vestia apenas uma regata preta e box:

     ― Por que não está lá dentro? –Me juntei a ele, cruzando os braços ao sentir os ventos gelados da noite contra minha pele.

     ― Não é nada, eu só precisava pensar... –Ele disse, observando as ondas quebrarem na praia.

     ― Olha, eu sei que o que aconteceu não muda nada entre nós dois, não se preocupe, não sou uma adolescente que vai se apaixonar só porque passou a noite com você. –Brinquei, na tentativa de acalmá-lo e até mesmo fazê-lo sorrir, mas ao contrário do que esperava, ele se voltou para mim sério.

     ― Você merece mais do que isso. –Lorenzo disse sincero, acariciando meu rosto- E é esse mais que eu não posso te proporcionar, você entende?

     ― É, eu entendo.

     ― Tem certeza de que tudo bem?

     ― Sim, eu tenho.

     De maneira inesperada, Lorenzo me puxou para um abraço e durante os longos segundos que se seguiram, o agradeci em silêncio por estar sendo sincero comigo:

     ― Vamos comer algo, você deve estar com fome. –Ele pegou em minha mão, me conduzindo até a cozinha.

     Enquanto o ajudava a preparar algumas tapiocas, não pude deixar de pensar no quanto era estranho estar ao seu lado depois de termos transado a menos de uma hora atrás, e se ele também sentia isso, não demonstrava.

     Conversamos por alguns minutos na cozinha e depois cada um foi para o seu quarto. Quando me deitei na cama, pela primeira vez depois que terminei com Eric, desejei ter um homem ao meu lado, alguém para beijar, para abraçar, para amar... E uma lágrima involuntária rolou por meu rosto quando pensei que Lorenzo jamais poderia ser esse homem.

     Tudo porque por alguma razão ele não se achava bom o suficiente, quando no fundo, eu sabia que era.

O que acontece em Vegas, nem sempre fica em VegasOnde histórias criam vida. Descubra agora