Imaginei que o meu sábado à noite fosse terminar bem diferente, não com uma briga entre mim e Lorenzo, e horas a fio de choro.
Deitada com a cabeça no travesseiro, acordada as duas da manhã de um domingo, sem conseguir pregar os olhos, aos poucos começava a duvidar de que Lorenzo algum dia fosse mudar, aquele era seu verdadeiro eu e sempre seria:
― Manuela? –Ouvi sua voz me chamar- Abra a porta, precisamos conversar.
― Eu já disse tudo o que tinha para dizer!
― Mas eu não –Ele disse sereno- Por favor, abra.
Contra minha vontade, sai da cama, sentindo o frio em minha espinha ao deixar as cobertas e caminhar até a porta, a destrancando:
― Olha, eu não quero brigar... –Disse, ao alcançar seu olhar.
― Eu também não, quero apenas conversar.
Arqueei minhas sobrancelhas, estranhando o fato de Lorenzo estar vestindo um calção preto próprio para exercícios, uma camiseta nike preta de malha fria e nikes brancos:
― Por que está vestido assim? Vai para a academia? –O questionei.
― Eu não disse onde queria conversar. –Lorenzo sorriu- Espero que tenha trazido seus tênis de caminhada.
Lorenzo não falou muito sobre o lugar para o qual iriamos, apenas que faríamos uma longa caminhada e eu me agradeci imensamente por nunca sair de casa sem levar meus Olympikus, minha calça leggin preta e uma regatinha.
Depois de me vestir, sai do quarto, aguardando na sala enquanto Lorenzo colocava algumas frutas e duas garrafas de água na mochila.
Fomos para o estacionamento e depois de entrarmos na Land Rover, Lorenzo dirigiu por alguns minutos, até chegarmos ao Bairro de São Conrado e depois até o final da estrada do Sorimã, que é acessada pela barrinha, durante o trajeto, não nos falamos muito e todas as referências que tinha eram graças as placas de sinalização.
No final dessa estrada havia uma praça, com dezenas de carros estacionados e após estacionar sua Land Rover, descemos, percebendo um grupo de aproximadamente doze pessoas a frente:
― Onde estamos? –Perguntei a Lorenzo, que ajeitava a mochila em suas costas.
― Calma, você vai ver. –Ele me lançou um sorrisinho.
Nos juntamos ao grupo de pessoas, todos vestidos adequadamente para uma trilha, com mochilas e mantimentos:
― Meu nome é José e eu serei o guia de vocês hoje. –Um homem moreno, com corpo atlético se apresentou- Toda a trilha geralmente é concluída em duas ou três horas, já que existem caminhos bastante íngremes e precisamos ir com mais calma durante a noite, mas garanto que quando chegarmos a Pedra da Gávea, todo o esforço terá valido a pena e então, vamos? –O guia chamou e as pessoas começaram a segui-lo.
― Isso é sério, Lorenzo? –O encarei completamente chocada- São pouco mais de três horas da manhã e você está me levando para uma caminhada, no meio da mata, que pode durar mais de duas horas?
― É exatamente isso, por quê? acha que não consegue? –Ele me provocou.
― Você vai ver só quem não consegue. –Me virei furiosa, seguindo as outras pessoas.
― Espere, acho que vai precisar disso. –Ele me entregou uma lanterna e também pegou uma para si na mochila.
A trilha tinha início no final da estrada ao lado direito de um portão verde, havia uma placa com um mapa e um resumo das informações da trilha.
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O que acontece em Vegas, nem sempre fica em Vegas
Roman d'amourDepois de descobrir que o relacionamento de quase três anos não havia passado de uma farsa após pegar o seu namorado na cama com outra, tudo o que Manuela queria era poder passar um final de semana tranquilo em Las Vegas ao lado de suas duas melhore...